Os resultados obtidos durante a primeira semana dos “Diários de uma Pandemia” foram divulgados pelo jornal PÚBLICO. Entre os dias 23 e 30 de março, os investigadores do INESC TEC e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) analisaram 23.254 questionários, preenchidos por 6791 pessoas. Os cidadãos participantes informaram como atuam em relação a um conjunto de situações que poderão influenciar o curso da epidemia em Portugal.
Para compreender a dinâmica da adaptação dos cidadãos à pandemia de COVID-19, em Portugal, o INESC TEC e o ISPUP, em parceria com o jornal PÚBLICO, lançaram o estudo “Diários de uma pandemia”.
O estudo, que iniciou no dia 23 de março de 2020, está a convidar os cidadãos a responderem diariamente a um conjunto de perguntas, que visam ajudar a compreender a evolução da vida dos Portugueses, ao longo da pandemia de COVID-19.
Os resultados apresentados dizem respeito a quatro tópicos: teste, diagnóstico e sintomas; utilização de cuidados de saúde e procura de informação; contactos de risco; e atividades da vida diária.
Mais velhos são os que mais saem de casa sem motivo
Relativamente ao número de contactos fora do agregado familiar (5 ou mais pessoas fora do agregado), foram os homens com idades compreendidas entre os 40 e os 59 anos que reportaram maior frequência de contacto. No entanto, no que diz respeito aos contactos de proximidade (menos de 2 metros durante pelo menos 15 minutos, com 5 ou mais pessoas fora do agregado), a tendência inverte-se e são as mulheres nos escalões de 40 a 59 anos e também de mais de 60 anos, as que reportam maior frequência de contacto.
“Uma coisa interessante, que não esperaria, é que fosse o grupo dos 60 e mais anos dos que mais sai de casa sem motivo, no sentido de ir caminhar ou passear o cão”, assume Henrique Barros, presidente do ISPUP. A solidão e a capacidade de adaptação a esta nova realidade de isolamento forçado podem ser algumas das explicações.
Maior número de contactos fora dos elementos do agregado familiar regista-se no Norte e Centro
O estudo apurou ainda o número contactos pessoais fora do agregado familiar da amostra. A cada dia, 112,8/ 1000 participantes reportaram ter contactado com cinco ou mais pessoas fora do agregado” e “37,5 contactaram com cinco ou mais pessoas durante mais de 15 minutos a uma distância inferior a dois metros”.
O número médio de pessoas com quem as pessoas contactam é maior no Norte e Centro do que em Lisboa e no Sul do país.
Segundo os investigadores tal pode estar relacionado com as estruturas familiares e de trabalho.
O estudo continua a decorrer. Na primeira semana, participaram no estudo 6791 pessoas, com idades compreendidas entre 16 e 89 anos, que preencheram 23.254 questionários.
Continue a participar
Toda informação detalhada sobre os resultados da primeira semana do estudo podem ser consultados no relatório elaborado pelos investigadores do INESC TEC e do ISPUP (AQUI) e na notícia preparada pelo jornal PÚBLICO (AQUI). A produção de conhecimento científico nesta área, com grande impacto para a comunidade, ainda não chegou ao fim. Os investigadores envolvidos continuam a trabalhar na análise das respostas diárias dos participantes, e novos resultados vão ser divulgados numa base semanal. Por sua vez, os cidadãos são convidados a continuar a participar e a contribuir para os resultados do estudo “Diários de uma Pandemia” AQUI.
Do INESC TEC encontra-se envolvida neste estudo uma equipa multidisciplinar, comporta pelos seguintes elementos: Artur Rocha, Coordenador do Centro de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (CSIG), Gonçalo Gonçalves, investigador do CSIG, Jaime Dias, responsável pelo Serviço de Administração de Sistemas (SAS), Vasco Rosa Dias, Encarregado de Proteção de Dados, e Gabriel David, Administrador Executivo do INESC TEC.
Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC.