INESC TEC marca presença no ADRF 2025 e assume organização do ADRF 2026 no Porto

O AI, Data and Robotics Forum (ADRF) é um dos principais eventos europeus dedicados à inteligência artificial (IA), dados e robótica. A edição de 2025 decorreu em Stavanger, na Noruega, entre os dias 23 e 24 de setembro, e contou com uma forte presença do INESC TEC. No final do evento foi feito o anúncio: o ADRF 2026 será na cidade do Porto e a organização é da responsabilidade do INESC TEC.

Na Noruega, a comitiva do INESC TEC – composta pelos investigadores Ricardo Bessa, Marcelo Petry, Pedro Leite, Maria Inês Pereira e João Pedro Souza – fez-se representar a vários níveis, desde keynotes, a apresentações em workshops e ainda participação em stands de demonstração tecnológica.

No caso de Ricardo Bessa, investigador do INESC TEC onde coordena a área de sistemas de energia, a representação fez-se em duas sessões que contaram com a sua presença como orador. Na sessão “GenAI4EU within the Apply AI Strategy”, o investigador foi o orador convidado para representar o grupo temático de energia da ADRA nesta sessão. O workshop serviu para apresentar a iniciativa GenAI4EU, um programa que pretende mobilizar modelos de inteligência artificial (IA) generativa para servir necessidades do setor público e da indústria europeia. A sessão teve como objetivo fazer a ligação entre esta iniciativa e a estratégia Apply AI, que pretende promover aplicações reais de IA em setores estratégicos. Já o workshop “AI, Your Way: Trusted, Scalable and Ready to Deliver” pretendeu debater os desafios práticos da adoção da IA nas organizações e setores críticos para a sociedade, com um foco específico nas questões relacionadas com confiança, escalabilidade e fiabilidade da tecnologia. O investigador aproveitou também para mencionar a sua mais recente publicação em conjunto com diferentes parceiros europeus da indústria e academia.

“A IA tem potencial para automatizar tarefas e apoiar a tomada de decisão humana, mas ainda enfrenta desafios significativos, como a dificuldade de escalar em sistemas de grande dimensão e a necessidade de monitorização e manutenção contínuas para assegurar a confiança dos utilizadores finais”, explica Ricardo Bessa.

Marcelo Petry e João Pedro Souza, investigadores do INESC TEC na área de robótica e sistemas inteligentes, representaram também o projeto iBot4CRMs, em que o INESC TEC participa, quer no stand que tinham no evento quer no workshop denominado “Urban Mining & AI-powered Robotics: Securing Europe’s Critical Raw Materials supply, que juntou investigadores, indústria e decisores políticos para discutir soluções robóticas e de IA para a recuperação sustentável de matérias-primas críticas. Ainda no contexto do projeto, Marcelo Petry participou na sessão “iBot4CRMs & Cogniman Sponsor Presentations” com uma apresentação sobre perceção, robótica e inteligência artificial.

“A recuperação de matérias-primas críticas a partir de resíduos eletrónicos e urbanos só se tornará economicamente viável com o desenvolvimento de metodologias que integrem inteligência artificial e robótica colaborativa. Soluções baseadas em IA permitem a deteção, classificação e localização de materiais e objetos, sistemas robóticos asseguram a realização de tarefas repetitivas – como desapertar, separar e manipular componentes -, enquanto operadores humanos oferecem flexibilidade para interpretar situações novas, imprevistos ou variações de produto que ainda não foram modelados”, afirma Marcelo Petry, investigador do INESC TEC.

Já Pedro Nuno Leite, investigador do Instituto na área de inteligência artificial e apoio à decisão, destacou na sessão “Enhancing resilience and sustainability of European critical infrastructures using ADR technologies” o trabalho desenvolvido pelo INESC TEC na resiliência e sustentabilidade de infraestruturas críticas europeias. A intervenção centrou-se nas soluções robóticas e algoritmos de IA do INESC TEC, que representam o estado da arte em inspeção e manutenção de turbinas em alto mar, através do desenvolvimento de drones, veículos de superfície e robots subaquáticos.

“É importante mostrar na Europa que as soluções robóticas são o futuro destas operações de manutenção, e que desenvolver robots com capacidades de decisão autónoma e resiliência a ambientes adversos é a forma mais eficaz de acelerar a sua adoção pelo mercado”, referiu o investigador. No mesmo contexto, foi ainda apresentado o projeto AEROSUB, que ambiciona viabilizar operações de inspeção não tripuladas em alto mar até 2028.

No jantar de encerramento, coube a Ricardo Bessa fazer o anúncio da edição do ADFR26: a organização fica a cargo do INESC TEC e o evento vai realizar-se no Centro de Congresso da Alfândega do Porto, entre os dias 13 e 15 de outubro de 2026.

“A escolha do Porto e do INESC TEC para organizar a edição de 2026 representa um reconhecimento internacional da qualidade científica e da capacidade organizativa que temos”, explica João Claro, presidente do INESC TEC, que esteve, em conjunto com outros investigadores da instituição, envolvido na candidatura feita para organização deste evento na cidade do Porto.

Estima-se que o ADRF26 consiga reunir na cidade do Porto mais de quinhentos especialistas, investigadores, decisores políticos e representantes da indústria, consolidando, assim, o papel de Portugal na vanguarda europeia nas áreas de inteligência artificial, dados e robótica.

 

Os investigadores mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC e à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

 

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