Peter Van Roy, UCLouvain

Nome: Peter Van Roy
Nome da organização: Université catholique de Louvain
Área de negócio: Formação Académica
Função na organização: Professor
Centro do INESC TEC com que colaborou: Laboratório de Software Confiável (HASLab)
Responsáveis pelo projeto no INESC TEC: Carlos Baquero e Ali Shoker
Título dos projetos: Syncfree e LightKone

Qual é a sua ligação profissional ao INESC TEC?

A minha equipa de investigação no Instituto ICTEAM da UCL colaborou com o INESC TEC em dois projetos europeus: o SyncFree (Programa-Quadro FP7, 2013-2016), dedicado à computação de larga escala sem sincronização, e o LightKone (Horizonte 2020, 2017-2019), que incidiu sobre computação em redes periféricas. A UCL foi a entidade coordenadora do projeto LightKone, tendo o INESC TEC assumido a gestão do work package 3, nomeadamente o desenvolvimento de um sistema de runtime para computação periférica. Além disso, o INESC TEC contribuiu de forma significativa para os restantes work packages do projeto (WP2, WP4, WP5, WP6 e WP7).

Descreva, de forma sucinta, os principais projetos que realizou com o INESC TEC.

A UCL colaborou com o INESC TEC e com outros parceiros no âmbito dos projetos europeus acima mencionados (SyncFree e LightKone). Trabalhámos diretamente com o INESC TEC no desenvolvimento de um modelo formal para dedução, com recurso a informação parcial sobre causalidade; mais precisamente, estudámos o que é possível deduzir quando apenas temos acesso a informação parcial sobre relações causais num sistema distribuído. Também recorremos aos modelos avançados de dados convergentes (CRDT) desenvolvidos pelo INESC TEC em diversas fases do SyncFree e do LightKone (ver abaixo).

Quais são os principais resultados dos projetos?

Um dos principais resultados da colaboração com o INESC TEC foi a LightKone Reference Architecture (LiRA), lançada em documento aberto em dezembro de 2019. Este processo foi liderado por Ali Shoker, investigador do INESC TEC. Um importante precursor deste trabalho foi o capítulo Programming Models and Runtimes, parte do livro Ultrascale Computing Systems, publicado em abril de 2019.

A LiRA foi desenvolvida como uma extensão da OpenFog Reference Architecture, e define dois princípios para a simplificação da gestão de dados no espetro nuvem-periferia (cloud-edge). Um dos principais problemas ainda por resolver em termos de computação periférica é a gestão da transferência maciça de dados, entre a nuvem e a periferia, e vice-versa. Assim, a LiRA apresenta uma solução concreta para esta questão. A nossa colaboração traduziu-se, também, no desenvolvimento de diferentes artefatos, com vista à validação da LiRA em diversos níveis, como o Antidote, o Achlys (que inclui o Lasp), o Grisp e o Legion.

Outro importante resultado da nossa colaboração foi o modelo de programação Lasp, desenvolvido para a implementação em grande escala (até 1000 nós), integrado e avaliado juntamente com o INESC TEC. O Lasp é um modelo de programação desenhado para a execução de programas confiáveis em redes periféricas não-confiáveis. De forma a garantir confiabilidade, o Lasp recorre a estruturas distribuídas de dados convergentes, chamadas CRDT (Tipos de Dados Replicados Livres de Conflitos). Vários destes CRDT foram desenhados pelo INESC TEC, tendo o Instituto colaborado no processo de escabilidade do Lasp, alcançando os 1000 nós (publicado no PPDP 2017). Este software encontra-se disponível como código-fonte aberto (www.lasp-lang.org).

Como classificaria a sua experiência de trabalho junto do INESC TEC?

A colaboração com o INESC TEC foi enriquecedora, tendo dado origem a várias publicações importantes e a um sistema de software de grande escala. Considero o INESC TEC uma organização de investigação de grande relevância a nível mundial, nomeadamente na minha área de especialização: sistemas distribuídos de grande escala, e estruturas de dados distribuídas.

Considera a possibilidade de colaborar com o INESC TEC no futuro?

A 17 de junho de 2020, os nossos colaboradores enviaram uma proposta de investigação, a nível europeu, denominada Continuum, no âmbito da call ICT-40-2020 – “Cloud Computing: Towards a Smart Cloud Computing Continuum”. A UCL e o INESC TEC são as entidades parceiras da proposta acima mencionada. O principal objetivo do Continuum é automatizar a gestão consistente de dados em todo o espectro nuvem-periferia, com base nos resultados dos projetos SyncFree e LightKone. Assim, será possível eliminar uma das principais fontes de complexidade nas atuais plataformas de computação periférica.

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