Quatro anos depois, o projeto europeu InteGrid chegou ao fim. O objetivo principal, e agora cumprido, era demonstrar a integração de novas tecnologias ligadas à operação de redes elétricas inteligentes, armazenamento de energia e sistemas de gestão de energia, apostando num aumento substancial da integração de energias renováveis na rede de distribuição de eletricidade.
Foram várias as tecnologias desenvolvidas e demonstradas ao longo do projeto em ambientes de operação reais, através dos demonstradores instalados em Portugal – Caldas da Rainha, Alcochete e Évora -, Eslovénia – Ljubljana – e Suécia – Estocolmo. O INESC TEC, representado por quatro dos seus 13 centros de investigação – Centro de Sistemas de Energia (CPES), Centro de Engenharia e Gestão Industrial (CEGI), Centro de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (CSIG) e Laboratório de Software Confiável (HASLab) – foi o coordenador técnico do projeto InteGrid e responsável pelo desenvolvimento de onze tecnologias.
Entre as tecnologias desenvolvidas no âmbito do InteGrid, o INESC TEC foi responsável único pelo desenvolvimento do software de previsão de carga e energia renovável para as redes de média e baixa tensão, pelo fluxo de trânsito de potência ótimo com controlo de flexibilidade de sistemas de armazenamento e gestão ativa do consumo, pelo software de estimação de estado de baixa tensão e controlo de tensão, pelo hardware e software do sistema de gestão de energia doméstico, pelo hardware do equipamento de carregamento de veículos elétricos e pelo protótipo do conversor de eletrónica de potência híbrido para painéis solares e armazenamento.
O INESC TEC, em conjunto com a Ellevio, SAP e EDP Distribuição, desenvolveu novos algoritmos baseados em dados para diagnóstico e manutenção preditiva de transformadores de potência. Já em parceria com a SAP, a New R&D, e a EDP comercial, o INESC TEC, foi o principal responsável pelo software grid and market hub, capaz de promover a cooperação entre diferentes stakeholders do setor energético, tais como os operadores/agregadores de flexibilidade, comercializadores, fornecedores de serviços de eficiência energética, consumidores e operador da rede de transporte, de modo a fomentar novos modelos de negócios e serviços de flexibilidade. Por último, e em conjunto com as Águas do Tejo Atlântico, o INESC TEC desenvolveu, patenteou e demonstrou na Fábrica da Água de Alcântara um software para otimização energética de sistemas de bombagem em estações de tratamento de águas residuais.
“O projeto InteGrid partiu de resultados obtidos em projetos Europeus anteriores (SuSTAINABLE, SENSIBLE, entre outros), procurando combinar o desenvolvimento de novos algoritmos para gestão da rede elétrica e flexibilidade com tecnologias digitais, com o objetivo fundamental de industrializar a tecnologia e demonstrar os benefícios em ambiente real. Em paralelo, foram produzidas recomendações regulatórias e de mercado para facilitar a integração da gestão ativa do consumo no mercado de eletricidade e operação da rede de distribuição, em cenários com elevada integração de produção renovável. Para o INESC TEC significa uma materialização em software e hardware dos conceitos desenvolvidos ao longo dos últimos 10 anos de I&D, assente numa estratégia de gestão da propriedade intelectual e valorização dos resultados através da integração com sistemas comerciais”, referiu Ricardo Bessa, coordenador técnico do projeto e coordenador do CPES.
Também no que diz respeito a artigos e conferências científicas, o INESC TEC contribuiu em 9 dos 19 resultados atingidos neste projeto e submeteu dois pedidos de patente ao Instituto Europeu de Patentes.
Mais detalhes e informações sobre os desafios enfrentados, os objetivos do projeto, as tecnologias desenvolvidas, os resultados obtidos em cada demonstrador, a capacidade de escalabilidade e replicação das tecnologias testadas, conclusões e recomendações, podem ser consultadas no livro final do InteGrid, disponível aqui.
Para que todo este trabalho fosse possível, o INESC TEC contou com o envolvimento de mais de 30 investigadores ao longo dos quatro anos do projeto, são eles André Garcia, André Madureira, Ângelo Martins, António Lopes, Armando Leitão, Artur Capela, Carlos Pereira, Cláudia Abreu, David Rua, Diogo Castro, Fábio Coelho, Filipe Joel Soares, Frederico Lopes, Gil Sampaio, Henrique Teixeira, Joana Coelho, João Costa, João Silva, João Viana, Jorge Filipe, Jorge Pereira, José Villar, Leonel Dias, Luís Seca, Luís Dias, Luís Durão, Luís Guimarães, Luís Miguel Miranda, Luiz Oliveira, Micael Simões, Paulo Machado, Ricardo Andrade, Ricardo Bessa e Xavier Rodrigues.
Coordenado pela EDP Distribuição, o InteGrid dispôs de um budget total de cerca de 15 milhões de euros, e contou com a participação de 14 instituições de 8 países europeus. Para além da EDP Distribuição – entidade coordenadora do projeto – e do INESC TEC – coordenador técnico, participaram no projeto as seguintes instituições: Águas do Tejo Atlântico e New R&D – Centre for New Energy Tecnologies, em Portugal, Austrian Institute of Technology GmbH e cyberGRID GmbH & Co., na Áustria, Elektro Ljubljana, na Eslovénia, GE Grid Solutions, no Reino Unido, DNV GL Netherlands, na Holanda, KTH – Royal Institute of Technology, LocalLife e Ellevio, na Suécia, IIT Institute for Research in Technology e Comillas University, em Espanha e SAP SE, na Alemanha.
Este projeto foi financiado ao abrigo do programa de investigação e desenvolvimento da União Europeia Horizonte 2020 com o acordo número 731218.
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Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm ligação à UP-FEUP.
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