Miguel Romariz (CTM)
“A coordenação do CTM propõe para ‘Extraordinário’ o investigador Miguel Romariz. Esta nomeação é sustentada pelo profissionalismo, disponibilidade e qualidade do trabalho realizado pelo Miguel nas múltiplas atividades em que esteve envolvido, atingindo contributos extraordinários, em especial nos projetos CINDERELLA e HfPT. O Miguel é responsável pela integração das ferramentas e algoritmos desenvolvidos nestes dois projetos, bem como pelo desenvolvimento dos componentes necessários para a integração com as ferramentas dos parceiros de ambos os projetos. Durante o mês de outubro, o Miguel excedeu largamente os objetivos, numa fase crítica de ambos os projetos, onde foi necessária a demonstração das tecnologias, e o envolvimento do Miguel foi fundamental. Durante este período, a disponibilidade do Miguel foi excecional, muito pela simultaneidade das necessidades em ambos os projetos, sendo o seu desempenho e contributos amplamente elogiados pelos parceiros dos projetos”.
– coordenação do CTM
O Miguel está envolvido nos projetos CINDERELLA e HfPT, na integração de ferramentas e algoritmos.
Pode descrever, de forma um pouco mais específica, o trabalho desenvolvido em cada um dos projetos?
O trabalho para os dois projetos é muito semelhante: consiste no desenvolvimento de uma pipeline de comunicação com empresas externas, para que estas possam utilizar os nossos algoritmos e obter os resultados destes.
Que resultados gostaria de destacar relativamente às duas iniciativas?
Apesar de o trabalho ser semelhante para os dois projetos, a finalidade é muito diferente. Para o projeto CINDERELLA, é bom realçar que com esta comunicação, os algoritmos desenvolvidos estão a ser utilizados por clínicos de países diferentes, o que permite obter feedback variado e, mais importante, uma grande diversidade de dados para melhoria e desenvolvimento de algoritmos. Sobre o projeto HfPT, saliento a facilidade com que os clínicos irão conseguir gerar relatórios e anotar dados clínicos, através da interface web que utiliza os nossos algoritmos.
Quais são os principais desafios que enfrenta no decorrer do seu trabalho?
Diria que o principal desafio é a sincronização do meu trabalho com as equipas das outras empresas. Por exemplo, com a CANKADO, a equipa de IT deles está localizada na Índia e com a diferença horária, é desafiante trabalhar em conjunto.
Do que mais gosta no seu trabalho?
Poder conjugar o meu trabalho, informática, com outra área que gosto muito, a saúde. Também, sentir que estou a desenvolver algo que poderá ter um impacto positivo nas pessoas é desafiante.
Como comenta esta nomeação?
Estou muito orgulhoso por ver o meu trabalho e o meu esforço reconhecido.
Sofia Maciel (SCOM)
“O SCOM nomeia a Sofia Maciel pelo trabalho que tem feito no podcast Science Bits, desde que agarrou o desafio no início de 2022. A Sofia conseguiu, graças ao trabalho de qualidade que tem feito, que o Science Bits fosse nomeado no único festival de podcasts português (o PODES) na categoria ‘Ciência, Tecnologia e Educação’. Apesar de não termos conseguido vencer o prémio este ano, foi um excelente passo no reconhecimento do trabalho que temos feito no que diz respeito à comunicação de ciência. A Sofia é responsável por todo o programa, desde a preparação das entrevistas, que requer um grande trabalho de investigação, à discussão do guião com os entrevistadores, à gravação do episódio e à respetiva edição”.
A Sofia está responsável pelo Science Bits há aproximadamente dois anos; consegue fazer um breve retrato sobre como tem sido este trabalho? Principais desafios, metas alcançadas, objetivos ainda por cumprir, etc.?
Costumo dizer que o Science Bits é trabalho, mas, ao mesmo tempo, é como se não fosse trabalho. Ter este podcast em mãos, há quase dois anos, tem sido um excelente desafio. Por um lado, porque me dá a oportunidade de todos os meses conversar com investigadores sobre diferentes temas – este ano, por exemplo, arranquei “debaixo de água” à boleia do nosso robô UX-1Neo, passei pela energia, pela agricultura, pela indústria e, a bem da verdade, ainda não sei exatamente como o vou terminar. Por outro lado, o Science Bits permitiu-me explorar um mundo que já me era tão familiar ao ouvido, mas não às mãos: o podcast. Daí, afirmar que tem sido um desafio e tanto. Agarrei-o com a responsabilidade de saber estar a dar seguimento a um projeto com dois anos, na altura, que vinha sendo feito com tremenda dedicação pelos meus colegas. Mas agarrei-o, também, com a felicidade de poder trabalhar um formato que nunca até aí havia trabalhado, mas que quase diariamente consumia. Sobretudo, por ser um formato com tanto potencial e em constante crescimento, um pouco por todo o mundo.
No Serviço de Comunicação do INESC TEC, temos procurado que o Science Bits seja cada vez mais um espaço de partilha de estórias sobre ciência e tecnologia. Um espaço não só de partilha de estórias sobre projetos, tecnologias, mas sobretudo sobre pessoas: os nossos investigadores. E o melhor indicador que podemos ter de que estamos no bom caminho é a forma como as nossas pessoas se disponibilizam, se entusiasmam e, sem grandes dúvidas, aceitam o desafio e dão a conhecer o seu trabalho e o seu percurso. Além disso, sentimos estar a construir uma comunidade em torno do Science Bits e isso impele-nos a continuar.
Aproximamo-nos de uma época muito dada a balanços, por isso, olhando à parte da pergunta que se refere a metas e a objetivos, posso apenas adiantar que vamos continuar a tirar proveito deste formato para levar a nossa ciência, a nossa tecnologia, a nossa inovação, através da voz das nossas pessoas, para lá das nossas portas.
O podcast foi nomeado para o PODES; quão importante é esse reconhecimento, e de que forma se traduz em incentivo para o futuro?
É um reconhecimento excelente! Recebemos a notícia com a maior das satisfações, porque entendemos que esta nomeação no âmbito dos prémios PODES valida o trabalho que temos vindo de forma consistente a fazer ao longo dos últimos quatro anos e coloca-nos na dianteira daquilo que se faz em termos de comunicação de ciência em Portugal. Estar entre os cinco nomeados na categoria “Ciência, Tecnologia e Educação” reforça a nossa dedicação ao formato, a qualidade do conteúdo que produzimos e o contributo que temos vindo a dar não só na divulgação da ciência e da tecnologia, mas também na promoção da discussão e reflexão em torno das diferentes temáticas que vamos abordando a cada episódio. Esta nomeação acarreta responsabilidade, mas também nos incentiva a continuar a trabalhar de forma consistente, inovadora e arrojada.
O que mais aprecia no seu trabalho?
Esta é uma pergunta difícil, porque a Comunicação, em particular, a Comunicação de Ciência consegue ser tão estimulante quanto desafiante. Ainda assim, diria que o que mais aprecio no meu trabalho é fazer perguntas. Eu explico: agrada-me o desafio de conseguir desmistificar, desconstruir – que é uma grande parte do trabalho de produção do Science Bits. Para isso, é preciso estudar, procurar, perguntar, assimilar e voltar a perguntar – as vezes que forem necessárias. Ter curiosidade é o primeiro passo para se conseguir comunicar, mas é difícil comunicar algo que não se compreende. Por isso, fazer muitas perguntas, ou as certas, pelo menos, é mais do que meio caminho andado.
Como comenta esta nomeação?
Fico muito feliz com esta nomeação. Não poderia ser de outra forma, sobretudo por se relacionar com o Science Bits que é – e agora termino como comecei – trabalho, mas, ao mesmo tempo, é como se não fosse trabalho. Ah! Esperem. Tenho de terminar de uma outra forma. Uma que me é mais querida: perguntas. Por acaso, já ouviram o Science Bits?