Fábio Coelho (HASLab), Tatiana Pinho (CRIIIS), Hélder Oliveira (CTM) e David Rua (CPES)

Fábio Coelho (HASLab)

“A Coordenação do HASLab nomeia o investigador Fábio Coelho pela sua dedicação e profissionalismo, em prol da captação de financiamento para o Centro, bem como da produção de ciência. Este ano, o Fábio já soma mais dois projetos europeus aceites – o ENERSHARE e o BeFlex –, ambos com o CPES, e que são resultado da forte colaboração entre estas comunidades, que tem sido totalmente liderada pelo investigador. Além dos projetos, o Fábio dedica-se de forma assinalável à gestão dos projetos que lidera no HASLab e, ainda, à produção científica de artigos na área. Um merecido agradecimento ao Fábio pelo empenho e rigor que aplica, de forma exemplar, na sua atividade. Estes dois projetos são apenas um exemplo do reconhecimento que merece pelo valor que acrescenta na atividade do Centro”.

– Coordenação do HASLab

Como descreve o seu percurso profissional no INESC TEC?

Juntei-me à equipa do INESC TEC em 2014, momento em que iniciava a minha tese de mestrado. Desde então, o meu percurso no INESC TEC permitiu-me crescer profissionalmente, completar um mestrado e um doutoramento e passar por vários tipos de desafios: científicos, de participação em projetos de grande dimensão, e na lide com várias equipas e pessoas.

É o investigador do HASLab que tem estado responsável pela forte colaboração que existe com o Centro de Sistemas de Energia (CPES). Que valor considera trazer esta aposta de colaboração entre o HASLab e o CPES?

A colaboração entre o HASLab e o CPES não é recente, mas tem-se intensificado quer pelo envolvimento conjunto nos projetos, quer pela quantidade de projetos em que colaboramos. Esta colaboração é, na minha opinião, natural e muito relevante. As capacidades ao nível dos sistemas cloud, gestão de dados, interoperabilidade, entre outros, são dimensões naturais e essenciais para a Digitalização do Sector Elétrico, na qual temos colaborado – mais recentemente, com particular incidência na dimensão da interoperabilidade, no âmbito do projeto H2020 InterConnect, liderado pelo INESC TEC.

Recentemente, viu aprovados mais dois novos projetos europeus – ENERSHARE e BeFlex – em resultado desta colaboração. Quais são as expectativas para estes dois projetos?

Estes projetos vão permitir consolidar o trabalho passado e desenvolvido em conjunto. O BeFlex é parte de trabalho desenvolvido no H2020 InteGrid, no qual elevaremos a um nível de TRL elevado a plataforma Grid and Market Hub, dotando-a da componente de interoperabilidade e que permitirá criar uma value-chain integrada para a criação de novos serviços para todos os stakeholders do domínio de energia. Já o Enershare permitirá entrar em força no domínio dos Data Spaces e da iniciativa GAIA-X da Comissão Europeia, permitindo ao HASLab consolidar essa posição na gestão de dados com visão cross-sector.

Do que mais gosta no seu trabalho?

Sobretudo nos últimos tempos, a possibilidade de aplicar aquilo que são os desenvolvimentos “naturais” de software confiável num cenário real, como aqueles que nos impõem nas demonstrações dos projetos que temos conjuntamente com o CPES. Tal dá uma noção de impacto real do trabalho de base científica que desenvolvemos.

Como comenta esta nomeação?

O investimento nestas propostas tem sido exigente, mas recompensado pela aprovação destes projetos. A nomeação é um reconhecimento deste esforço, que também julgo ser um reconhecimento positivo do trabalho que tenho feito.

Tatiana Pinho (CRIIS)

“A Tatiana Pinho juntou-se à equipa Agro do CRIIS, em 2021, onde tem participado de forma muito ativa na elaboração de propostas e no apoio à gestão de projetos em curso. A Tatiana tem demonstrado uma elevada capacidade, proatividade, autonomia e assertividade, bem como excelentes competências de comunicação, tendo contribuído para o crescimento da linha Agro no CRIIS”.

– Coordenação do CRIIS

Quais são os principais resultados obtidos nos projetos/iniciativas em que está envolvida?

No âmbito da equipa Agro do CRIIS, tenho a oportunidade de trabalhar em projetos muito interessantes e variados. Considero que seria de destacar o SCORPION, um projeto europeu cuja coordenação é da responsabilidade do INESC TEC (Filipe Santos), e que tem como principal objetivo o desenvolvimento de soluções robóticas eficientes para pulverização de precisão focando vinhas de encosta, mas cujos resultados podem ter impacto em outras culturas permanentes – como é o caso do olival ou fruticultura. A nível nacional, temos também vários projetos relevantes que vão desde o desenvolvimento de plataformas robóticas para culturas protegidas (ROBOCARE), integração de armadilhas inteligentes para prevenção de pragas e doenças no olival (InOlive), identificação de variedades de videira através da folha (INCAFO), desenvolvimento de soluções de pulverização de precisão inteligente (SPIN), até a aplicação de soluções robóticas na secagem de lamas de ETAR em estufa (SMARTDRYING), entre outros.

Do que mais gosta no seu trabalho?

Considero que um dos (muitos) pontos positivos deste trabalho é o contacto com as mais variadas equipas, englobando não só diferentes áreas científicas, como também regiões geográficas e culturas, o que nos permite, no âmbito de diversos contextos, trabalhar para soluções que visam conciliar experiência e conhecimento e dar resposta a muitos desafios interessantes.

Como comenta esta nomeação?

Foi sem dúvida uma grande surpresa, e muito gostaria de agradecer à coordenação do CRIIS por estas gratificantes e motivantes palavras. Considero, contudo, que é uma nomeação partilhada e não posso deixar de salientar a excelência e agradecer a toda a equipa do INESC TEC, e em particular do CRIIS, com quem tenho a oportunidade de trabalhar e que contribui para o sucesso das propostas e projetos.

Hélder Oliveira (CTM)

“A Coordenação do CTM gostaria de propor para Extraordinário o investigador Hélder Oliveira pela coordenação e resultados excecionais do projeto FCT LuCaS. O notável número total de publicações científicas (13 publicações em revistas de elevado fator de impacto e 11 artigos em conferências de elevada reputação internacional), bem como o número de notícias publicado nos media e a seleção do projeto para a newsletter oficial do COMPETE 2020, demonstram bem o grande impacto científico e mediático do projeto. Para este sucesso foi determinante a liderança de excelência do Hélder, que ao longo do projeto foi capaz de conjugar esse esforço com a execução de outros projetos, a publicação de um número muito relevante de publicações científicas, a submissão de várias propostas de projetos (nacionais e europeus) e a dinamização da área de Visual Computing and Machine Intelligence do CTM com resultados igualmente assinaláveis. Com esta distinção esperamos também motivar outros investigadores a atingir o mesmo nível de excelência”.

– Coordenação do CTM

– Esta nomeação surge pelo trabalho de coordenação do projeto LuCaS. Qual foi o maior desafio que encontrou durante a execução deste projeto?

Para um projeto multidisciplinar como o LuCaS, que envolveu, para além do INESC TEC, o IPATIMUP e o Hospital de São João, um dos grandes desafios passou pela criação das condições para cumprir os objetivos delineados para o projeto, tendo em conta os diferentes backgrounds e diferentes formas de trabalhar das três equipas, conjugando esforço entre todos.

– Como descreve a sensação de poder coordenar um projeto cujos resultados terão um impacto importante na sociedade ao facilitarem o diagnóstico do cancro do pulmão?

Sou engenheiro por paixão, mas desde o doutoramento que decidi realizar investigação em visão computacional e machine learning aplicada à área médica, com o objetivo de ajudar pacientes e clínicos através da investigação em que estou envolvido. Pelo que ter oportunidade de liderar o projeto LuCaS foi muito gratificante e enriquecedor, indo de encontro aos meus objetivos como investigador.

– Publicou 13 artigos em revistas e 11 em conferências de renome internacional. Qual a importância de partilhar o conhecimento gerado através do desenvolvimento de projetos como o LuCaS com a comunidade científica? O trabalho desenvolvido pelo INESC TEC poderá desta forma dar origem ou servir de inspiração para outros projetos/iniciativas?

Na minha visão, fazer investigação sem publicar e partilhar o conhecimento com os nossos pares, não faz sentido. É fundamental partilhar o conhecimento para que a comunidade científica possa atingir mais rapidamente os objetivos a que se propõe. Muito do que fazemos em investigação, em particular na área médica, é em prol da sociedade, e só desta forma teremos a capacidade de atingir positivamente pacientes e clínicos.

– Do que mais gosta no seu trabalho?

Ter a oportunidade de fazer investigação com potencial para ajudar a sociedade.

– Como comenta esta nomeação?

Em primeiro lugar, agradecer a nomeação e as palavras da coordenação do CTM. Não realizo as minhas atividades de investigação à procura de qualquer nomeação, pois faço-o com prazer pessoal, mas é sempre gratificante sermos reconhecidos pelo nosso trabalho. Em segundo lugar, dizer que, como coordenador, apenas sou a “cara” de uma equipa alargada de investigadores que contribuíram para o sucesso do projeto LuCaS. Vários foram os elementos que contribuíram para que o projeto LuCaS tenha atingido os objetivos propostos com um êxito elevado, não só no INESC TEC, mas também no IPATIMUP e no Hospital de São João. Ainda assim gostaria de realçar a postura da Tânia Pereira, que foi sempre o meu braço direito neste projeto, com especial destaque para a componente científica.

David Rua (CPES)

“A coordenação do CPES propõe o David Rua como ‘Extraordinário’, pelo seu desempenho excecional no projeto Interconnect. Para além de dar contributos técnico-científicos muito relevantes e de gerir todo o projeto de forma extremamente dedicada e competente, o David teve um papel absolutamente fundamental na gestão do projeto perante a Comissão Europeia, liderando uma equipa dedicada que teve de assumir responsabilidade de outros parceiros do projeto para permitir o seu avanço. Desenvolveu todo este trabalho não deixando de contribuir com novas propostas e ainda desenvolver tarefas noutros projetos em curso, com grande esforço pessoal, pelo que este reconhecimento – mais do que justo – é uma forma de agradecimento a toda a sua dedicação ao Centro”. *

– Coordenação do CPES

O Interconnect é o maior projeto europeu liderado por uma entidade portuguesa e tem como objetivo a digitalização do sistema elétrico europeu. Como é que é trabalhar no desenvolvimento de soluções para os edifícios e para as redes elétricas do futuro?

É um desafio constante, que no caso do InterConnect requer a atenção continuada de uma equipa extensa do INESC TEC, que lida com diferentes frentes técnicas e processuais que incluem a definição de requisitos funcionais e técnicos, o desenvolvimento de soluções inovadoras nos domínios da energia e ICT, o teste e a validação de tecnologias de estado da arte, a integração em pilotos reais mas também a gestão humana, técnica e financeira de um ecossistema de mais de 60 entidades e de mais de 300 profissionais. O que temos estado a desenvolver, está agora a ser transferido para a vertente prática do projeto, num conjunto de pilotos, que envolvem a demonstração de serviços e soluções interoperáveis para a gestão da flexibilidade energética em edifícios e redes inteligentes.

Um dos aspetos diferenciadores deste projeto está relacionado com o conceito de interoperabilidade. Qual é o maior desafio de desenvolver soluções que permitam que equipamentos e sistemas comuniquem entre si?

Os desafios são vários e estão associados essencialmente aos múltiplos domínios abrangidos -energia, ICT, edifícios, redes elétricas, etc.-, às estratégias a empregar para as representações ontológicas para as diferentes tecnologias e serviços, à adoção de estratégias de adaptação semântica, entre outros, que permitam a fabricantes, integradores, operadores e provedores de serviços, oferecerem soluções capazes de operar num plano de interoperabilidade. A grande contribuição do projeto é a “Semantic Interoperability Framework” que consagra em si a abordagem ontológica a diferentes componentes do sistema elétrico e dos edifícios, e disponibiliza um conjunto de ferramentas que permitem aos parceiros empresariais do projeto – e, em breve, dos que participarem nas “Open Calls” – o desenvolvimento de adaptadores semânticos para tornar as suas soluções interoperáveis. Esta base permite aos utilizadores finais o acesso a um “marketplace” de tecnologias e serviços inovadores (monitorização, automação, previsão, otimização, etc.), que podem ser combinados, permitindo explorar diferentes abordagens para a valorização da flexibilidade no uso de energia e fomentar o envolvimento e participação dos utilizadores finais.

Do que mais gosta no seu trabalho?

A parte que mais me entusiasma é poder estar exposto a um constante processo de aprendizagem, que resulta da interação que tenho com os diferentes colegas, do ponto de vista científico, técnico ou mesmo processual. Tudo isto permite-me estar integrado num ambiente dinâmico e desafiante que constantemente põe à prova a minha criatividade e a resiliência profissional.

Como comenta esta nomeação?

Agradeço o reconhecimento implícito que lhe está associado e que é, naturalmente, extensível a toda a equipa que comigo trabalha diariamente. Esta equipa envolve não só colegas do meu centro, mas também colegas de outros centros, como é o caso do HASLAB e do CTM, dos serviços (como é o caso do CG, AJ e SAL) e da própria administração. Todos são elementos centrais que apoiam e contribuem para que seja possível gerir um projeto desta dimensão e para superar os diferentes desafios diários. A capacidade de trabalho, dedicação, solidariedade e união de toda a equipa tem permitido ultrapassar os diferentes obstáculos e concretizar com sucesso os objetivos propostos. É um privilégio poder trabalhar assim.

* esta nomeação diz respeito ao mês de março, período em que o David Rua ainda não integrava a Coordenação do CPES.

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