Artur Capela (CSIG)

Artur Capela (CSIG)

No âmbito de um projeto de I&DT com a Ordem dos Arquitetos (OA), uma equipa do CSIG concluiu o desenvolvimento de uma plataforma de votação eletrónica, tendo o Artur Capela liderado tecnicamente todo o processo, desde a especificação à instalação da plataforma em ambiente de produção. De salientar que o desenvolvimento da plataforma foi efetuado por uma equipa limitada (apenas dois elementos) e num contexto difícil, que incluiu mudanças orgânicas e de requisitos por parte da OA. Num verdadeiro ‘teste de fogo’ – as eleições da Ordem dos Arquitetos para o triénio 2020-2023 -, a utilização da plataforma de votação decorreu com inteiro sucesso, sem ter havido uma única falha, tendo a dedicação do Artur Capela merecido um reconhecimento público por parte da OA (que ficou registado em ata).Apesar da responsabilidade inerente a um projeto com esta visibilidade, o Artur Capela aguentou a pressão e foi capaz de cumprir com um planeamento cujos riscos, à partida, eram muito grandes.”

– Coordenação do CSIG

Tendo em conta todo o contexto (equipa limitada, várias mudanças, etc.), que desafios adicionais encontrou no decorrer do seu trabalho?

Para um desafio destes podiam ser ditas 1001 coisas, podia ser escrito um livro até! No entanto, o maior desafio penso que foi garantir que, apesar de todo esse contexto, a plataforma de votação iria estar devidamente preparada em todos os aspetos essenciais (e.g., a nível funcional, robustez, segurança, auditoria, ambiente de produção, eleição carregada e validada). Ou seja, preparada para poder ser usada, de forma totalmente fiável, com toda a confiança necessária, no período eleitoral previamente marcado, sem possibilidade de haver qualquer atraso, interrupção ou falhas graves que pudessem pôr o ato eleitoral em causa, nomeadamente no último dia até ao fecho e contagem com decifragem dos votos. O próprio ambiente de produção, por razões alheias à equipa do projeto, teve de ser preparado em cima do acontecimento em tempo recorde. Se pensarmos bem, uma plataforma de eleições é um sistema crítico devido a vários fatores, entre os quais: a garantia do voto ser secreto, a garantia do voto ser único e intransmissível, proteção contra ataques e adulteração das eleições, entre outros. Perante todo o contexto que tivemos, todas essas questões já por si complexas tomaram proporções maiores e mais exigentes. Foi um enorme desafio gerirmos as prioridades e fazer escolhas, para seguirmos abordagens eficientes na resolução dos problemas encontrados pelo caminho até ao acontecimento, sem perder o foco. A própria situação de pandemia que se vive apanhou a fase mais crítica da conclusão da plataforma e preparação das eleições, tendo sido um ponto adicional com o qual foi necessário lidar sem deixar que prejudicasse todo o processo. Houve muitos outros desafios que tiveram de ser superados, e.g., devido a particularidades do funcionamento das eleições da própria OA e à interação com outros sistemas, mas… dava um livro!

Como os superou?

Numa situação destas é preciso “vestir a camisola” para de facto se poder superar os desafios com que somos confrontados e dar tudo para os superar. Acho que algumas das palavras que melhor podem definir a superação destes desafios são: dedicação, empenho, foco e sentido de responsabilidade. O conhecimento também é importante e a equipa, embora reduzida, esteve à altura, mas um desafio destes muito dificilmente é ultrapassado sem os pontos que referi e sem a seriedade necessária face à situação, aceitar a realidade e ter em mente o sucesso como sendo o único desfecho possível. Foi também levada a cabo uma metodologia de testes progressiva de simulação de eleições para validar de forma verificável o funcionamento da plataforma perante a OA e nós próprios, que em muito ajudou a superar alguns dos desafios referidos.

Do que mais gosta no seu trabalho?

Há várias coisas, umas a nível mais pessoal, outras a um nível mais global. A nível pessoal gosto da flexibilidade, ambiente e condições de trabalho que tenho com o INESC TEC, e embora por vezes tenha desafios bastante complicados, como foi o caso, é uma boa sensação ultrapassá-los, assim como o facto de o trabalho ter uma componente de I&D também permitir o uso da criatividade para se criar soluções inovadoras. A um nível mais global gosto do facto de o meu trabalho não “ficar na gaveta”, sendo usado por milhares de pessoas e dessa forma ter um impacto e um contributo mais imediato, como foi o caso de ter tido um contributo fundamental na realização destas eleições da OA.

Como comenta esta nomeação? E o facto de o seu trabalho ter sido reconhecido publicamente pela OA?

Por um lado surpreendido, mas por outro lado também não fico surpreendido. Isto porque não estava a contar, mas por outro lado, perante toda a situação que foi muito complexa, ter tido um papel-chave e uma enorme responsabilidade depositada em mim, tendo cumprido com sucesso, dedicação e empenho, acho que é justo ser reconhecido e fico muito contente com isso. É um motivo de orgulho ter o reconhecimento por todas as partes, incluindo a Ordem dos Arquitetos, além da coordenação do CSIG e do responsável do projeto. O desafio foi “terabytesco”, mas acho que o resultado não podia ter sido melhor e assim se fechou mais um capítulo de forma muito positiva com sentido de dever bem cumprido e dando a habitual boa imagem do INESC TEC. É importante salientar que tal sucesso também não teria sido possível sem o apoio de todos os envolvidos, a quem agradeço todo o contributo que de alguma forma tiveram.

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