31 de março, o dia mundial de quem não faz backups

Por Jaime Dias, Responsável do Serviço de Administração de Sistemas

A nossa pegada digital é cada vez maior, menos papel, muitos mais bytes. Estima-se que a pandemia tenha acelerado o crescimento de dados criados, capturados, copiados e consumidos mundialmente, atingindo o patamar dos 100 zetabytes já em 2022. Em 2010, eram cerca de 2 zetabytes. Para não ter de procurar no Google, um zeta é um 1 seguido de 21 zeros. 

Falamos de muitos tipos de dados, e de importância muito variável, desde dados que desaparecem e nunca damos pela sua falta, aos dados cuja falta podem levar empresas à falência, ou todas aquelas memórias, fotografias e vídeos, cujo valor é inestimável. 

Mas não foram apenas os dados que aumentaram. O risco de perdermos dezenas ou centenas de gigabytes de dados concentrados num portátil ou num telemóvel também aumentou. Ou porque os apagamos acidentalmente, porque o disco avariou; perdemos a password que cifra os dados, porque nos furtaram o equipamento, ou fomos vítimas de um ataque cibernético. As estatísticas dizem-nos que cerca de três quartos dos utilizadores já sofreram pelo menos um incidente de perda de dados importantes. 

Há várias soluções que permitem reduzir a probabilidade destes riscos, mas em última instância, aquela que nos permite descansar melhor à noite, é ter backups regulares, de preferência diários. 

É uma daquelas pessoas com muita sorte, que não se preocupa com cópias de segurança e ainda não lhes aconteceu nada de grave até à data? O 31 de março, Dia Mundial do Backup, é celebrado a pensar em si, para o lembrar que a sua sorte vai acabar mais tarde ou mais cedo. 

“Things will go wrong in any given situation, if you give them a chance.” – Murphy’s law 

Não arrisque, confirme que todos os seus dados importantes estão salvaguardados.  

Confirme que as cópias de segurança estão em local seguro, quer seja num disco externo, ou na nuvem. Há muitos ataques que se focam nos sistemas de backup por poderem estar mais vulneráveis.  

Cifre sempre os dados dos backups mas não se esqueça da password. Guarde-a no seu gestor de passwords. Sem ela, os seus backups valem tanto quanto as minhas 2,5 bitcoins, muito bem protegidas há 10 anos com uma password que não me lembro. 

Confirme periodicamente que os dados dos backups estão realmente disponíveis. Muita gente tem surpresas desagradáveis quando precisa de recorrer aos backups. 

Experimente fazer este exercício: se hoje perder o seu computador ou telemóvel, sabe como recuperar os dados importantes? Se for necessária alguma informação ou password para aceder aos backups cifrados, sabe qual é ou se está guardada num local seguro que não seja no portátil ou telemóvel que acabou de perder? 

O INESC TEC faz backups diários dos principais serviços, como o email, Intranet, Iris, repositório, Drive, e Gitlab, e disponibiliza o serviço de backup de máquinas virtuais e datasets. Muitos destes backups são copiados para cassetes (sim, Google, Amazon e Microsoft também as usam) semanalmente e transferidos para um local remoto para o caso de haver um desastre.  

O Drive do INESC TEC permite-lhe garantir pelo menos uma cópia dos seus documentos de trabalho. Os seus emails, calendários e contactos do Outlook também estão a salvo, continua a ter acesso a todos estes dados mesmo que perca o seu computador. 

Gostaríamos de poder garantir o backup diário dos computadores de todos os colaboradores, mas, pelo menos para já, não é possível, pois são várias centenas de computadores e de terabytes. Mas estamos disponíveis para recomendar e ajudar. 

Deixo aqui a ligação sobre o Dia Mundial do Backup e reforço o apelo para que faça a seguinte promessa a si próprio: “Comprometo-me solenemente a fazer o backup dos meus documentos mais importantes e das minhas mais preciosas memórias no dia 31 de março”.

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