O projeto InOlive chegou ao fim e as soluções de monitorização inteligente do olival desenvolvidas estão em uso no terreno. O INESC TEC criou uma armadilha inteligente e a tecnologia pode ser otimizada para aplicar noutras culturas.
O olival é uma das maiores culturas agrícolas em Portugal, mas mesmo a oliveira, árvore resistente e rústica, está exposta a pragas e doenças. É uma ameaça imprevisível e difícil de atacar – mas uma solução desenvolvida pelo INESC TEC pode ajudar. O projeto InOlive, que chegou agora ao fim, criou uma solução inovadora de apoio à decisão, de baixo custo, que permite aos olivicultores monitorizarem, em tempo real, a saúde das culturas.
Um dos principais objetivos do InOlive passava por desenvolver uma solução de monitorização inteligente para prevenir pragas – um problema ainda mais agudizado pelas alterações climáticas. E uma das respostas foi uma armadilha inteligente robótica.
É aqui que entra o INESC TEC. Lino Oliveira, investigador e coordenador do projeto, explica: “O papel [do Instituto] centrou-se na investigação e desenvolvimento da armadilha Inteligente, com duas componentes principais: componente física, composta pela estrutura robótica; e módulo de deteção automática de pragas, a partir de imagens, com recurso a técnicas de Deep Learning”.
A armadilha incorpora um conjunto de sensores que permitem monitorizar de forma autónoma e simultânea ameaças como a traça da oliveira, a mosca da azeitona, ou a gafa, mas também dados climáticos. E isto é importante: os efeitos da mudança no clima provocam um aumento do ataque de pragas e doenças no olival, causando prejuízos, aumento de custos de produção e impacto na qualidade dos produtos.
O consórcio liderado pela Geodouro e que juntou o INESC TEC, o Instituto Politécnico de Bragança e APPITAD desenvolveu ainda, nos dois anos de projeto, uma Infraestrutura de Dados Especiais. Esta solução integrada de monitorização disponibiliza dados geoespaciais que dão informação útil aos atores agrícolas.
As soluções tecnológicas já funcionam em parcelas de olival na região de Mirandela, “local selecionado no projeto para o piloto de demonstração”, enquadra Lino Oliveira. O objetivo agora passa por levar o projeto mais além. “A ideia do consórcio passa por otimizar e produtizar a solução, para aplicação noutros territórios bem como estender a sua utilização a outras culturas”, indica o investigador do INESC TEC.
O projeto InOlive foi financiado pelo Programa Portugal 2020, num total de 430 mil euros e arrancou em setembro de 2021.
O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC
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