Investigadores INESC TEC embarcam para a Carnegie Mellon University ao abrigo de múltiplos programas de mobilidade

A parceria da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) com a Carnegie Mellon University – CMU Portugal – vai levar cinco investigadores do INESC TEC até aos Estados Unidos da América, no âmbito de diversas bolsas de mobilidade. Especificamente, os investigadores foram selecionados ao abrigo de três programas: Docente e Investigador Convidado, Estudante de Doutoramento com Afiliação e Doutoramento com Duplo Grau Académico.  

No caso do Visiting Faculty & Researchers, através do qual os investigadores seleciona dos podem passar entre 14 dias e 2 meses nas instalações da instituição norte-americana, o selecionado foi o investigador José Pereira, com trabalho realizado nas áreas de sistemas de base de dados, redes colaborativas e sistemas distribuídos dependentes. Do outro lado do Atlântico, o investigador do INESC TEC e docente da Universidade do Minho espera “estabelecer uma colaboração com o Database Group”, liderado por Andy Pavlo e Jignesh Patel, e considerado uma “referência na investigação em base de dados”.  

“O grupo tem uma história de trabalhos de grande originalidade e impacto em tópicos como o processamento transacional, avaliação de desempenho de sistemas de processamento de dados e, mais recentemente, na auto-gestão de sistemas usando técnicas de inteligência artificial”, relembra o investigador.  

A investigadora do INESC TEC Susana Marques está no segundo ano do doutoramento e vê na bolsa de Affiiated Ph.D. uma oportunidade para o “desenvolvimento de soluções inovadoras para os desafios da aprendizagem federada, especialmente em contextos descentralizados e heterogéneos”. Para tal, o caminho passa por “investigar e implementar soluções peer-to-peer que possam superar as limitações atuais da aprendizagem federada — como é o caso dos elevados custos de comunicação e a dependência de servidores centrais”. Simultaneamente, também deverá lidar com a heterogeneidade dos dados, “um dos principais desafios no contexto da aprendizagem federada”.  

A longo prazo, a investigadora vê a passagem pela universidade norte-americana como uma forma de “acrescentar valor” ao seu trabalho, nomeadamente através da oportunidade de “trabalhar com especialistas de renome”. “A CMU é um dos centros mais avançados nesta área, com profissionais altamente qualificados que têm investigado soluções para problemas complexos como a heterogeneidade dos dados”, nota Susana, aluna do doutoramento em Informática na Universidade do Minho.  

“Esta interação não só me proporcionará acesso a novos conhecimentos, mas também me permitirá testar e melhorar as soluções que estou a desenvolver, garantido que a minha investigação está alinhada com os desafios mais atuais e relevantes.” 

Também no âmbito do programa de Affiliated Ph.D. Student, Álvaro Silva  considera que esta experiência — na qual vai trabalhar com uma “equipa diversificada” — lhe vai permitir ter acesso a “diferentes áreas de especialização, mas também confrontar diferentes perspetivas, algo fundamental para inovar e trazer novas abordagens” à sua investigação. O trabalho, focado em tornar as “linguagens de verificação-aware mais acessíveis a um maior número de programadores, explorando a utilização de modelos de linguagem de larga escala (LLM)”, poderá, assim, beneficiar de um ambiente “multi-universitário, entre a FEUP e a CMU, com o apoio do INESC TEC”.  

Já Manuel Barros, que para além de investigador do INESC TEC é também aluno de doutoramento na Universidade do Minho, prepara-se para embarcar na sua segunda experiência na Carnegie Mellon University, depois de dois meses na instituição no final do ano de 2023, ao abrigo do programa Visiting Students. Uma experiência que lembra como “extremamente enriquecedora, tanto a nível pessoal como profissional”. “Estar inserido na equipa de investigação do Professor Eunsuk Kang, o meu orientador na CMU, abriu-me os olhos para uma forma diferente de conduzir o trabalho científico”. 

No que respeita à sua investigação, focada no uso de métodos formais para resolver problemas relacionados com a coerência de sistemas distribuídos, esta vem dar continuidade ao trabalho iniciado no mestrado. “A coerência de um sistema distribuído está relacionada com o quão próximo o seu comportamento é de um sistema centralizado (i.e., não distribuído). Maiores níveis de coerência garantem que o sistema tem um comportamento semelhante a um sistema centralizado.” 

Reyhaneh Mohsenzadeh Yazdi, investigadora do INESC TEC e FEUP, juntar-se-á a Manuel Barros no programa de Dual Degree Ph.D, mas na área da engenharia e políticas públicas.  

Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC, à UP-FEUP e à UMinho.

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