Durante uma semana, Alicia Oliveira e Beatriz Cepa trocaram os laboratórios do INESC TEC em Braga por Barcelona, onde decorreu a ACM Summer School. Ali, as investigadoras exploraram alguns dos conceitos introdutórios na área do HPC e perceberam que, num contexto dominado pela informática, a sua formação em engenharia biomédica era, afinal, uma mais-valia.
Foi com alguma apreensão que Alicia Oliveira e Beatriz Cepa embarcaram, no início de setembro, para Barcelona: do outro lado da Península esperava-as uma semana de aprendizagem na ACM Summer School 2024, focada em “HPC Computer Architectures for AI and Dedicated Applications”. Com percursos académicos na área da engenharia biomédica, as duas investigadoras do INESC TEC receavam ser, no meio de 60 participantes, as “outliers”.
Na mala levavam, por isso, a expectativa de aprender mais sobre conceitos relevantes na supercomputação (HPC, na sigla em inglês) — como é o caso da inteligência artificial e de machine learning — que pudessem ser úteis para as investigações que estão a desenvolver. “Nós trabalhamos muito com HPC, mas não sabíamos o que estava por trás, as bases. A nossa expectativa era muito nesse sentido, perceber melhor certos conceitos”, explica Alicia.
E é caso para dizer que a expectativa se cumpriu — tendo sido até ultrapassada — através de um programa completo e sessões “diversificadas”, compostas por lectures, talks e entrevistas. Mas a aprendizagem não se limitou à teoria. “Algo que não antecipava, mas que depois se confirmou, foi a vertente prática das sessões. Achei que ia ser uma abordagem expositiva, mas a forma como o fizeram acabou por enriquecer a experiência”, reforça a investigadora.
O ambiente que encontraram — proporcionado pela organização e participantes provenientes de mais de 16 países — também contribuiu para que o balanço desta participação fosse ainda mais positivo. “Não estávamos à espera de conhecer pessoas de tantas nacionalidades diferentes”, confessa Alicia. Através deste contacto, as investigadoras ficaram a “perceber que existiam pessoas de áreas muito distintas”, o que contribui para a troca de conhecimentos. “Vínhamos de países diferentes, tínhamos vivências completamente distintas. Era muito fácil conversar com todos, falávamos sobre costumes e tradições”, relembra Beatriz — atualmente a investigar a Distribuição de Pipelines de Neuroimagem para Tractografia de dMRI.
No final, as duas investigadoras asseguram que a semana que passaram em Barcelona foi um “boost” de informação que poderão aplicar nas suas investigações. Beatriz garante que a participação na Summer School lhe deu todo um “background diferente e mais rico da supercomputação”. “Se tiver que aplicar técnicas de paralelização, de certeza que vou conseguir perceber melhor e assimilar com maior facilidade o que está a ser explicado, mas também o que tenho de fazer — tudo graças aos conhecimentos que adquiri.”
Já Alicia Oliveira destaca as “ferramentas” abordadas ao longo das sessões, as quais poderão continuar a utilizar, uma vez que toda a informação foi disponibilizada para consulta futura. “São programa atuais e de certeza que poderão ser muito úteis!”
As investigadoras mencionadas na notícia têm afiliação ao INESC TEC e à U.Minho.