Há um projeto europeu, que conta com a participação do INESC TEC, que está a desenvolver uma plataforma que se pretende que seja utilizada pelas autoridades policias e guardar fronteiriças para melhorar as capacidades de investigação contra crimes ambientais. A Inteligência Artificial (IA) por detrás da plataforma conta com a assinatura de investigadores do INESC TEC.
O projeto EMERITUS conta com 20 parceiros, de nove países, e com um orçamento de 5,9M€ e tem como principal objetivo explorar e demonstrar uma série de tecnologias que podem melhorar a eficiência e a eficácia na deteção de crimes ambientais, a definição inteligente de perfis de risco para refletir os recursos, a redução do risco para os operadores e a dissuasão dos infratores.
Para testar todos os desenvolvimentos do projeto, permitindo assim uma transferência de tecnologia e suporte operacional para o mercado, estão a ser testados quatro casos de uso reais: deteção da fonte de contaminação das águas, monitorização de centrais de armazenamento de lixo, controlo transfronteiriço de tráfico ilegal de resíduos e identificação de locais de descarga ilegal de resíduos em zonas alargadas.
O trabalho que está a ser desenvolvido pelos investigadores do INESC TEC foca-se em três áreas de aplicação: terra, água e ar. No que diz respeito à terra, a IA está a ser usada para identificação de alterações. Através de redes neuronais, os investigadores conseguem detetar alterações na utilização dos solos, tirando partindo de imagens de deteção remota, que permitem, por exemplo, perceber manchas de petróleo, usando, para isso, imagens de satélite. Já no caso da água e do ar, estão a ser utilizados modelos preditivos para detetar agentes poluentes nos rios ou para comparar e selecionar valores de concentração de poluentes aéreos que tenham um impacto na saúde humana.
“Encontramo-nos a desenvolver um trabalho inovador na análise de imagens de satélite para a deteção precoce de problemas ambientais. Desenvolvemos uma solução de deep-learning para a classificação remota de aterros e também um algoritmo que deteta alterações em áreas protegidas – ambos estarão disponíveis na plataforma EMERITUS”, explica João Gama, investigador do INESC TEC. Edoardo Genova, gestor de comunicação e de disseminação do projeto, refere que “a utilização de deep-learning na análise de imagens, aliada à deteção de anomalias em tempo real, demonstra o papel desempenhado pelo INESC TEC na melhoria da monitorização ambiental e na deteção de crimes ambientais com recurso à plataforma EMERITUS”.
Para além da plataforma, os parceiros do projeto estão também a trabalhar num protocolo para investigação de crimes ambientais e num programa de formação, destinado às autoridades, para apoiar na investigação deste tipo de crimes.
Mais informação sobre o projeto pode ser encontrada em: https://emeritusproject.eu/
O projeto EMERITUS recebeu financiamento do programa de investigação e inovação Horizonte Europa da União Europeia ao abrigo do acordo n.º 101073874.
O investigador mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC e à UP-FEP.