Eduardo Nuno Almeida e André Coelho (CTM), Paula Rodrigues (HASLab), Eduardo Campos (C-BER) e Paula Castro (CPES)

Eduardo Nuno Almeida e André Coelho (CTM)

“A Coordenação do CTM gostaria de propor para ‘Extraordinários’ os investigadores Eduardo Almeida e André Coelho. Esta nomeação é sustentada no trabalho exemplar desenvolvido pelo Eduardo e André no projeto europeu ResponDrone, em particular no desenvolvimento do software de gestão da rede aérea, seleção e integração do hardware, planeamento de testes de campo e preparação da demonstração final da solução de comunicações desenvolvida. O nível de excelência do trabalho, reconhecido também pelos parceiros e avaliadores do projeto, resultou num contributo decisivo para o sucesso da demonstração final do projeto. Esta prestação vem reafirmar a posição do INESC TEC como parceiro internacional relevante na área das redes de comunicações sem fios aéreas, definida como estratégica para o CTM desde 2011, o que permitirá o fortalecimento e a criação de novas parcerias internacionais relevantes”.

– Coordenação do CTM

Esta nomeação surge pelo trabalho desenvolvido no projeto ResponDrone. Qual foi o maior desafio que encontraram durante a execução deste projeto?

O projeto europeu ResponDrone é constituído por um consórcio alargado de diferentes países. Tendo grande parte deste projeto decorrido durante a pandemia COVID-19, as restrições impostas pelos vários países dificultaram o desenvolvimento e a integração dos componentes experimentais de cada parceiro na plataforma ResponDrone, bem como a preparação e execução da demonstração final do projeto. Além disso, a disponibilidade limitada de componentes eletrónicos no mercado, efeito que se intensificou a partir de 2020, obrigou a um desenvolvimento particularmente atempado e minucioso, por forma a minimizar a margem de erro, salvaguardar imprevistos e garantir o cumprimento dos prazos e requisitos do projeto.

Como avaliam o impacto dos resultados do projeto? E qual é o principal fator inovador das atividades que desenvolveram?

O projeto ResponDrone desenvolveu uma plataforma para equipas de salvamento, baseada em veículos aéreos não tripulados (drones), que permite agilizar a avaliação da situação operacional em cenários de desastre, reduzir a complexidade da partilha de informação entre equipas de salvamento e centros de comando, e apoiar a tomada de decisões e a gestão das operações de emergência, com base em dados recolhidos em tempo real e representados de forma intuitiva numa plataforma acessível através da Internet.

O INESC TEC foi responsável pelo desenvolvimento da solução de comunicações do ResponDrone, que permite estabelecer, restabelecer e reforçar a cobertura da rede sem fios de banda larga, tirando partido de nós de comunicações Wi-Fi e 4G transportados a bordo dos drones. Os drones são posicionados e configurados de acordo com os requisitos das equipas de salvamento no terreno, de forma a maximizar o desempenho da rede. Esta rede aérea sem fios privada garante a operação da plataforma ResponDrone de forma autónoma e independente do estado das infraestruturas de comunicações no terreno, que são suscetíveis de entrar em colapso e oferecer desempenho insuficiente, bem como da presença de obstáculos físicos, como colinas, vales e edifícios. Além da utilização por parte das equipas de salvamento, também as vítimas poderão tirar partido da rede aérea sem fios para pedir socorro ou auxiliar nas operações de salvamento. 

Do que mais gostam no vosso trabalho?

Como investigadores e estudantes de doutoramento em telecomunicações, sentimo-nos particularmente motivados com a possibilidade de podermos contribuir, através das soluções que desenvolvemos, para a melhoria da qualidade de experiência oferecida a utilizadores de redes e serviços de comunicações em aplicações realistas e relevantes para a sociedade. Por outro lado, a possibilidade de desenvolver protótipos experimentais das soluções concebidas e integrá-las com outras soluções existentes no mercado, ou desenvolvidas por parceiros em projetos, permite-nos concretizar a visão idealizada nos nossos doutoramentos, além de elevar as nossas competências nestas áreas tecnológicas.

Como comentam esta nomeação?

Gostaríamos de agradecer o reconhecimento por parte da Coordenação do CTM e partilhar a nomeação com a equipa do INESC TEC que participou no projeto ResponDrone, nomeadamente Helder Fontes, José Ruela, Manuel Ricardo e Rui Campos. O empenho e contributo de cada membro da equipa foi decisivo para o cumprimento dos objetivos traçados para o projeto.

Paula Rodrigues (HASLab)

“Este mês gostaríamos de nomear a Paula Rodrigues. A Paula tem, ao longo do tempo, vindo a consolidar a divulgação e presença do HASLab, quer na comunidade INESCTEC, quer nas outras comunidades em que estamos envolvidos, garantindo a divulgação das nossas atividades nessas comunidades. A capacidade de comunicação, espírito de equipa, dedicação, simpatia, e disponibilidade da Paula são fundamentais para a coesão do HASLab e extravasam as atividades de comunicação que lhe estão atribuídas. A sua preocupação com todos os detalhes em tudo o que se envolve, resulta normalmente em rasgados elogios, como a recente organização do MUG e a review do RISC2 comprovam. Parece-me que são razões mais do que suficientes para a nomeação da Paula como Extraordinária”.

– Coordenação do HASLab

Esteve envolvida na organização do evento MUG 2022, que reuniu dezenas de participantes com interesse na área de HPC. Quais foram os principais desafios que encontrou ao longo de toda a preparação do evento?

A edição de 2022 do MUG, que decorreu nos dias 7 e 8 de julho, no Porto, foi verdadeiramente um desafio. Em 2021, a edição do MUG foi muito direcionada aos utilizadores do MACC e teve uma abordagem muito mais técnica sobre vários tópicos relacionados com HPC. Já esta edição, foi pensada desde início com uma abordagem diferente, capaz de potenciar o contacto direto entre os utilizadores e potenciais utilizadores do MACC, mas também promover o networking entre diferentes stakeholders ligados à comunidade de HPC em Portugal e na Europa.

Em resultado disso, a definição da agenda e dos oradores foi uma das fases mais difíceis de fechar, uma vez que dependia de muitos fatores não controlados pela organização. Ainda assim, perceber que esta abordagem funcionou e permitiu alcançar todos os objetivos definidos para o evento é super bom.

Esta nomeação surge, também, no âmbito da review do projeto RISC2, no qual o INESC TEC lidera as atividades de comunicação e disseminação. Pode falar-nos um pouco sobre o projeto e o tipo de trabalho que desenvolve?

O projeto europeu RISC2 é um dos projetos do HASLab no qual estou responsável pela comunicação e disseminação dos resultados I&D, no entanto, é o primeiro projeto da tipologia Coordination and Support Action no qual eu colaboro e lidero as atividades de comunicação. O RISC2 é um projeto que pretende, essencialmente, promover a cooperação internacional na área de HPC entre a academia e indústria da Europa e da América Latina.

Sendo um projeto com um objetivo diferente dos anteriores nos quais colaborei, o trabalho de comunicação e disseminação acaba também por ter um caminho diferente. Por isso, perceber que a avaliação dos experts da Comissão Europeia, que aconteceu no dia 11 de julho, foi muito positiva é claro muito bom. Acima de tudo, significa que a comunicação do projeto está a ter o impacto esperado.

Relativamente ao trabalho que desenvolvo neste âmbito da comunicação e disseminação dos resultados, temos tido a possibilidade de apostar nas várias ferramentas de comunicação, nomeadamente, planear e executar ações de comunicação enquadradas no marketing digital, na publicidade, nas relações-públicas, bem como no marketing direto.

Do que mais gosta no seu trabalho?

Inexistência de rotina. As diferentes ferramentas e ações de comunicação ajudam a que cada dia seja um dia diferente do anterior. Acho que este é ponto que mais gosto naquilo que faço.

Como comenta esta nomeação?

É com grande orgulho e sentido de missão que recebo esta nomeação. No entanto, nada seria possível concretizar sem a colaboração e inter-ajuda de várias equipas. Em especial, aproveito esta oportunidade para agradecer às colegas do HASLab, Mafalda Souto, Fábia Pereira e Catarina Fernandes, bem como às equipas do Serviço de Comunicação e UT Austin Portugal. Foi um trabalho de equipas! Gostaria também de agradecer a toda a equipa do MACC, sem a qual seria impossível concretizar este evento, bem como à coordenação do HASLab por este reconhecimento.

Eduardo Campos (C-BER)

“O Eduardo, durante o desenvolvimento da sua tese de Mestrado, mostrou uma dedicação e capacidade de desenvolvimento excecionais, assim como uma enorme facilidade na comunicação dos seus avanços com os diferentes parceiros com quem estamos a trabalhar. O trabalho dele insere-se no melhoramento de um sistema web&mobile para a nossa start-up InSignals Neurotech em parceria com o Centro Hospitalar Universitário de São João, na área da monitorização da doença de Parkinson. O seu trabalho contribuiu para o avanço de sistemas de apoio à decisão e follow-up clínico nesta doença, assim como contribuiu para um melhor posicionamento do C-BER na vanguarda destas tecnologias em conjunto com a start-up. Este prémio é mais do que merecido devido ao seu esforço e dedicação, sendo que agora tudo indica que irá continuar o seu percurso no INESC TEC com uma forte ligação à InSignals Neurotech para desenvolvimento de novas funcionalidades e apoio nos testes clínicos multicentro que a empresa irá realizar”.

– Coordenação do C-BER

O trabalho de investigação que tem vindo a desenvolver insere-se no melhoramento de um sistema para monitorização de utentes com doença de Parkinson. O que mais o desafia no trabalho que desenvolve?

Visto que o meu background é Engenharia de Software, o meu maior desafio neste processo foi o seu aspeto clínico. Durante o processo de desenvolvimento tive de me ambientar e familiarizar com vários conceitos, metodologias e, no geral, com o jargão técnico da área onde trabalhava. Se foi desafiante? Sim, mas também foi uma incrível oportunidade de aprendizagem e um insight para um mundo que de outra forma nunca conheceria.

Os resultados deste trabalho vão contribuir para o avanço de sistemas de apoio à decisão e follow-up clínico desta doença. Qual é a sensação de perceber que o trabalho que fazemos tem impacto na vida das pessoas, sobretudo, pessoas que sofrem de uma doença neurodegenerativa?

É uma sensação incrível. Aliás, é toda a razão pela qual quis ser engenheiro para começar. A ideia de resolver problemas reais, de ajudar pessoas e melhorar as suas vidas com tecnologia sempre foi aquilo que mais me motivou no meu percurso académico e como investigador. Ver agora o meu trabalho a começar a dar frutos deixa-me bastante gratificado e realizado. 

Do que mais gosta no seu trabalho?

A resposta seria sempre o ato de criar. Criar algo novo, do nada. Transformar uma ideia que só reside na mente de uma pessoa em algo real, tangível, funcional e que, quem sabe, melhora ou facilita o dia-a-dia das pessoas. É uma sensação muito estimuladora e gratificante.

Como comenta esta nomeação?

Estou, como não podia deixar de ser, bastante grato. Sempre recebi no C-BER toda a ajuda, apoio e acompanhamento que podia querer e sempre senti que o meu trabalho e esforço eram valorizados e reconhecidos por todos. Esta nomeação, para mim e antes de mais nada, é uma confirmação disto e pela qual estou, novamente, muito grato. Por outro lado, também é um incentivo à continuação do trabalho e à renovação de esforços, porque o sistema em que trabalhei, como todos os outros, tem espaço para melhorias. E este incentivo é um ao qual vou aceder.

Paula Castro (CPES)

“Depois da fase de arranque e da pandemia, o INESC Brussels Hub organizou em junho a sua primeira semana de eventos, que se pretende ver repetida anualmente. Tendo um programa ambicioso, com vários eventos que reuniram em Bruxelas algumas dezenas de palestrantes e participantes (para além dos que participaram online). Realizando-se num período ainda com alguma incerteza e por uma equipa muito reduzida, foi necessário recorrer a meios dos vários INESCs para garantir todos os recursos necessários à organização. Correspondendo a um pedido feito ao INESC TEC para reforçar a equipa de apoio à organização local, a Paula Castro disponibilizou-se para ir para Bruxelas durante duas semanas. A sua disponibilidade, dedicação e profissionalismo foram verdadeiramente EXTRAORDINÁRIOS e fundamentais para o sucesso dos vários eventos”.

– Coordenação do CPES

A equipa do BIP gostaria de congratular a Paula Castro pela nomeação a “Extraordinária”!

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