Reunião que decorreu na sede do INESC TEC, no Porto, contou com mais de 30 participantes para o balanço de três anos de trabalho no âmbito do projeto europeu.
Volvidos três anos após o início – e a apenas algumas semanas do encerramento oficial -, o projeto A-IQ Ready realizou a sua última reunião-geral no INESC TEC, num evento que serviu para evidenciar os resultados alcançados. Com avanços tecnológicos que vão desde cenários de resgate até à monitorização automóvel e automação industrial, Nuno Paulino, investigador do INESC TEC e membro do projeto, garante que foi criada uma “base tecnológica onde se prevê transição para fases de demonstração avançada”.
Entre os “resultados substanciais” alcançados pelos quase 50 parceiros do A-IQ Ready, destacam-se “a integração e teste de um sensor quântico em motores automóveis para a monitorização de estado e controlo, o desenvolvimento de um sistema embarcado para monitorização do estado do condutor em cabines automóveis, e soluções de automatização de veículos industriais em ambientes de pequena escala (fábricas) e larga escala (estaleiros).”
No entanto, é nas “plataformas de computação onde hardware customizado permite execução de modelos de Inteligência Artificial com maior eficiência” que reside a contribuição do INESC TEC para o projeto. Através de métodos e arquiteturas de hardware orientadas para a execução eficiente de modelos de inferência em IA, foi possível fazer progressos em “técnicas de transformação e mapeamento de modelos IA, suporte sistemático a extensões customizadas RISC-V e a criação de fluxos integrados de co-simulação entre processadores convencionais e hardware especializado”.
A “forte cooperação” com os parceiros-chave permitiu ainda demonstrar as “várias tecnologias de computação” desenvolvidas pelo INESC TEC ao longo do projeto. É esperado que o impacto destas tecnologias se traduza, por exemplo, em “sistemas que, com recurso a IA na edge, serão capazes de operar autonomamente em cenários complexos e distribuídos”.
Mas o impacto não se fica por aqui. É também possível identificar avanços em diferentes domínios, como os sensores quânticos, sistemas de automação inteligente em ambientes industriais, ou veículos terrestres não tripulados equipados para com IA para cenários de busca e salvamento. Ao nível do hardware digital e arquiteturas de computadores, também se registaram “progressos relevantes” ao nível das “metodologias de design de arquiteturas heterogéneas e das técnicas que maximizam o seu potencial – através de mecanismos mais eficientes de offloading de modelos de IA para hardware especializado.
Com a participação neste projeto, Nuno Paulino acredita que o INESC TEC conseguiu “reforçar de forma significativa a sua visibilidade internacional, consolidando parcerias estratégias com líderes tecnológicos europeus e aprofundar competências internas”. Outra vertente a destacar, aponta o investigador, tem que ver com a “captação e desenvolvimento de talento”, já que o projeto veio criar condições para a continuidade e expansão das linhas de trabalho “através de novas propostas, colaborações e programas de doutoramento”.
O investigador mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC.
Notícias, atualidade, curiosidades e muito mais sobre o INESC TEC e a sua comunidade!