Da América do Sul à Ásia: INESC TEC colabora com unidades de investigação e desenvolvimento

O arranque de 2024 foi marcado pelo estreitar de relações com três entidades estrangeiras: o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) do Brasil, o Instituto de Pesquisas Eldorado, também no Brasil, e o National Applied Research Laboratories (NARLabs), em Taiwan. Computação de alto desempenho, microfabricação e microeletrónica, inteligência artificial e ciência de dados estão entre as principais áreas de colaboração.

Viajamos até à América do Sul, mais precisamente ao Brasil, país com o qual o INESC TEC tem vindo a colaborar. Este ano, firmou acordos de cooperação com duas novas entidades: o LNCC e o Instituto de Pesquisas Eldorado. O objetivo destas parcerias passa, sobretudo, pela promoção de atividades de formação, intercâmbio de investigadores, acesso a infraestruturas de investigação avançadas e desenvolvimento de projetos conjuntos em áreas como computação de alto desempenho, microfabricação e microeletrónica, inteligência artificial e ciência de dados.

“O LNCC é uma unidade de investigação que está sob alçada do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil. É no LNCC que se encontra instalado o supercomputador Santos Dumont, com cerca de 5 Petaflops, e que em breve se tornará o maior do Brasil”, explica Rui Oliveira.

Segundo o Administrador do INESC TEC, através do acordo de cooperação com o LNCC, estão criadas as condições para que investigadores de ambos os lados cooperem em atividades de I&D+I no domínio da computação de alto desempenho, tirando proveito das infraestruturas avançadas que as duas instituições gerem – o LNCC, o supercomputador Santos Dumont, e o INESC TEC, o supercomputador Deucalion, que integra a rede europeia de supercomputadores. “Em maio, teremos, aliás, duas investigadoras do LNCC de visita ao INESC TEC para o desenvolvimento de planos de trabalho de investigação alinhados com os objetivos deste MoU”, acrescenta Andreia Passos, responsável pelo Serviço de Relações Internacionais do INESC TEC.

Além disso, esclarece a responsável, estas são algumas das atividades também previstas no memorando de entendimento assinado com o Instituto de Pesquisas Eldorado, com o qual serão promovidas ações noutras áreas para além da computação avançada, da IA e da ciência de dados, nomeadamente Microeletrónica e Microfabricação.

O Eldorado é um instituto especializado no desenvolvimento de produtos, serviços e tecnologias com aplicações nas áreas de Engenharia de Software e Hardware, e Tecnologia de Informação. Esta parceria focar-se-á especialmente em atividades de I&D e capacitação de recursos humanos para a criação de um ecossistema de inovação ao serviço do setor dos semicondutores, beneficiando Brasil e Portugal, e o alinhamento das suas estratégias para aquele setor com a agenda europeia e iniciativas como o EuroHPC e o Chips Act da UE.

“De facto, tanto o MoU com o LNCC como o MoU com o Instituto ElDorado, embora correspondam a mecanismos de cooperação bilateral, e com entidades do mesmo país, isto é, do Brasil, concorrem para reforçar o compromisso do INESC TEC para com as agendas de I&DI da UE e as parcerias estratégicas que a União vem desenvolvendo com outras regiões do mundo, como é o caso da América Latina, através da EU-Latin America and Caribbean Digital Alliance, por exemplo”, adianta Rui Oliveira.

Do Brasil, viajamos até ao continente asiático. Com o objetivo de aprofundar uma colaboração já firmada através de um Memorando de Entendimento com o NARLABS, foi assinado um acordo com esta rede de laboratórios, visando o lançamento a curto prazo de uma chamada conjunta para financiamento de projetos colaborativos entre os investigadores do INESC TEC e investigadores da rede NARLabs.

“A chamada deverá ser lançada no último trimestre de 2024”, releva Andreia Passos, explicando que este acordo lança as bases para o financiamento competitivo de projetos colaborativos de I&D, com a duração máxima de um ano, em áreas como Inteligência Artificial, Robótica, Computação Avançada, e Energia Verde. “Áreas essas com potencial de cooperação entre Taiwan e a Europa”, conclui a responsável.

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