Estudo revela que os consumidores online preferem conveniência a rapidez no momento da compra

Artigo científico foi publicado no MIT Sloan Management Review, nos EUA, com participação de Pedro Amorim, investigador do Centro de Engenharia e Gestão Industrial (CEGI) do INESC TEC

 

A pandemia de Covid-19 fez disparar as compras online. Em 2020, 18% das vendas a retalho a nível mundial foram realizadas através de meios digitais. Como consequência, grande parte dos retalhistas estão a investir em estratégias multicanal para se adaptarem a esta mudança de comportamento do consumidor. Há um investigador português por detrás do estudo que permitiu perceber quais as preferências dos consumidores na hora da compra online.

Pedro Amorim, coordenador do CEGI, foi responsável por analisar, juntamente com Sara Martins, também investigadora no INESC TEC, e Nicole DeHoratius, da University of Chicago Booth School of Business, o comportamento de consumidores, na área do retalho alimentar analisando, para tal, mais de 150 mil transações. O estudo foi publicado na publicação norte-americana MIT Sloan Management Review, uma revista independente de renome baseada em pesquisa e plataformas digitais para líderes de negócios, e está disponível aqui.

O estudo revela que uma entrega com dia e horário específico selecionado pelo consumidor, é mais valorizada do que uma que seja feita num curto espaço de tempo. O estudo conclui aliás que os consumidores até estão dispostos a esperar mais tempo por uma entrega desde que possam receber o produto num dia da semana que seja da sua conveniência.

Os dados revelam ainda que os consumidores preferem receber os seus pedidos à quinta ou sexta-feira e não durante o fim de semana. A fidelidade do cliente e o tamanho do seu “cesto de compras” são também atributos valorizados pelos consumidores – por exemplo, clientes frequentes estão dispostos a pagar mais pelos mesmos atributos de entrega face a clientes não fidelizados; já clientes com maiores “cestos de compra” estão dispostos a pagar o dobro da taxa de entrega para melhorar a precisão do horário em uma hora.

Pedro Amorim, que também é docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), admite que “a precisão em vez da velocidade é fundamental. Executar uma estratégia dedicada apenas à velocidade pode ser demasiado caro, principalmente para retalhistas de alimentos, cujas margens são notoriamente pequenas. Existe uma opção menos dispendiosa que vale a pena considerar: analisar os dados operacionais sobre os padrões de entrega”.

Os investigadores sugerem que os retalhistas da área alimentar devem apostar numa estratégia que combine velocidade, precisão e flexibilidade. É fundamental analisar o comportamento do consumidor, adaptar as estratégias de entrega de encomendas consoante os segmentos de clientes e comunicar as suas vantagens face aos concorrentes. As descobertas deste estudo podem ser também aplicadas a outros retalhistas que oferecem serviços de entrega ao domicílio, como vendedores de móveis, eletrodomésticos e outros bens não perecíveis.

 

Os investigadores do INESC-TEC mencionados na notícia têm vínculo ao INESC-TEC e UP-FEUP.

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