José Villar (CPES) e João Vinagre (LIAAD)

José Villar (CPES)

“No mês de setembro, o José Villar desenvolveu trabalho de elevada qualidade em diferentes projetos, com especial destaque para o estudo de diferentes modelos para a constituição e operação de comunidades de energia e mercados de troca de energia elétrica entre pares (peer-to-peer). Em paralelo, juntamente com outros investigadores do CPES, teve um papel fundamental na conclusão da demonstração em ambiente real do projeto europeu EU-SysFlex”.

– Coordenação do CPES

Tendo em conta todo o contexto, que desafios encontrou no decorrer do seu trabalho?

Supondo que o contexto é a pandemia da COVID-19, e que a pergunta se foca nos desafios e implicações que a pandemia tem tido no nosso trabalho.

Nesse sentido, em primeiro lugar, acho que, como instituição, temos sido inteligentes na adaptação às restrições e às necessidades que a pandemia tem imposto, com uma boa disponibilização de meios, flexibilidade e confiança nas pessoas, pontos importantes que têm contribuído para manter uma atividade amigável e produtiva do nosso centro.

Também acho que o setor da energia (que é o setor que eu melhor conheço) tem, de facto, conseguido adaptar-se bem ao contexto pandémico. Essa adaptação do setor parece-me ter tido como consequência uma reação no sentido de manter ou aumentar a atividade e os projetos, o que conjuntamente com o esfoço contínuo e a pressão institucional para conseguir projetos – também possivelmente consequência da incerteza gerada pelo contexto pandémico – tem feito com que a nossa atividade nos projetos tenha sido, por vezes, demasiado elevada e difícil de manter, o que tem sido e possivelmente irá continuar a ser um grande desafio.

Passar de relacionamentos mais pessoais aos relacionamentos mais virtuais, mediante aplicações de teletrabalho, tem sido outro desafio importante. Para as pessoas já mais integradas nos centros de trabalho, tem sido, certamente, mais simples do que para as pessoas que têm “aterrado” nos centros mais recentemente. O seu relacionamento com os atuais membros das equipas de trabalho tem-se afigurado como um grande desafio.

Como os superou?

Se foram superados ou não, não tenho uma resposta evidente. Eu diria que estamos a conseguir superá-los mais ou menos, e uso propositadamente o plural porque não acredito demasiado nas iniciativas individuais, pelo menos não demasiado no meu caso, pois preciso e gosto do apoio das pessoas com quem trabalho habitualmente. Nesse sentido, posso dizer que todos temos tido que dedicar muitas horas de trabalho conjunto para tentar encarar esses desafios, tanto os colegas que, como eu, estão a supervisionar pessoas, como os colegas que estão a ser supervisionados, e tentar gerir a pressão que estamos seguramente a transmitir-lhes. Tentar manter um relacionamento o mais pessoal e frequente possível, e uma grande disponibilidade para tentar que ninguém fique parado à espera de respostas que podem ser rápidas, são estratégias simples, mas úteis.

Apesar das muitas horas de trabalho, tentar respeitar também a vida privada/pessoal com um descanso mínimo é também uma estratégia indispensável.

Além dos pontos anteriores, acho que promover a colaboração entre as pessoas, interrelacionar os grupos de trabalho, e confiar na ajuda dos colegas de trabalho próximos e no apoio da coordenação do CPES são também estratégias relevantes para ter sucesso nos desafios.

Do que mais gosta no seu trabalho?

Tenho a sorte de gostar de trabalhar e de fazer investigação nos tópicos em que estou envolvido, e gosto de trabalhar em equipas.

Antes de estar no INESC TEC, passei por uma etapa com muitas atividades de gestão. Agora, voltei a disfrutar do trabalho mais técnico, mesmo que não consigamos sempre os resultados desejados; ainda assim, participo em algumas tarefas de gestão – que, com moderação, também nos permitem partilhar a nossa experiência e vontade de melhorar o funcionamento das unidades e centros onde estamos inseridos.

Como comenta esta nomeação?

Fico realmente agradecido; mas, honestamente, não considero estar a desenvolver um papel melhor do que as pessoas que trabalham comigo – nem, garantidamente, das pessoas que melhor conheço e mais admiro, que são aquelas com quem mais trabalho e em quem confio plenamente. De facto, apesar de ser mais velho do que muitos dos meus colegas, não deixo de aprender com eles em muitos dos tópicos técnicos e de gestão que eles conhecem melhor, seja por que motivo for

Tento fazer bem o meu trabalho, até onde consigo e com os recursos que temos, e agradeço esta nomeação; fico contente por ver que a coordenação valoriza o meu desempenho, sendo isto também um estímulo para tentar melhorar, ou pelo menos para tentar manter o meu nível.

No entanto, julgo que consegui transmitir nesta pequena entrevista o facto de que, para mim, é o trabalho coletivo que dá melhores resultados, e estendo a nomeação aos colegas com quem trabalho regularmente.

E pegando no exemplo concreto mencionado na nomeação, não vou negar uma grande dedicação pessoal ao projeto EU-SysFlex, mas esse papel fundamental na demostração deve ser estendido às outras pessoas envolvidas, que tiveram papéis-chave, tanto na coordenação do projeto por parte do INESC TEC, como no desenho, desenvolvimento e testes para tentar manter o nível de excelência exigido.

João Vinagre (LIAAD)

“A coordenação do LIAAD gostaria de propor o João Vinagre, pelo trabalho de grande valor e de muita responsabilidade que fez na organização do congresso internacional DSAA 2021”.

– Coordenação do LIAAD

Tendo em conta todo o contexto, que desafios encontrou no decorrer do seu trabalho?

O desafio principal foi a sincronização entre todas as atividades que envolveram as plataformas digitais de suporte à conferência – que foi 100% virtual. Tivemos a aplicação da conferência virtual, com a agenda, muitas dezenas vídeos de apresentação dos artigos, posters, fóruns de discussão, etc., bem como a gestão de três sessões paralelas via Zoom, com diferentes configurações consoante o tipo de sessão (keynotes, sessões de artigos, tutoriais, painéis, entre outros), ao mesmo tempo que tínhamos que responder às solicitações dos participantes através de vários canais. Garantir que nada falharia foi desafiante.

Como os superou?

Com a ajuda de vários elementos da equipa de organização (sobretudo dos voluntários), e também com o apoio dos serviços de informática do INESC TEC (SAS e SRC).

Do que mais gosta no seu trabalho?

De aprender e dar utilidade a esse conhecimento.

Como comenta esta nomeação?

Obviamente, agradeço, mas não posso deixar de a partilhar com toda a equipa, em particular com os voluntários.

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