Mais de quatro décadas passaram desde o primeiro dia de José Nuno Oliveira na Universidade do Minho (UMinho). No dia 14 de novembro, o Auditório A1 do Campus de Gualtar da Universidade do Minho (UMinho), em Braga, foi palco de uma despedida que mexeu com sentimentos e memórias. A comunidade da UMinho, e não só, reuniu-se para celebrar a dedicação de José Nuno Oliveira ao ensino, à investigação e à formação de gerações em Engenharia Informática.
A última aula e o reconhecimento de uma comunidade
A última lição de José Nuno Oliveira, com o tema “Quien sabe por Algebra, sabe scientificamente”, simbolizou a continuidade entre o passado, o presente e o futuro: um gesto de tradição académica, mas também de esperança nas novas gerações, onde o ensino de computação deve começar nos mais pequenos.
Durante a cerimónia, colegas, antigos alunos e docentes, juntamente com o Reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, e o Presidente da Escola de Engenharia, António Vicente, destacaram o papel estrutural de José Nuno Oliveira na afirmação da UMinho como polo de referência em Engenharia Informática a nível nacional.
Depoimentos emocionados falaram de “aulas com alma”, em concreto, aulas onde a ciência, o rigor e a humanidade se encontravam, onde a programação e os métodos formais ganhavam vida e sentido, não apenas como técnica, mas como filosofia, ferramenta e cultura de trabalho formativo e científico.
“Uma aula deixava de ser apenas uma aula. Era um exemplo, uma experiência que fica, porque ensinava com a cabeça e com o coração”, destacou um dos testemunhos. Pedro Guedes Oliveira, Presidente Emérito do INESC TEC, partilhou também o seu testemunho nesta sessão, destacando “a profundidade com que aborda os temas em que se envolve”.
Legado vivo: da academia às escolas
Com a jubilação de José Nuno Oliveira, encerra-se um capítulo de ensino universitário, mas abre-se outro: o legado. Através da ENSICO, os seus projetos de literacia computacional nas escolas secundárias do país, por exemplo, continuam a levar adiante a visão de que a computação deve começar cedo, com métodos acessíveis e pedagógicos. José Nuno Oliveira é um dos cofundadores desta associação e contribui ativamente na produção de conteúdos e na orientação científica.
O seu trabalho, desde cedo, no polo do INESC TEC da UMinho, para o qual contribuiu desde as suas origens, e as suas contribuições nacionais e internacionais, que o tornam uma referência na área de métodos formais e do software confiável, um campo essencial para o desenvolvimento de software fiável e robusto em Portugal, garantem que a influência do seu percurso vai além das salas de aula, estendendo-se também à investigação, à indústria e às futuras gerações de investigadores e engenheiros na área da Informática.
Uma despedida e um agradecimento coletivo
No encerramento da cerimónia, foi expressa uma gratidão profunda pela dedicação de décadas, pela formação de profissionais e investigadores, por ter ajudado a construir uma comunidade académica pautada pela excelência, curiosidade e integridade intelectual.
“A Universidade é hoje mais forte porque pôde contar convosco. O Departamento de Informática e a Escola de Engenharia são mais prestigiados porque se desenvolveram sobre alicerces que ajudaram a erguer”, destacou o Reitor da UMinho.
A cerimónia de jubilação decorreu em conjunto com a última aula de Pedro Rangel Henriques, também docente do Departamento de Informática da UMinho.
José Nuno Oliveira, natural da Apúlia, Esposende, com 70 anos, lecionou na UMinho desde 1978, depois de se licenciar em Engenharia Electrotécnica pela Universidade do Porto e obter mestrado e doutoramento em Ciências da Computação na Universidade de Manchester, no Reino Unido.
O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC e à UMinho.









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