Em 2025, as datas são redondas: 40 anos de INESC TEC; 10 anos de Fórum do Outono. Numa altura em que a Inteligência Artificial (IA) faz parte das nossas vidas, o INESC TEC propõe uma reflexão alargada sobre a identidade, a ética e a sociedade num mundo tecnológico – afinal, qual é o papel do Humano na era da AI? No dia 17 de novembro, a Casa da Música será palco de uma discussão que procurará respostas para esta pergunta – e outras – e que não se ficará pela tecnologia e pela engenharia. As inscrições já estão abertas – aqui.
Será que a linha entre o criador da tecnologia e a própria tecnologia se começa a esbater? Será que a relação entre os humanos e as suas tecnologias caminha para um estado de concorrência ou de simbiose? Será que as pessoas podem deixar se ser as únicas decisoras e inovadoras? São muitas as perguntas que povoam o nosso dia-a-dia quando as conversas chegam à Inteligência Artifical.
Por isso, no ano em que celebra 40 anos de história, o INESC TEC lança um desafio alargado às diferentes áreas do saber para que se juntem e reflitam, conjuntamente, sobre os impactos sociais e a definição daquilo que pode ser o “espaço humano”, nesta era dominada pela IA. O Fórum do Outono não vai apenas promover um debate técnico; vai colocar em cima da mesa questões éticas, filosóficas, psicológicas e políticas que dizem respeito a todas as pessoas.
“Historicamente, cada grande mudança tecnológica destruiu certos empregos enquanto criou outros. A Era da Computação, por exemplo, automatizou muitas tarefas administrativas e industriais, mas deu origem às tecnologias de informação, ao software e às indústrias de serviços digitais”, explica Pedro Guedes de Oliveira.
De acordo com o Presidente Emérito do INESC TEC e Coordenador da Comissão Organizadora do Fórum do Outono, no que ao avanço tecnológico diz respeito, a Inteligência Artificial, em particular os modelos avançados de IA generativa e de aprendizagem automática, representa um salto qualitativo.
“Ao contrário das ferramentas anteriores, a IA não se limita a amplificar a capacidade humana – pode replicar ou até superar, de modo competente, certas tarefas cognitivas, redigindo textos, criando designs, programando, realizando análises jurídicas e diagnósticos. A IA não se limita a apoiar decisões; pode tomá-las”, refere.
Neste contexto, o evento, que, este ano, terá lugar na Sala Suggia, na Casa da Música, na tarde do dia 17 de novembro, conta com oradores internacionais e nacionais. Entre eles, destacam-se as duas Keynote Speakers, que trazem uma visão de vanguarda sobre modelos de linguagem, IA generativa e fundações matemáticas da IA. São elas: Marzieh Fadaee, diretora da Cohere Labs e antiga investigadora no Google Brain, especialista em modelos de linguagem e tradução automática, e Gitta Kutyniok, professora na Universidade Ludwig Maximilian de Munique, pioneira nas fundações matemáticas da Inteligência Artificial e cofundadora da startup EcoLogic Computing.
O Fórum do Outono conta ainda com uma mesa-redonda, que reúne um painel multidisciplinar de excelência, com nomes como Arlindo Oliveira (Instituto Superior Técnico, presidente do INESC), referência na investigação em algoritmos e IA, e Mário Figueiredo (IST), investigador sénior e líder na área da aprendizagem de máquina. Junta-se também José Carlos Príncipe (University of Florida), especialista em neuroengenharia e interfaces cérebro-computador, premiado internacionalmente. A perspetiva humanística e interdisciplinar estará representada por Sofia Miguens (Faculdade de Letras da Universidade do Porto), filósofa com vasta investigação sobre mentes humanas, animais e artificiais, e por Mário Boto Ferreira (Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa), psicólogo cognitivo e diretor do CICPSI (Research Center for Psychological Science), que estuda memória, tomada de decisão e aplicações sociais da IA.
A participação é aberta, mas sujeita a inscrição, que poderá ser realizada aqui, até ao dia 5 de novembro de 2025. Mais informação sobre o evento pode ser consultada aqui.
O Fórum INESC TEC do Outono é uma iniciativa anual que procura promover o diálogo entre ciência, tecnologia e sociedade, criando um espaço de debate crítico e multidisciplinar sobre questões centrais para o futuro coletivo.
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