Carlos Ferreira (C-BER), Paulo Oliveira (CRAS), Pedro Carvalho, Leonardo Capozzi e João Pinto (CTM)

Carlos Ferreira (C-BER)

“O Carlos tem tido um trabalho facilmente adjetivável de extraordinário nos últimos quatro anos. Colaboro com o Carlos na direção do capítulo nacional da IEEE EMBS, cujo mandato terminou este mês com a eleição de uma nova direção, e os resultados são marcantes, e aqui sumarizados: o ENBENG 2019, com mais de 300 participantes; a reativação do SB ISEL e do quarto EMBS Student Branch em Portugal; os 46 eventos que a nossa comunidade EMBS PT organizou ou apoiou oficialmente; os seis IEEE EMBS distinguished lectures que ajudamos a trazer para eventos nacionais; o prémio de IEEE Portugal Outstanding Chapter Award em 2019; e a cereja no topo do bolo, que foi o prémio de Outstanding European EMBS Chapter Award recebido por uma equipa nacional alargada na conferência EMBC 2019, em Berlim. Apesar de a direção ter quatro elementos, considero o Carlos como o elemento mais fundamental para todo este sucesso. Em virtude disto, foi convidado e eleito para ser tesoureiro do IEEE Portugal, e para representante europeu do comité do desenvolvimento do IEEE EMBS. Outra faceta do Carlos é o seu trabalho no TEC4HEALTH, com um sucesso muito relevante este mês: a aprovação da primeira fase da proposta PRR do pacto de inovação em saúde, que totaliza mais de 6M€ de financiamento para o INESC TEC. Este foi talvez o resultado mais tangível de uma forte atividade do Carlos como business developer TEC4HEALTH, onde mais uma vez teve um papel fundamental para a caraterização e a promoção da área das tecnologias da saúde no INESC TEC. Finalmente, é de realçar que o Carlos consegue fazer isto em paralelo com os seus estudos de doutoramento, cujo plano de trabalhos associado ao seu CV lhe valeu o financiamento, há mais de um ano, pela FCT – através da atribuição de uma bolsa de doutoramento”.

– Coordenação do C-BER

Como caracteriza o seu percurso profissional no INESC TEC (principais conquistas, desafios, etc.)?

Comecei a colaborar com o INESC TEC há aproximadamente cinco anos, inicialmente ligado à minha dissertação de mestrado, seguido de uma bolsa de um projeto de investigação e atualmente com o doutoramento e gestão no TEC4HEALTH. A minha investigação tem sido principalmente em análise de imagem médica aplicada a imagens de tomografia computorizada para servir de apoio ao diagnóstico de cancro pulmonar. Considero que tem sido um percurso de aprendizagem, concretização académica e com muito networking. Apesar de a área da saúde ter as suas particularidades, principalmente por ser um setor muito regrado e com uma dimensão pequena em Portugal, tem sido gratificante o desenvolvimento de soluções e o apoio aos investigadores em propostas de projetos.

De que forma consegue conciliar as suas funções de business developer e o trabalho desenvolvido na IEEE Portugal e no seu doutoramento?

Não é fácil conciliar diferentes cargos. Tento fazer um planeamento rigoroso das minhas semanas de trabalho de forma a conseguir intercalar o desenvolvimento científico e ter reuniões decorrentes da lide do TEC4HEALTH. A IEEE surge em regime de voluntariado, pós-expediente. A representação em Portugal é responsável, em grande medida, pelo apoio na organização de conferências e na publicação de artigos de temas afetos a engenharia.

Do que mais gosta no seu trabalho?

Atualmente, no meu ponto de situação de trabalho, gosto da diferente natureza de tarefas que lido. Numa mesma semana de trabalho posso ter de programar, assistir e intervir em conferências, ajudar em candidaturas a projetos financiados e abordar e conhecer novas empresas.

Como comenta esta nomeação?

Quero agradecer ao Miguel Coimbra pelas oportunidades e confiança que me tem dado. Estendo de igual forma o meu agradecimento a todos os investigadores do C-BER e da estrutura INESC TEC que têm contribuído para a minha orientação e suporte. Quero continuar o bom trabalho e contribuir ainda mais para o crescimento da área da saúde no INESC TEC.

Paulo Oliveira (CRAS)

“A Coordenação do CRAS gostaria de propor para os ‘Extraordinários’ o Paulo Mónica Oliveira, pelo seu papel fundamental no projeto do navio ‘Mar Profundo’, desenvolvido no âmbito da infraestrutura TEC4SEA. O Paulo Mónica acompanhou ativamente todas as fases do projeto, desde as primeiras discussões em 2015, até aos acabamentos finais, já em 2021. O acompanhamento da construção foi de grande dificuldade, não só por ser um projeto novo de grande complexidade técnica, mas também pelas circunstâncias de ter decorrido nos estaleiros da empresa Nautiber, no Algarve, e porque uma parte significativa decorreu em tempo de pandemia. Apesar destas dificuldades, os seus conhecimentos técnicos de Engenharia Naval ajudaram a ultrapassar os obstáculos encontrados e as visitas regulares foram sempre seguidas de rigorosos relatórios do estado do desenvolvimento. O Paulo Mónica teve ainda um papel decisivo nos processos de registo, certificação e recrutamento de tripulação que permitiram a utilização do ‘Mar Profundo’ no exercício naval da NATO ‘REP(MUS)21’, realizado em setembro último. Obrigado, Paulo!”.

– Coordenação do CRAS

Que desafios encontrou no decorrer do seu trabalho?

O principal fator subjacente à maior parte das dificuldades que encontrámos no processo de construção deste navio foi o facto de estarmos a construir um navio único, especificamente adaptado aos objetivos do INESC TEC, para o qual não havia, portanto, precedentes.

Na fase inicial, isso criou-nos uma enorme dificuldade em conseguir produzir um Caderno de Encargos que nos permitisse obter o melhor navio possível com o orçamento de que dispúnhamos, mas sem exceder o limite da exequibilidade financeira da sua construção. Sem isso, iríamos lançar um concurso a que o mercado não conseguiria dar resposta, obrigando a iterações sucessivas que não eram temporalmente comportáveis. Foi um equilíbrio muito fino, como o são todos os equilíbrios que envolvem otimizações multicritério em clima de grandes incertezas. Os parâmetros a considerar não eram simplesmente técnicos e orçamentais, mas também o contexto legal associado a marítimos e embarcações, a geografia de subsolo do mar português onde queríamos ser capazes de operar, os objetivos operacionais que precisávamos de atingir, os constrangimentos em recursos humanos para operação do navio, os custos de operação e manutenção e a daí decorrente sustentabilidade financeira do recurso que íamos adquirir, etc., etc., etc. Tivemos a sorte de acertar à primeira, e de ver o concurso a ser ganho por um estaleiro português, do qual só temos bem a dizer.

Mais tarde, durante a construção, o facto de se tratar de um produto único voltou a colocar muitos desafios na escolha das soluções técnicas mais adequadas para cumprimento dos requisitos funcionais, mas entre o estaleiro e o INESC TEC tudo se resolveu.

Finalmente, tenho ainda de referir que o processo se desenvolveu em contexto de pandemia, confinamentos, e rotura de cadeias logísticas. Mais uma vez tudo se resolveu, mas não será nunca demais referir a boa vontade mútua e o clima de confiança que se estabeleceu entre o estaleiro e o INESC TEC, fatores determinantes na conclusão com sucesso de um processo que teve de vencer a sua quota parte de dificuldades.

Como os superou?

Fizemo-lo em conjunto. Levantando os problemas, elencando e discutindo abertamente as possibilidades de solução, e tomando depois decisões que quase sempre se tornaram consensuais. São poucos os problemas que não podem ser desatados de alguma forma quando uma equipa coesa e capaz se dispõe a resolvê-los.

Qual é o fator diferenciador do projeto em que esteve envolvido?

Como navio de investigação, o que distingue este nosso navio é o balanço que consegue oferecer entre os seus custos de operação e as suas capacidades operacionais. “Fazer quase o mesmo que os grandes, e custar quase o mesmo que os pequenos”; é isto que nos permite ser diferentes, e deter um recurso apetecível, tanto para nós como para as comunidades externas que queremos servir.

Como comenta esta nomeação?

Compreendo que seja mais prático lidar com apenas uma pessoa do que lidar com muitas, e que isso gera a necessidade natural de tentar concentrar em alguém algo que não lhe pertence: o trabalho de toda uma equipa. Mas, apesar do prazer que tenho em responder pela equipa e em enviar uma fotografia minha (1), para poupar a tal exposição os mais modestos de entre nós, tenho de impedir equívocos. Pessoalmente, limitei-me a fazer o que tinha a fazer, e não me senti nunca peça chave de processo nenhum. O que senti, isso sim, foi a motivação, dedicação, e capacidade de trabalho da equipa do CRAS, a qual não se poupou a esforços, a horas e a desoras, e soube colmatar todas as dificuldades que fomos encontrando ao longo deste processo. Ter conseguido trabalhar com uma equipa assim, isso é que foi extraordinário. Uma sorte extraordinária, mais precisamente.

(1) Paulo Oliveira no âmbito do projeto ‘Mar Profundo’

Pedro Carvalho, Leonardo Capozzi e João Pinto (CTM)

“A Coordenação do CTM gostaria de propor para Extraordinários a equipa formada pelos seus investigadores João Pinto, Leonardo Capozzi, e Pedro Carvalho pela excecionalidade do trabalho realizado no âmbito do demonstrador final do projeto EasyRide. A preparação do demonstrador necessitou de várias deslocações às instalações da Bosch Car Multimedia, em Braga, para, em colaboração com a equipa Bosch, adaptar e instalar os algoritmos desenvolvidos na plataforma no veículo de demonstração. Este processo foi realizado num período de tempo muito limitado e com muitas restrições de acesso à plataforma, obrigado a esforços redobrados. Foi uma atividade intensa e exigente, mas coroada de sucesso total. Os resultados finais apresentam uma elevada qualidade científica com demonstração em ambiente real”. *

– Coordenação do CTM

Que desafios encontraram no decorrer do vosso trabalho?

O projeto EasyRide foi bastante exigente, primeiro pelos elevados desafios científicos, e em segundo, porque não só foi praticamente todo realizado durante a pandemia, mas uma parte considerável foi em confinamento. Este cenário dificultou a interação entre os elementos das equipas que estavam a trabalhar, assim como o acesso a recursos importantes para a execução. O trabalho a realizar dependia fortemente da acessibilidade de dados audiovisuais representativos do cenário, assim como o teste no veículo e com o hardware disponível. Devido à pandemia, não foi possível proceder à aquisição dos dados, que envolviam a presença de múltiplas pessoas, nem interagir fisicamente com os elementos que estavam a fazer a instalação de equipamentos no veículo de teste.

Como os superaram?

Os diversos obstáculos que enfrentámos apenas puderam ser superados com a entrega e sentido de colaboração e responsabilidade dos elementos das equipas… e com criatividade. Houve um esforço grande da parte de todos para manter contactos regulares e um bom ritmo de trabalho, e procurar soluções, por vezes menos convencionais, para ultrapassar os obstáculos. Claro que tudo isto apenas foi possível por haver uma forte vontade por parte das equipas do INESC TEC e da Bosch Car Multimedia.

Qual é o fator diferenciador do trabalho que desenvolveram?

Do ponto de vista científico, abordamos o problema de caracterização da emoção e atividade dos passageiros tendo em conta dois eixos complementares: a utilização de informação multimodal para obter resultados mais robustos; a eficiência computacional dos módulos desenvolvidos de modo a adequá-los ao cenário. Em termos de projeto em si, a exigência colocada pelas especificidades do cenário, visão para produto e demonstração em ambiente real obrigaram-nos a sair da zona de conforto e ponderar, a cada passo, as consequências das nossas escolhas na aplicabilidade real dos algoritmos – desde a precisão em cenários reais à robustez em situações imprevistas.

Como comentam esta nomeação?

O projeto EasyRide foi um desafio exigente, com muito esforço no desenvolvimento, mas com o demonstrador a colocar ainda mais dificuldades. O sucesso no demonstrador, em ambiente real e com a interação dos visitantes, foi a prova que somos capazes de trabalho de alta qualidade; das publicações às aplicações reais, é excelente ver os nossos esforços reconhecidos. Obrigado à coordenação CTM pela nomeação e aos antigos colaboradores do projeto EasyRide – Luís Sanhudo e Afonso Sousa. Deixamos ainda um agradecimento especial aos colaboradores da Bosch Car Multimedia – Carolina Pinto, Ricardo Veloso, Niklas Hammerschmidt, Thomas Schulz, Margarida Oliveira, Joaquim Fonseca e Filipe Gonçalves – pela confiança e o incansável apoio durante todo o projeto.

* foi escolhido como porta-voz da equipa o investigador Pedro Carvalho

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