O investigador do INESC TEC, Luís Vilaça, foi reconhecido pela comunidade científica internacional pela apresentação de dois artigos em duas das conferências mais prestigiadas na área da multimédia, que ocorreram em Dublin: a IEEE International Conference on Content-Based Multimedia Indexing (CBMI) e a ACM Multimedia, esta última considerada A*, o mais elevado nível de excelência científica na área. Os artigos exploram novos métodos de pesquisa e recomendação de conteúdos audiovisuais que utilizam o próprio vídeo para criar descrições semânticas mais ricas.
Hoje, quando procuramos vídeos no YouTube ou em plataformas de streaming, por exemplo, a pesquisa funciona pela procura de palavras que o sistema tenta encontrar em títulos, descrições e metadados escritos por alguém. Mais recentemente a pesquisa pode também ser feita em legendas. No fundo, a pesquisa está limitada apenas a texto e, por isso, o investigador do INESC TEC propõe algo verdadeiramente inovador: um sistema avançado de pesquisa que utiliza os próprios conteúdos multimédia como principal fonte de informação.
“Os artigos apresentados nestas duas conferências são publicações resultantes do desenvolvimento da minha tese de doutoramento, supervisionada pela professora Paula Viana. Um dos artigos provém de uma colaboração com o National Institute of Informatics (NII) do Japão. O principal objetivo do nosso trabalho é a criação de um sistema de pesquisa/recomendação de conteúdos audiovisuais que, ao contrário de outros sistemas, tem por base os próprios conteúdos como fonte de informação. Concretamente, nestes dois trabalhos propomos a utilização de diálogos para criar motores de indexação (cujo objetivo é a descrição de conteúdo multimédia), o que permite melhorar a comparação semântica que existe atualmente entre vídeos”, adianta Luís Vilaça.
Segundo o investigador, os resultados mostram que as abordagens atuais legendagem e pesquisa de conteúdos audiovisuais têm uma expressão descritiva bastante limitada, ou seja, a complexidade das descrições que são geradas é bastante reduzida. Por outro lado, têm uma expressividade bastante limitada e uma forte dependência da interface textual, o que compromete a pesquisa quando o utilizador recorre a trechos de áudio ou vídeo para fazer a pesquisa. Ou seja, mesmo que o vídeo seja muito complexo, a forma de o descrever atualmente é muito pobre e muito dependente do texto escrito.
Para além do impacto científico, a participação nas duas conferências teve um significado especial para o investigador e para o grupo de investigação que integra. “A presença da indústria nestas conferências é assídua, pelo que é uma oportunidade única de partilha e conhecimento entre a academia e as empresas. Em áreas com tanta procura e com uma evolução e desenvolvimento tão rápidos é muito importante que estejamos presentes: por um lado, podemos disseminar o trabalho que fazemos no INESC TEC e, por outro, compreender as necessidades reais do mercado”, sublinha.
Entre as tendências emergentes identificadas pelo investigador destacam-se o crescente interesse na criação e processamento de conteúdos 3D e o desenvolvimento de agentes de inteligência artificial capazes de pesquisar, gerar e recomendar conteúdos multimédia de forma mais natural e eficiente.
O reconhecimento internacional do trabalho de Luís Vilaça reflete não apenas o mérito individual do investigador, mas também a estratégia do INESC TEC na área da multimédia, inteligência artificial e processamento de conteúdo.
O investigador mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC através da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia.

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