A 9ª edição da VISUM Summer School ocorreu no mês passado em formato online e contou com 87 participantes de 20 nacionalidades. A escola de verão na área da visão por computador e aprendizagem automática tem como objetivo ser um espaço educativo de referência.
O programa contemplou workshops, palestras e uma sessão de debate sobre a regulação da inteligência artificial. Os alunos participaram ainda numa competição organizada em parceria com a FARFETCH , uma empresa luso-britânica de moda online de luxo. É a segunda vez que a VISUM summer school ocorre de forma totalmente digital devido à pandemia e esta abordagem pode ter vindo para ficar. De acordo com Ana Rebelo, líder do comité de organização e investigadora no Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM), o formato online permite uma maior facilidade de ter alunos de todo o mundo a participar.
O desafio da FARFETCH
A componente de projeto da VISUM permitiu que os alunos aplicassem os seus conhecimentos num problema real da indústria. O desafio deste ano tinha como objetivo fazer com que os alunos construíssem um algoritmo para que fosse possível recuperar produtos complementares a roupas de moda. Para resolver o desafio foi usada uma base de dados privada da FARFETCH. A ideia era resolver o problema do preenchimento de lacunas aquando do planeamento de outfits. Ao ser apresentado um subconjunto de itens de um tipo de vestuário e um conjunto de potenciais produtos candidatos de uma categoria ausente, o algoritmo tinha de conseguir recuperar o produto candidato mais compatível.
Foi implementado e fornecido um modelo base aos participantes. A maioria das equipas implementaram e testaram diversas abordagens e foram capazes de superar qualitativamente esse modelo por uma margem considerável. As soluções com o melhor desempenho foram selecionadas para apresentação e avaliação por um painel de jurados no último dia da escola de verão.
O debate: regulação da inteligência artificial
O debate sobre regulação de inteligência artificial foi moderado por André Matos, professor na Universidade Portucalense e contou com um painel de especialistas das áreas do direito, tecnologia e inteligência artificial. A conversa rondou vários temas, entre eles a importância que entidades reguladoras têm no apoio legal aquando da implementação de algoritmos de inteligência artificial na sociedade ou a urgência em formar pessoas que trabalhem nas áreas jurídicas em literacia digital.
O comité de organização contemplou colaboradores do INESC TEC, FEUP e IPO. De acordo com Ana Rebelo, o objetivo é continuar com a organização da escola de forma a chegar a mais alunos, contribuindo de forma positiva para a comunidade científica.
Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC, à UP-FEUP e à UPT.