Eduardo Almeida e Luís Vilaça (CTM), Carlos Pereira, Carlos Silva, João Pacheco, Ricardo Andrade, Ricardo Silva e Vasco Campos (CPES)

Eduardo Almeida e Luís Vilaça (CTM)

“A Coordenação do CTM propõe para ‘Extraordinários’ os investigadores Eduardo Nuno Almeida e Luís Miguel Vilaça. O Luís e o Eduardo demonstraram uma dedicação e espírito de equipa extraordinários na instalação e configuração da plataforma SLURM nos recursos informáticos do CTM, mantendo em paralelo a sua atividade como bolseiros de projeto e estudantes de doutoramento. A sua contribuição na conceção da solução, e posterior configuração e resolução de problemas associados, foi crucial, face à complexidade do problema em mãos. Destaca-se ainda a ação de formação ‘SLURM@CTM – New version and how to use’, promovida por ambos e enquadrada num CTMeet UP, cujo sucesso se pode medir não só pela elevada participação dos investigadores do centro, mas também pelas qualidades técnicas e pedagógicas que ambos demonstraram. Esta nomeação é sustentada pelo profissionalismo, qualidade e agilidade com que o trabalho foi realizado, e cujos resultados tiveram impacto imediato na forma como o centro explora os seus recursos informáticos, com um aumento claro na eficiência e equidade na distribuição dos recursos, nomeadamente no acesso a GPUs”.

– Coordenação do CTM

A coordenação do CTM destaca a dedicação e espírito de equipa na instalação e configuração da plataforma SLURM. Podem explicar-nos qual o objetivo e como funciona a plataforma?

A plataforma SLURM é a nova infraestrutura de computação partilhada do CTM. Esta plataforma é composta por um conjunto de GPUs e CPUs que podem ser utilizados para executar tarefas complexas, tais como processamento multimédia e Machine Learning. Através de uma gestão automática e centralizada dos recursos, a plataforma SLURM distribui e agenda a execução das tarefas de acordo com os recursos disponíveis em cada momento. Para garantir uma utilização eficiente e equitativa dos recursos para todos os investigadores, são utilizados mecanismos de gestão de prioridade baseados em múltiplas métricas, entre as quais o número de tarefas agendadas pelos utilizadores. Além da instalação e configuração da plataforma, foram elaborados manuais de utilização e um sistema de gestão de issues/tickets para que os investigadores possam reportar problemas ou transmitir sugestões para a melhoria da plataforma.

Além da instalação e configuração da plataforma SLURM, promoveram também uma ação de formação sobre as especificações e uso da mesma. Que benefícios trará para os investigadores?

A introdução da plataforma SLURM representa uma mudança de paradigma na forma como os investigadores do CTM acedem e utilizam os recursos computacionais do centro. Dado o elevado custo de alguns componentes, tais como GPUs, torna-se essencial otimizar a sua utilização, sem prejudicar a justiça e equidade no acesso aos mesmos.

No paradigma anterior, cada investigador dependia de um conjunto limitado de recursos computacionais, cujo acesso era gerido de forma manual e que podiam não estar a ser totalmente aproveitados a todo o momento. A centralização dos recursos na plataforma SLURM possibilita uma utilização mais eficiente e equitativa por todos os investigadores, gerindo de forma automática a distribuição das tarefas agendadas pelos recursos disponíveis e ajustadas às suas necessidades.

Como complemento à documentação e aos manuais de utilização elaborados, esta ação de formação permitiu explicar os conceitos mais importantes sobre a nova plataforma, através de exemplos práticos, para que os investigadores do CTM pudessem aprender a utilizar o sistema no decurso das suas atividades de investigação. A vertente interativa e prática da sessão permitiu, também, o esclarecimento de dúvidas frequentes e a recolha de comentários para a melhoria da plataforma.

O que mais apreciam no vosso trabalho?

Enquanto estudantes de doutoramento e investigadores em telecomunicações e tecnologias de comunicação multimédia, sentimo-nos particularmente motivados com a oportunidade de instalar e administrar uma nova plataforma de computação partilhada para apoio às atividades de investigação do CTM. Esta oportunidade permitiu-nos adquirir e consolidar importantes competências na área de administração de sistemas e DevOps, que têm uma forte procura na indústria tecnológica. Por outro lado, a possibilidade de utilização da plataforma SLURM no decurso das nossas próprias atividades de investigação e doutoramento, torna o projeto ainda mais aliciante e desafiante.

Como comentam esta nomeação?

Gostaríamos de agradecer o reconhecimento do nosso trabalho e esforço por parte da coordenação do CTM. A concretização deste projeto acarretou diversos desafios técnicos, considerando a complexidade da plataforma, os objetivos traçados pela coordenação e os requisitos dos investigadores. Grande parte destes desafios deveram-se à necessidade de criar uma solução eficaz, escalável e de fácil manutenção, objetivos esses alcançados através do excelente espírito de equipa e partilha de conhecimento. Sentimo-nos especialmente realizados com o trabalho desenvolvido, que se traduz numa utilização crescente da plataforma SLURM por parte dos investigadores. Gostaríamos, por fim, de agradecer à coordenação do CTM, particularmente ao Filipe Ribeiro, pelo apoio prestado na concretização deste projeto.

Carlos Pereira, Carlos Silva, João Pacheco, Ricardo Andrade, Ricardo Silva e Vasco Campos (CPES)

“O Carlos Pereira, o Carlos Silva, o João Paulo Pacheco, o Ricardo Andrade, o Ricardo Silva e o Vasco Campos, contribuíram de forma empenhada e decisiva para a demonstração de vários casos de uso do projeto H2020 InterConnect para vários públicos-alvo, nomeadamente a Comissão Europeia. Foram responsáveis pela elevada qualidade e sucesso da demonstração feita, dos conceitos de interoperabilidade semântica (assente em SAREF), em plataformas digitais que estarão em breve ao dispor de parceiros como a Sonae, Schneider, Sensinov e E-Redes. Estas permitirão explorar a flexibilidade energética em edifícios terciários e domésticos e contribuir para operação mais eficiente da rede elétrica”.

– Coordenação do CPES

Têm estado envolvidos no InterConnect, o maior projeto de investigação europeu até à data e liderado pelo INESC TEC. Quais têm sido os principais desafios do trabalho que têm desenvolvido no âmbito deste projeto?

“Desafio” é uma das palavras que melhor caraterizam este projeto que, curiosamente, apesar da sua dimensão e complexidade, tem como um dos principais objetivos simplificar e melhorar a interoperabilidade entre sistemas digitais do setor elétrico. Não obstante, como podem imaginar, em projetos desta magnitude (50 parceiros de sete países da UE) as expectativas são sempre elevadas pelo que os principais desafios são manter a calma, a capacidade de trabalho e o compromisso entre todos os parceiros para correspondermos com qualidade aos desafios propostos.

Demonstraram os conceitos de interoperabilidade semântica em plataformas digitais que estarão em breve ao dispor de parceiros. De que plataformas falamos e quais serão os principais benefícios que trarão a estas entidades

Nesta última demonstração apresentamos múltiplos protótipos que já utilizam interoperabilidade semântica para comunicar de forma inteligente, segura e mais interoperável. No que respeita à monitorização de redes de distribuição estamos a desenvolver, em conjunto com a E-REDES, um protótipo para monitorização em tempo real de falhas e respetiva origem na rede elétrica. Em complemento, para prevenir possíveis problemas para o dia seguinte na rede elétrica, recebemos as necessidades de flexibilidade da E-REDES, comunicando de volta, através de um agregador, a respetiva flexibilidade dos utilizadores finais. Como este agregador pode receber flexibilidade de vários “Energy Managers” com caraterísticas diferentes, estas comunicações são totalmente interoperáveis e validadas pela ontologia SAREF, de modo a garantir a abstração dos dados trocados. Temos também um piloto comercial com dois casos de uso que exploram a flexibilidade energética existente nas superfícies comerciais da SONAE MC.

O primeiro consiste na demonstração de um sistema IoT interoperável para monitorização, previsão e controlo da flexibilidade de consumo dos sistemas de frio de supermercados, passando estes sistemas a ter um papel cada vez mais ativo na resposta às necessidades do operador da rede de distribuição durante a gestão da rede elétrica. Além do caráter inovador dos sistemas envolvidos, como é o caso do sistema de previsão de flexibilidade de consumo desenvolvido pelo INESC TEC, temos aqui um exemplo de um ecossistema assente em plataformas de múltiplos parceiros (SONAE MC, Schneider Electric, Sensinov, E-REDES e INESC TEC) que comunicam entre si de uma forma simples e uniforme, utilizando os conceitos de interoperabilidade semântica explorados neste projeto.

Para o segundo caso de uso estamos a desenvolver um protótipo, criado com recurso a uma combinação de técnicas de aprendizagem automática e otimização, que usa dados reais das estações de carregamento de veículos elétricos dos supermercados para, de uma forma inteligente, gerar incentivos capazes de promover o carregamento de veículos durante horas em que preço de eletricidade é mais baixo (p.e., excedente de produção fotovoltaica).

O que mais apreciam no vosso trabalho?

É um privilégio trabalhar em projetos deste tipo onde concretizamos um conjunto de ideias ambiciosas, originalmente concebidas em salas de reunião (virtuais ou reais) do INESC TEC, que mais tarde se transformam em impacto real e reconhecimento. Em suma, todos valorizamos o enorme desafio de sentirmos que estamos a contribuir para algo realmente grandioso e de aplicabilidade imediata, não só em meios académicos e científicos, mas também nas empresas comerciais e industriais, com grande benefício para todos.

Como comentam esta nomeação?

Agradecemos esta nomeação pela coordenação do CPES que nos distingue não só a nós pela qualidade deste trabalho específico, mas também a todos os que têm participado no projeto como um todo, contribuindo de forma ativa para o seu sucesso e destaque do INESC TEC a nível nacional e internacional. Gostaríamos ainda de deixar um agradecimento especial aos incansáveis Fábio Coelho (HASLab) e Rúben Queirós (CTM) e a todos os envolvidos nesta fase de demonstração.

 

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