INESC TEC vai desenvolver robô autónomo para desinfetar hospitais

O RADAR – Robô Autónomo para Desinfeção em Ambiente hospitalar é um dos projetos desenvolvidos pelo INESC TEC que foram aprovados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito da linha de financiamento excecional para resposta à pandemia de Covid-19. Este robô autónomo desenvolvido pelo Centro de Robótica e Sistemas Industriais (CRIIS) vai ajudar, através de sensores e lâmpadas ultravioleta, na desinfeção de espaços em unidades hospitalares.

No atual contexto de pandemia por Covid-19, os serviços de saúde precisam de desinfetar eficazmente as áreas contaminadas, por forma a evitar contágios. Este projeto propõe o desenvolvimento de um sistema robotizado de desinfeção através da emissão de radiação ultravioleta. O robô terá navegação autónoma, ou seja, será capaz de se localizar e de navegar pelas salas contaminadas, monitorar a presença de pessoas no ambiente, e realizar o processo de desinfeção de forma autónoma. A arquitetura é modular e adaptável a diferentes plataformas robóticas já existentes.

O procedimento de desinfeção levado a cabo pelo robô será realizado de forma sistemática e ininterrupta, gerando ganhos de qualidade na eficácia da desinfeção, e produtividade ao permitir redirecionar recursos humanos para outras tarefas. Acresce que, ao utilizarem este robô para desinfeção, os profissionais de saúde e prestadores de serviços ficam menos expostos a produtos tóxicos e corrosivos, utilizados nos procedimentos de desinfeção tradicionais.

“A desinfeção será realizada pela irradiação de luz ultravioleta. Nesta faixa, a luz é capaz de matar ou inativar micro-organismos destruindo ácidos nucleicos e interrompendo o seu DNA, deixando-os incapazes de desempenhar funções celulares vitais. Uma vez que exposições prolongadas à luz UV podem, dependendo da frequência utilizada, ser prejudiciais à pele e aos olhos, será desenvolvido um método de deteção de presença de pessoas para interrupção do processo de irradiação de luz na presença de humanos, caso se utilize luz com efeitos prejudiciais. Pretendemos, em colaboração com o Centro de Investigação em Sistemas e Tecnologias da FEUP (SYSTEC), a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), analisar com cuidado este aspeto.”, acrescentam António Paulo Moreira (coordenador do CRIIS e líder do projeto) e Adriano Carvalho (Diretor do Departamento de Engenharia Electrotécnica e Computadores da FEUP e investigador do SYSTEC).

Com um financiamento de mais de 29 mil euros, este é um dos 66 projetos apoiados pela linha de financiamento ‘RESEARCH 4 COVID-19‘, criada para financiar projetos e iniciativas de investigação e desenvolvimento, já em curso ou a desenvolver, que respondam às necessidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na sua intervenção no combate à pandemia de Covid-19. Com início em maio, será desenvolvido nos próximos três meses.

Além do INESC TEC, que coordena o projeto, são parceiros a FEUP, o SYSTEC, a FMUP, o Centro Académico Clínico ICBAS-CH, o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), o Centro Hospitalar Universitário do Porto – Hospital de Santo António e o Hospital de São Martinho, em Valongo.

O investigador do INESC TEC mencionado nesta notícia tem vínculo à UP-FEUP.

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