Investigadores da Universidade do Texas visitam INESC TEC para encurtar distâncias na computação de alto desempenho

Investigadores do Texas Advanced Computing Center (TACC), da Universidade do Texas, estiveram, durante uma semana, no INESC TEC para trocarem conhecimentos e partilharem experiências no âmbito da supercomputação, com contributos significativos para a operacionalização do novo supercomputador português, o Deucalion, instalado no Campus de Azurém da Universidade do Minho, em Guimarães.  

Trata-se de mais um marco numa já longa relação de cooperação entre as duas instituições, potenciada pelo Programa UT Austin Portugal — acolhido pelo INESC TEC – e que tornou possível, por exemplo, a vinda do supercomputador BOB para Portugal. Esta cooperação, extensível ao Minho Advanced Computing Center (MACC), uma infraestrutura nacional integrada na rede europeia EuroHPC, tem potenciado e promovido a habilidade de construir, partilhar e cooperar na computação avançada. 

Foi precisamente com disponibilidade para ajudar e vontade de aprender que John Cazes, diretor-adjunto da equipa de HPC do TACC, e Nick Thorne, administrador de sistemas, chegaram a Portugal. “Não existem respostas corretas. No que respeita à administração de sistemas, estamos a enfrentar um período de mudança com muita da capacidade dos sistemas a provir das GPU. Isto beneficia substancialmente a Inteligência Artificial, por exemplo. Estamos também num período de transição de sistemas de arrefecimento para CPU e GPUs — o que também representa uma mudança impactante.  

Algo sobre o qual parecem não ter dúvidas diz respeito ao papel incontestável que a supercomputação terá na inovação e desenvolvimento científico, sobretudo com os desenvolvimentos recentes ao nível de machine learning. “A computação avançada tem sido tradicionalmente usada para simulações em física e química, experiências que não podem ser feitas em laboratório. Apenas em supercomputadores”, realça John Cazes.  

“A instalação do Deucalion é um marco só possível graças ao trabalho que foi feito por todos os investigadores portugueses na área da Computação Avançada, para a qual o Programa UT Austin Portugal tem sido determinante”, aponta Rui Oliveira, investigador do INESC TEC e diretor do Minho Advanced Computing Center (MACC). O também diretor nacional do Programa UT Austin lembra que a chegada do supercomputador BOB “permitiu abrir caminho — a nível nacional — para a chegada do Deucalion, tanto no que respeita a serviços de suporte, preparação da comunidade científica e valorização desta área científica na sociedade”.  

“Nesta fase, em que o Deucalion inicia a sua operação, todos os conselhos são uma mais-valia, sobretudo quando surgem de equipas tão experientes e familiarizadas com o nosso sistema como a do TACC”, resume Rui Oliveira.  

Recorde-se que as equipas norte-americana e portuguesa já desenvolveram também projetos de investigação em conjunto, como é o caso do BigHPC, financiado pelo Programa UT Austin Portugal. Este projeto teve como objetivo a criação de uma plataforma integrada que permite melhorar a gestão dos centros de computação de alta performance no suporte a aplicações de Big Data e/ou HPC. 

A ligação entre os dois polos nos diferentes lados do Atlântico tem permitido ao INESC TEC interagir e colaborar com o TACC, numa cooperação que já alcançou diferentes outputs científicos nas várias áreas que as duas instituições se dedicam a explorar — com os resultados a assumirem a forma de projetos, papers e talks.  

O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC e à UMinho. 

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