“Empresas e Academia – O novo compromisso para a inovação” – INESC TEC participa em evento da Agência Lusa e COTEC Portugal

Qual a relação entre as empresas e as universidades? Que caminho deve Portugal seguir para alavancar parcerias de inovação que potenciam a industrialização e o crescimento? Estas foram algumas das questões em debate, num evento promovido pela Agência Lusa e COTEC Portugal, que contou com a participação do INESC TEC.

Refletir sobre a relação entre a academia e a indústria como um caminho para a inovação foi o mote lançado a um painel que contou com a participação de António Grilo, Presidente da Agência Nacional de Inovação (ANI), Clara Gouveia, Investigadora do Centro de Sistemas de Energia (CPES) do INESC TEC, e António Oliveira, Administrador da OLI.

Desde a evolução que se tem registado em Portugal ao longo dos últimos anos, até aos entraves, desafios e incentivos à inovação, o debate passou por diversas questões, com destaque para a importância de se promoverem políticas públicas que potenciem a inovação e fortaleçam a ligação entre o sistema científico e tecnológico e as empresas; o papel da inovação enquanto fator de diferenciação, criação de valor e de impulso à internacionalização; a valorização e capitalização de resultados de investigação, garantindo a sua transferência para o mercado, a continuidade de projetos e consórcios; e a criação de mecanismos que permitam o financiamento de teste e demonstração de tecnologias, fazendo face ao risco que o processo de inovação pode representar, sobretudo para o ecossistema empresarial.

“Esta ligação entre a academia e as empresas está na missão do INESC TEC e, até mesmo, na sua forma de funcionar. O INESC TEC trabalha nas diferentes áreas, desde o conhecimento fundamental, o desenvolvimento das soluções e a sua transferência para o mercado, até à criação de spin-offs e novas empresas embrionárias”, explicou Clara Gouveia, reforçando a relação de cooperação que o Instituto mantém transversalmente com diversas entidades, assim como o facto de reunir equipas multidisciplinares. “Temos áreas diferentes de conhecimento a trabalharem muito próximas e isso é um aspeto interessante para as empresas”.

Segundo a investigadora, existem, porém, alguns desafios que se colocam a esta colaboração, desde logo a valorização dos resultados dos projetos de investigação. Neste contexto, deve haver uma aposta na valorização dos resultados de I&D, que não se devem esgotar com o final de um determinado projeto e que podem ser explorados através de outros projetos ou colaborações. Deve também haver uma aposta na criação de roadmaps de inovação, cujo desenvolvimento tem de ser intrínseco à atividade empresarial. “Com um roadmap de inovação a empresa consegue perceber, com determinados financiamentos, o que pode explorar, que valor pode gerar e em quanto tempo”, ressalvou, acrescentando que, desta forma, será mais fácil compreender o impacto dos projetos e encontrar uma forma de dar seguimento aos resultados.

Nesse sentido, na opinião de Clara Gouveia, “a promoção de debates desta natureza permite a divulgação de boas práticas e exemplos na inovação empresarial, trazendo à mesma mesa as experiências das empresas, academia e entidades do sistema científico e tecnológico.”

A conferência foi organizada pela Agência Lusa em parceria com a COTEC Portugal, no final do mês de maio. A sessão pode ser vista aqui.

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