INESC TEC lidera projeto que vai usar Inteligência Artificial para estudar cancro do pulmão

Contribuir para o desenvolvimento de soluções baseadas em inteligência artificial (IA), que vão permitir uma assistência mais robusta e precisa nas decisões clínicas relacionadas com cancro do pulmão é o objetivo principal do projeto exploratório LUCCA, liderado pelo INESC TEC e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

Apresenta uma abordagem disruptiva para o estudo do cancro do pulmão, propondo uma solução que pretende tornar o diagnóstico mais rápido e preciso, e melhorar o planeamento do tratamento, com recurso a terapias personalizadas mais adequadas para os pacientes. O projeto LUCCA pretende desenvolver uma investigação mais abrangente e capaz de fornecer apoio na caracterização do cancro do pulmão, integrando múltiplas modalidades de dados médicos e explorando os diferentes níveis de abstração de recursos que podem ser extraídos dadas as suas propriedades distintas.

“O cancro do pulmão tem sido recentemente estudado como um fenómeno clínico-patológico que envolve alterações em diferentes estruturas pulmonares”, explica Tânia Pereira. Segundo a investigadora do Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM) do INESC TEC e responsável pelo projeto, “graças a uma análise holística dos achados fisiopatológicos, e dada a capacidade de reconhecimento automático de padrões das técnicas de aprendizagem profunda, este trabalho vai procurar criar modelos para uma análise mais abrangente”.

“Este projeto representa uma abordagem disruptiva para o estudo do cancro. Os trabalhos anteriores eram baseados em modalidades de dados únicos, muitas vezes centrados apenas nos nódulos, isto é, aglomerados de células tumorais, e não levando em consideração outras interações que podem ser capturadas por abordagens holísticas”, explica a investigadora.

A integração de várias modalidades de dados, desde dados clínicos (dados laboratoriais, comorbidades, medicamentos, dados demográficos), dados de imagem (tomografia computadorizada) e dados-ómicos (biópsia líquida), levará ao enriquecimento da capacidade de estratificação dos pacientes, contribuindo para um diagnóstico confiável.

“Esta proposta representa uma inovação tanto na metodologia quanto na aplicação, explorando técnicas para melhorar a generalização de algoritmos de aprendizagem abrangentes, representando uma nova abordagem para a caracterização do cancro. A integração das múltiplas informações e novos dados da biópsia líquida em modelos de aprendizagem permitirá abrir novas perspetivas sobre os elementos envolvidos no desenvolvimento do cancro que nunca foram estudados”, acrescenta Tânia Pereira.

O projeto LUCCA – AI-based Models for Lung Cancer Characterization: a Multimodal and Causal Approach, que arrancou em março de 2023, é financiado pela FCT, tendo um orçamento global de cerca de 50 mil euros. 

A investigadora mencionada na notícia tem vínculo ao INESC TEC.

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