Ana Barros (CESE), Daniel Granhão, Guilherme Carvalho e Tiago Gonçalves (CTM)

Ana Barros (CESE)

A Ana coordenou o programa EIT no INESC TEC desde o início em 2019, com um sucesso assinalável. Em dezembro de 2021, foi anunciado o business plan para 2022, onde todos os projetos que o INESCTEC coordena ou participa foram aprovados. Estes sucessos deveram-se à capacidade, empenho e dedicação da Ana. A culminar o mês de dezembro, recebemos a notícia da aprovação do projeto europeu SoTecIn Factory, cuja proposta foi coordenada pela Ana. Por estes motivos, julgamos que é de toda a justiça que a Ana Barros seja ‘Extraordinária’ no mês de dezembro de 2021. Só é uma pena que a Ana tenha terminado a sua ligação ao INESCTEC no fim do ano passado, para abraçar outro desafio profissional”.

– Coordenação do CESE

Como caracteriza o seu percurso profissional no INESC TEC (principais conquistas, desafios, etc.)?

Diversificado e apaixonante! Penso que foram estas duas características que fizeram do INESC TEC a instituição onde permaneci mais tempo na minha carreira profissional (10 anos!) e onde conseguiria ficar durante os próximos 20 anos. As principais conquistas, que são sempre também desafios, foram: (1) os projetos que consegui angariar para o INESC TEC, pois deram-me a liberdade de criar a minha equipa e fazer a investigação que me motiva; (2) os alunos que doutorei (três terminaram e dois vão terminar este ano); (3) as visitas de investigação no estrangeiro (Carnegie Mellon University em Pittsburgh e Silicon Valley), cruciais tanto para o crescimento como investigadora científica, como para a angariação de novos projetos e alunos de doutoramento; (4) os serviços prestados a empresas e associações empresariais que muitas vezes unem as competências de vários centros do INESC TEC ao serviço da comunidade; (5) a inauguração do iiLab – Laboratório de Indústria e Inovação; (6) o lançamento do programa EIT Manufacturing e (7) as publicações, principalmente o livro Next Generation Supply Chains: A Roadmap for Research and Innovation e o número dois da revista INESC TEC Science & Society – High Added Value, Resilient and Sustainable Industry.

Qual a importância das atividades do programa EIT para o INESC TEC? Foi fácil encontrar um equilíbrio entre o trabalho desenvolvido no INESC TEC e o papel de coordenadora do EIT?

Muito importante por três razões:

  1. O INESC TEC é membro da associação EIT Manufacturing para a qual paga uma cota anual, que lhe permite concorrer ao financiamento específico do EIT Manufacturing (financiado no terceiro pilar do Horizonte Europa da Comissão Europeia). Assim, é importante para o INESC TEC tirar o melhor partido da participação nesta associação.
  2. O EIT Manufacturing financia atividades com nível de maturidade tecnológica alta, ou seja, ideal para financiar a transferência de tecnologia desenvolvida nos nossos restantes projetos, bem como as atividades das nossas spin-offs, ajudando-as a encontrar os primeiros clientes dentro dos 70 membros da associação.
  3. Quando as tecnologias ainda não estão maduras, o EIT Manufacturing dá-nos acesso a muitos parceiros, com os quais podemos colaborar na elaboração de propostas do Segundo Pilar do Horizonte Europa mais dedicado à investigação e desenvolvimento.

 Sim, foi fácil acomodar o papel de coordenadora do EIT Manufacturing no INESC TEC, pois está alinhado com o trabalho que já desenvolvia no âmbito dos projetos europeus.

Do que mais gosta no seu trabalho?

Da diversidade de temas e pessoas com quem trabalho, da oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do tecido industrial de Portugal e do desafio intelectual de juntar as pessoas certas, à volta de um problema da indústria, para chegar a soluções relevantes para as empresas.

Como comenta esta nomeação?

Bom, sempre quis estar na lista dos “Fora de Série” ou “Extraordinários”, por isso estou feliz de o ter conseguido! Muito obrigada.

Daniel Granhão, Guilherme Carvalho e Tiago Gonçalves (CTM)

“A Coordenação do CTM gostaria de propor para Extraordinários os investigadores Daniel Granhão, Guilherme Carvalho e Tiago Gonçalves pelo seu excecional desempenho no âmbito da competição internacional promovida pela International Telecommunications Union (ITU). Nesta competição, designada por ‘ITU AI/ML in 5G Grand Challenge’, os três investigadores conquistaram o primeiro lugar entre as 32 equipas finalistas dos 16 desafios da edição de 2021, numa final que decorreu em dezembro. A edição de 2021 deste challenge contou com cerca de 1600 participantes de 82 países. Os três membros do CTM, estudantes de doutoramento em áreas relacionadas com eletrónica e machine learning, juntaram as suas valências diferenciadas em redes neuronais para conceber uma solução para classificação rápida e eficiente de formatos de modulação rádio, reconhecida por um painel internacional como a melhor do concurso. Este é também um exemplo de uma colaboração multidisciplinar bem-sucedida entre diferentes áreas do CTM e multi-instituição, já que a equipa envolvia também um elemento externo do Instituto Politécnico de Leiria. Finalmente, gostaríamos de aplaudir a proatividade e iniciativa destes investigadores, que conseguiram articular perfeitamente as exigentes atividades do doutoramento com o esforço e dedicação que esta competição exigiu. Esperamos que este exemplo de sucesso sirva para motivar outros investigadores em doutoramento a participar neste tipo de iniciativas”. *

– Coordenação do CTM

Que desafios encontraram ao longo da competição?

Neste concurso, fomos desafiados a desenvolver um algoritmo de machine learning para a deteção de modulações em sinais de rádio, um problema comum no contexto de comunicações 5G. Especificamente, tínhamos o objetivo de desenvolver o algoritmo mais simples possível e assim tornar mais fácil a sua aplicação em situações reais, nas quais muitas vezes a energia e os recursos computacionais são limitados. Um desafio grande que encontramos foi a dificuldade associada ao compromisso entre recursos computacionais e tempo despendido que o treino de modelos como estes envolve.

Como os superaram?

A nossa equipa desenvolveu uma rede neuronal nova que, por si só, é bastante mais eficiente no seu uso de recursos. Para além disso, exploramos métodos de compressão para reduzir ainda mais a complexidade do algoritmo. Só foi possível desenvolver esta rede com o auxílio dos recursos computacionais do CTM (GPUs) devido às limitações de tempo impostas pela data-limite da competição.

Qual é o fator diferenciador do trabalho que desenvolveram?

O principal fator diferenciador é a grande vantagem em termos de eficiência que a nossa solução demonstra, quando comparada com soluções anteriores e outras soluções submetidas a concurso. O nosso algoritmo revelou ser cerca de 2.6x mais eficiente do que a segunda melhor submissão a concurso.

Como comentam esta nomeação?

É com enorme satisfação que recebemos esta nomeação. É sempre bom ver o nosso trabalho reconhecido e motiva-nos imenso para continuarmos a trabalhar com dedicação. Não podemos deixar de agradecer à equipa orientadora que nos juntou, motivou e ajudou a participar na competição, bem como ao INESC TEC pelos recursos disponibilizados.

* foi escolhido como porta-voz da equipa o investigador Daniel Granhão.

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