Chama-se Physio, é um sistema de conversação inovador que fornece informações na área da reabilitação física e pretende auxiliar pacientes e fisioterapeutas. Foi desenvolvido por investigadores do INESC TEC e já soma prémios.
Utilizar modelos de linguagem em áreas como a fisioterapia pode parecer abstrato e incompatível, mas um grupo de investigadores do INESC TEC provou o contrário, desenvolvendo um sistema de conversação que alia as duas áreas e utiliza modelos generativos de suporte à reabilitação física.
Levar a “fisioterapia a toda a gente” é a grande mais-valia do “Physio”, um chat desenvolvido pelos investigadores do INESC TEC Hugo Sousa, Ruben Almeida, Filipe Cunha, Nuno Guimarães, Ricardo Campos e Alípio Jorge.
Criado em apenas uma semana, “o projeto em questão nasceu com o objetivo de participar numa competição promovida pela Sword AI, cujo desafio consistia em desenvolver um produto inovador utilizando modelos de linguagem natural”, explica Hugo Sousa. A proposta acabou por conquistar o terceiro lugar na competição.
Segundo o investigador, Physio não é mais do que um software que se “distingue pela sua capacidade de gerar respostas personalizadas ao utilizador, fundamentadas em fontes fiáveis e referenciando as mesmas nas suas respostas”. Para além disso, “está equipado para recomendar exercícios específicos e, se necessário, medicação, tornando-se um valioso recurso tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde”, garante.
A inovação e pertinência do projeto, que integra modelos de linguagem em aplicações do mundo real, levou o grupo de investigadores a conquistar, entretanto, o Best Demo Paper Award, na 46ª edição da European Conference on Information Retrieval (ECIR’24), organizada pela Universidade de Glasgow, que distingue os melhores artigos científicos com demonstração de aplicações e software de ideias científicas inovadoras.
Sobre os próximos passos, Hugo Sousa não esconde a vontade de aprofundar o projeto com o apoio especializado de fisioterapeutas, de modo a aumentar a confiabilidade do modelo e salvaguardar ainda mais, o bem-estar do paciente. “Seria interessante expandir a base de conhecimento do agente, integrando mais fontes curadas. Além disso, também seria interessante fazer validação clínica para assegurar que as respostas fornecidas pelo Physio estejam em conformidade com as melhores práticas”, conclui.
Os investigadores referidos na notícia têm vínculo ao INESC TEC, à UP-FCUP e à UBI.