Seja para limpar as nossas casas, fabricar produtos ou até mesmo desativar bombas, a robótica é cada vez mais utilizada, pois executa tarefas de forma mais rápida e eficiente. Foi com o objetivo de desenvolver aplicações robóticas com mais qualidade, segurança e, consequentemente, custos inferiores, que o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) desenvolveu, no âmbito do projeto SAFER – Safety verification for robotic software, a ferramenta HAROS.
“Anteriormente, os utilizadores tinham de perceber de métodos formais e aprender várias ferramentas individualmente. Agora, esta ferramenta consegue, de forma automática, extrair um modelo formal de uma aplicação desenvolvida com o popular ROS (Robotic Operating System), de modo a detetar potenciais problemas, e calcular uma série de métricas de qualidade”, explica Alcino Cunha, investigador do INESC TEC e docente na Universidade do Minho. “Em laboratório, por exemplo, a HAROS já detetou diversos problemas desde configurações mal montadas a casos em que o robô não iria respeitar os limites de velocidade”, afirma André Santos, investigador do INESC TEC responsável pelo desenvolvimento da solução.
A ferramenta HAROS recebe permanentemente contributos da comunidade científica, nomeadamente de outros países como Dinamarca e Alemanha. Várias Instituições, em particular o laboratório colaborativo VORTEX, vão investir, nos próximos anos, no desenvolvimento de uma nova versão da HAROS capaz de analisar o código ROS2.
A HAROS está disponível no repositório github e pode ser utilizada por laboratórios e empresas que desenvolvam código robótico com o ROS.
O projeto foi financiado pela União Europeia e por fundos públicos nacionais em cerca de 250 mil euros.
Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm vínculo à UMinho e UP-FEUP.