Uma equipa de investigadores do INESC TEC desenvolveu uma nova ferramenta chamada Gyosa, capaz de realizar estudos genómicos de forma segura em ambientes de computação em nuvem, sem comprometer a privacidade dos dados.
A inovação promete revolucionar a forma como se processam análises genómicas em larga escala, especialmente, na realização de Genomic Wide-Association Studies (GWAS). O crescimento do volume de dados genómicos de indivíduos humanos exige a partilha e processamento de grandes quantidades de dados, muitas vezes, em servidores externos. O desafio? Garantir que estes dados são utilizados na nuvem de forma segura.
“Com este avanço, conseguimos contribuir para uma investigação genética mais segura, acessível e escalável, abrindo portas para novas colaborações internacionais e análises em grande escala, não comprometendo a confidencialidade dos dados”, explica Cláudia Brito, investigadora do INESC TEC na área de sistemas de armazenamento e inteligência artificial (IA).
Para dar resposta a isso, o Gyosa recorre a ambientes de execução confiáveis, como o Intel SGX, para garantir que os dados são protegidos, mesmo quando são usados em infraestruturas de terceiros.
Além da segurança, o sistema destaca-se pela sua eficiência e escalabilidade no processamento de dados genómicos através da computação distribuída. Desenvolvida em colaboração com João Paulo, também investigador do INESC TEC na área de sistemas de armazenamento, esta solução provou ser capaz de processar até 80 mil ficheiros genómicos mantendo a precisão do processamento.
O Gyosa “cria um ambiente para o qual são copiados os dados de forma segura e cifrada de um servidor para um servidor remoto. O trabalho é distribuído por múltiplos servidores em computadores virtuais, o que torna o processo de análise mais eficiente”, descreve Pedro Ferreira, investigador do INESC TEC na área de inteligência artificial e bioinformática, que colaborou também nesta investigação.
Baseado no estudo “Exploiting Trusted Execution Environments and Distributed Computation for Genomic Association Tests”, publicado na revista de topo IEEE Journal of Biomedical and Health Informatics, o nome Gyosa foi inspirado no dumpling asiático, remetendo a ideia de juntar e processar os dados num ambiente seguro.
Os investigadores mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC, U.Minho e UP-FCUP.
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