Sofia Ribeiro (AG), João Pedrosa (C-BER), Nuno Paulino, Guilherme Carvalho, André Coelho, Ana Sequeira e Luís Aly (CTM)

Sofia Ribeiro (AG)

“O Serviço de Apoio à Gestão nomeia para Extraordinária a Sofia Ribeiro. Desde maio de 2020, a Sofia tem desenvolvido um trabalho de muita qualidade com contributos valiosos na área de gestão de informação no INESC “TEC. Destes resultados, destacaríamos em particular, a definição do mapa global de arquivo do INESC TEC, desenvolvido no âmbito do seu projeto de estágio de licenciatura, num processo de articulação com todos os Serviços de Apoio do INESC TEC, e num contexto pandémico adverso e de prazos muito restritos. Mais recentemente, a Sofia elaborou a Política de Gestão Documental do INESC TEC que entrou em vigor no início de 2022 e que se encontra agora em fase de implementação, sob condução exímia da Sofia. De realçar que toda esta atividade está a ser impulsionada pela Sofia enquanto ela prossegue os seus estudos no âmbito do Mestrado em Ciência da Informação e desenvolve a sua atividade principal no ISPUP. Supletivamente, a Sofia colabora também muito ativamente no Grupo de Proteção de Dados do INESC TEC/ISPUP. Pelas razões apresentadas, consideramos que a Sofia merece um reconhecimento público pelos resultados conseguidos, pela qualidade do seu trabalho e pela sua capacidade de articulação e colaboração no seio do INESC TEC”.

– Responsável do Serviço de AG

A Sofia definiu o mapa global de arquivo do INESC TEC e, mais recentemente, elaborou a Política de Gestão Documental do INESC TEC. Quais foram os maiores desafios que encontrou no desenvolvimento deste trabalho?

Existiram vários desafios no meu trabalho, principalmente no início. Começando pelo projeto da licenciatura do qual resultou o mapa global penso que o mais difícil foi falar com tantas pessoas e tentar perceber toda a informação que os serviços produzem e necessitam num espaço de tempo tão curto (menos de dois meses). Isto totalmente à distância! Estávamos no início da pandemia, com toda a gente a tentar adaptar-se aos novos formatos de comunicação e de trabalho, e eu a entrar num ambiente completamente desconhecido a tentar perceber as necessidades informacionais da estrutura administrativa do INESC TEC. Olhando para trás nem sei bem como é que consegui fazer aquele trabalho todo… Em relação à Política de Gestão Documental, já tive mais tempo e a oportunidade de voltar a falar com todos os serviços, mas ao mesmo tempo o nível de responsabilidade cresceu porque não estava a lidar só com um mapeamento de documentação, mas sim com a criação de orientações a serem aplicadas globalmente o que implicou um trabalho ainda mais profundo de perceber exatamente o que os serviços precisam e como os ajudar na gestão documental.

Para as organizações, qual a importância de se elaborar e implementar um Política de Gestão Documental?

A gestão documental é fundamental para o bom funcionamento de qualquer organização já que oferece apoio às funções e processos e promove uma base sólida para a eficácia e eficiência. A gestão documental também fornece os mecanismos para as organizações reterem evidências das suas decisões e ações para referência futura e para apoiar a continuidade das suas atividades.

Portanto, a definição e implementação de uma Política de Gestão Documental é imensamente importante já que ajuda a promover a eficiência (pelo fornecimento de mecanismos para que a informação esteja prontamente disponível para a tomada de decisões e para fins operacionais), a boa utilização e alocação de recursos (pela atribuição de prazos de conservação e destinos finais adequados às finalidades e importância da informação), a prestação de contas (pela atribuição de responsabilidade na produção de documentos que refletem as ações, atividades e processos da organização), a conformidade legal e a mitigação de riscos (pela gestão dos riscos associados à perda ou destruição ilegítima e à retenção excessiva de documentos, e riscos resultantes de acesso indevido ou não autorizado).

Do que mais gosta no seu trabalho?

Há várias coisas que gosto no meu trabalho já que adoro “arrumar” e organizar coisas – algo que encaixa muito bem com a gestão de informação. Mas a melhor faceta do meu trabalho é ajudar os outros a encontrarem uma forma de organização que lhes facilite o desempenho das suas atividades.

Como comenta esta nomeação?

Quando a Isabel me disse que me tinha nomeado confesso que fiquei surpreendida porque não estava à espera! Fico muito agradecida porque é sinal de trabalho reconhecido. Queria deixar um abraço e um enorme obrigado à Isabel Macedo não só por isto, mas por me ter acolhido desde o primeiro dia e me ter sempre feito sentir parte do INESC TEC. Queria também agradecer ao professor Gabriel David por me ter orientado neste caminho, sem ele não estaria aqui.

João Pedrosa (C-BER)

“Gostaríamos, eu e a Ana Maria, de propor o João Pedrosa para o painel dos investigadores extraordinários. O João tem feito um excelente trabalho no TAMI, é criativo, perseverante, colabora e ajuda os colegas, publica, é pró-ativo na proposta de projetos”.

– Professores Aurélio Campilho e Ana Mendonça

O João tem estado envolvido no projeto TAMI, que tem como objetivo tornar o diagnóstico médico apoiado por inteligência artificial mais claro e confiável. Qual tem sido o maior desafio deste projeto?

O TAMI tem sido um projeto extremamente desafiante, mas muito gratificante também. Os projetos que costumamos desenvolver em análise de imagem médica prendem-se na sua maioria com o desenvolvimento de ferramentas que permitam extrair determinada informação clínica, seja através de deteção, segmentação, classificação ou outro método. A questão da explicabilidade e de tornar as ferramentas mais claras e confiáveis tem sido cada vez mais importante, mas no TAMI toma mesmo o papel principal. Esta mudança de paradigma tem sido muito estimulante, levando-nos a pensar em novas abordagens, trabalhar com ferramentas diferentes e mesmo levando-nos a questionar as nossas abordagens comuns e como vemos a nossa investigação. Penso que os resultados do projeto têm sido muito interessantes (sou suspeito claro), mas é um projeto que vai deixar o CBER mais rico em termos do que sabemos fazer.

O seu trabalho de investigação está muito relacionado com a aplicação de tecnologia na área da saúde. Pode dar alguns exemplos de soluções em desenvolvimento e como vão contribuir para uma melhoria dos cuidados de saúde?

No TAMI estamos a trabalhar em várias especialidades, mas no C-BER em particular o foco tem sido a deteção automática de anormalidades em radiografia torácica. A radiografia torácica é um desafio interessante por ser uma das modalidades de imagem médica mais utilizadas, mas também pela quantidade de informação clínica que é possível extrair de uma única imagem. Uma tecnologia como a que estamos a desenvolver poderia desempenhar vários papéis. Devido à grande quantidade de raios-x feitos, a simples tarefa de priorizar a leitura, identificando os casos que precisam de ser vistos rapidamente por um radiologista, é de muito interesse. Também poderia desempenhar um papel em serviços de urgência e centros com menos recursos como sistema de segunda opinião, ajudando médicos e técnicos menos especializados na interpretação da imagem. E podemos pensar ainda na formação: a partir do momento que temos uma ferramenta que não só consegue identificar achados e patologias, mas consegue explicar estas decisões, conseguimos usar esta ferramenta para ajudar na formação independente de novos radiologistas e técnicos.

Do que mais gosta no seu trabalho?

Uma das principais motivações é claro estar a contribuir para a ciência e desenvolver coisas que potencialmente poderão ter um impacto positivo nos cuidados de saúde e na sociedade. A nível pessoal, a aprendizagem contínua a que o trabalho obriga é também muito importante para mim. Sentir-me desafiado e conseguir resolver cada problema é muito gratificante, e há sempre problemas por resolver. E finalmente a relação com a equipa e a academia são também um ponto essencial. Saber que eu, e através do meu trabalho, desempenhei um papel no trabalho e na formação de pessoas que no futuro poderão chegar ainda mais longe e, quem sabe, mudar o mundo é simplesmente fantástico.

Como comenta esta nomeação?

Fico claro muito feliz. Tento sempre dar o meu melhor em tudo o que faço porque acredito na importância daquilo que fazemos e no que damos à sociedade, mas ver o meu trabalho reconhecido desta forma é sempre bom. Tenho também que estender esta nomeação a toda a equipa que trabalha comigo no C-BER. É sempre um trabalho de equipa e é a minha equipa que me permite trabalhar no que gosto, que me estimula e ajuda todos os dias e também quem me acolheu e acreditou em mim quando vim para o INESC TEC.

Nuno Paulino, Guilherme Carvalho, André Coelho, Ana Sequeira e Luís Aly (CTM)

“A Coordenação do CTM gostaria de propor para ‘Extraordinários’ a comissão organizadora do Open Day CTM 2022 composta pelos investigadores Nuno Paulino, Guilherme Carvalho, André Coelho, Ana Filipa Sequeira e Luís Aly. A comissão organizadora teve um empenho e dedicação determinantes para a organização em tempo recorde de mais uma edição de um dos eventos anuais de referência do CTM. Este foi um grande momento de afirmação do CTM junto dos estudantes, através de um programa muito rico preparado pela comissão organizadora, que incluiu keynotes de investigadores seniores do CTM e vários workshops hands-on, que muito contribuíram para projetar a investigação de vanguarda desenvolvida no CTM junto dos estudantes, do 1.º e 2.º ciclos, e que com certeza permitirá que no futuro tenhamos mais jovens investigadores a trabalhar connosco, em estágios de verão ou curriculares, teses de mestrado ou doutoramento ou como membros das nossas equipas de projeto. Muitos parabéns a toda a equipa!” *

– Coordenação do CTM

O Open Day é um dos eventos anuais de referência do CTM, que permite aproximar os investigadores aos estudantes. Na vossa opinião, qual a importância de um evento desta natureza?

Para o CTM poder dar continuidade à sua atividade de investigação e transferência de conhecimento e tecnologia, os seus recursos mais valiosos serão sempre, certamente, os humanos. As áreas de engenharia no geral estão a tornar-se cada vez mais niche, mas na sua totalidade, o CTM cobre uma gama considerável de competências. É nesse sentido que um evento como o Open Day CTM, especialmente no molde no qual o evento foi realizado nesta edição, focado em workshops interativos e em sessões com investigadores seniores do centro, é vital para demonstrar ao corpo estudantil que podem encontrar no CTM não só variedade científica, como profundidade e temas de vanguarda.

Como descrevem a experiência de integrar a comissão organizadora do evento?

Exigente. A organização desta edição do evento, citando a coordenação do CTM, decorreu em “tempo recorde”. A irregularidade e instabilidade dos tempos que correm são conhecidos por todos. As condições de pandemia vieram trazer alterações aos horários escolares, muito maior pressão sobre os estudantes (e colaboradores do CTM), e, portanto, menos tempo disponível não só para organização, divulgação e, criticamente, calendarização do evento de tal modo a maximizar o seu efeito. A principal preocupação dos estudantes é, naturalmente, o seu percurso académico. Juntamente com toda a variedade de eventos já recorrentes no espaço estudantil, foi um desafio maximizar a visibilidade do evento.  Daí a organização se ter esforçado para disponibilizar via YouTube as palestras dos investigadores seniores, para que o esforço, não só nosso, mas como dos oradores, venha a render em dias futuros!

Como General Chair, posso acrescentar, como nota pessoal, que foi a minha primeira experiência na organização de um evento desta natureza. Como tal, agradeço à coordenação a confiança de me entregarem esta responsabilidade, tal como agradeço aos restantes membros da equipa do evento a experiência que traziam já de organizações anteriores. Também não pode faltar uma nota de agradecimento ao Núcleo IEEE que como parceiro se disponibilizou para gestão do site e identidade gráfica juntamente com o excelente esforço do Serviço de Comunicação (SCOM) do INESC TEC, que foram cruciais para preparar todo o evento em tempo tão limitado.

Como comentam esta nomeação?

É lisonjeador sermos denominados de “Extraordinários”, mas tal como nós, outros colaboradores já organizaram este e outros eventos, e certamente organizarão outros no futuro. Tal como referi anteriormente, a instabilidade e dificuldade dos tempos correntes é agora notícia do dia a dia. É neste sentido que, apesar das dificuldades, obstáculos e incertezas, estamos, como centro e instituto, dispostos a dar continuidade a eventos desta natureza que nos ancoram à normalidade, e evidenciam a ciência, a cooperação, e o esforço por um futuro estável e sustentável que todos fazemos, e isso sim é o Extraordinário de todos os dias.

* foi escolhido como porta-voz da equipa o investigador Nuno Paulino

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