Um trabalho conduzido pelo INESC TEC avaliou a postura externa de segurança de 3,068 plataformas de serviços públicos digitais entre 2023 e 2024, provenientes da edição de 2022 do estudo relativo à adoção de eGovernment (eGov) realizado pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UN DESA). O trabalho ofereceu uma análise aprofundada sobre os principais riscos externos de cibersegurança que afetam plataformas de eGov e propôs medidas concretas para aumentar a resiliência a ataques destas plataformas.
De acordo com Diogo Ribeiro, um dos autores do estudo e investigador do INESC TEC na área de cibersegurança, o trabalho foi motivado pela “falsa sensação de segurança que muitos cidadãos têm ao utilizar estes serviços”. Em concreto, o estudo pretende chamar a atenção para as vulnerabilidades reais e sistemáticas destas plataformas, ao mesmo tempo que procura também “compreender se a capacidade económica dos países influencia a existência ou mitigação destes riscos”.
Os resultados mostram um progresso assinalável na mitigação de vulnerabilidades ao longo do último ano, mas também evidenciam falhas de segurança que persistem, por exemplo, na gestão de certificados de segurança e na exposição a vulnerabilidades técnicas.
“Uma das principais contribuições do estudo é a criação de um snapshot global da segurança em plataformas eGov”, refere o investigador. O relatório não só identifica os problemas, como fornece recomendações práticas para os corrigir, orientando governos e instituições públicas na definição de políticas de cibersegurança mais eficazes”, acrescenta Diogo.
Intitulado “Assessing the information security posture of online public services worldwide: Technical insights, trends, and policy implications“, o artigo foi publicado na revista Government Information Quarterly, classificada com Q1, e referência na área de Administração Pública e eGovernment.
O investigador referido na notícia tem vínculo ao INESC TEC.