A aplicação de rastreio do novo coronavírus já se encontra nos testes finais. Durante cerca de dez dias, colaboradores do INESC TEC e participantes nos Diários de uma Pandemia vão poder testar a tecnologia da STAYAWAY COVID.
Cerca de nove mil participantes no estudo Diários de uma Pandemia, juntamente com a comunidade INESC TEC, foram convidados a, voluntariamente, testar a aplicação de rastreio da COVID-19, podendo emitir o seu feedback em relação à usabilidade da mesma. Ao mesmo tempo, durante esta fase, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) vai realizar testes de escalabilidade, de caráter técnico, de forma a analisar e a comentar o código e as diversas decisões do desenho da solução. Estes testes vão ajudar a mitigar eventuais vulnerabilidades de segurança.
Desta forma, a fase piloto da aplicação STAYAWAY COVID pretende identificar potenciais problemas de instalação ou utilização num contexto real de uso, mas num grupo limitado de utilizadores, antes de se passar à fase de generalização.
Rui Oliveira, membro do Conselho de Administração do INESC TEC e Coordenador do projeto, salienta:
“Este teste piloto é extramente importante, pois permite testar o sistema todo e não apenas a aplicação móvel, com um conjunto de utilizadores muito diverso, em vários aspetos, e ter já uma noção dos requisitos de escala, permitindo extrapolar, com mais segurança, o que virá a solicitar o lançamento nacional”.
Autonomia e respeito pela privacidade dos dados
Assente em Bluetooth – e não em geolocalização – a STAYAWAY COVID vai permitir alertar rapidamente o utilizador para contactos de risco recentes. A tecnologia Bluetooth Low Energy (BLE) deteta quando duas pessoas – com a aplicação instalada – se encontram durante mais de 15 minutos e a menos de dois metros uma da outra, anotando os códigos trocados por cada dispositivo.
O sistema tem uma aplicação móvel e dois serviços de internet: um serviço de validação de um ato médico (um servidor a integrar os Serviços Partilhados do Ministérios da Saúde – SPMS) e um outro que estará na Casa da Moeda, um servidor de alta segurança, que guardará os códigos aleatórios, encriptados, que os telemóveis trocam.
Enquadramento legal
A fase de testes foi iniciada depois do Governo ter aprovado em Conselho Ministros o decreto-lei que define a Direção-Geral da Saúde (DGS) como entidade responsável pelo tratamento de dados da aplicação STAYAWAY COVID.
A aplicação já tem luz verde dos sistemas operativos da Apple e da Google e deverá ser lançada nas próximas semanas para a população nacional.
A STAYAWAY COVID foi desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), e pelas spin-offs Keyruptive e Ubirider, com a colaboração do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS).
O projeto de desenvolvimento foi promovido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito da Iniciativa Nacional em Competências Digitais e.2030, Portugal INCoDe.2030.
Mais informação está disponível online.
O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo à UMinho.