Dia da Energia foi celebrado com debate sobre os sistemas de energia do futuro

Foram cerca de 400 pessoas que marcaram presença no grande Auditório da FEUP no dia 29 de maio. O objetivo? Debater os sistemas de energia do futuro. O evento, organizado pelo INESC TEC e com o carimbo da Comissão Europeia, incluiu ainda uma mostra tecnológica ligada a soluções de engenharia na área da energia.

A abertura do evento “Energy Systems of the Future” foi feita por Maria José Espírito Santo, subdiretora da Direção Geral de Energia e Geologia, que abordou ações concretas e medidas a serem implementadas para que as metas e objetivos estipulados para a transição energética sejam cumpridos.

Seguiu-se depois o primeiro painel, composto por investigadores do INESC TEC, e que apresentou algumas das linhas de investigação e soluções tecnológicas que a instituição tem vindo a desenvolver na área da energia – com recurso a novas tecnologias, esquemas de mercado e soluções baseadas em inteligência artificial – e que vão contribuir para a materialização de uma visão dos sistemas de energia 100% provenientes de fontes renováveis.

O mote “sistemas de energia com 100% de energia elétrica proveniente de fontes renováveis” foi dado por João Abel Peças Lopes, diretor associado do INESC TEC, que alertou para o facto de “em 20/30 anos, os países mais desenvolvidos, e onde Portugal se inclui, precisarem de utilizar para satisfazer a procura de eletricidade um portfolio de tecnologias de geração tendencialmente 100% renovável relativamente às energias primárias utilizadas e que serão: a solar, a eólica, a hidroeletricidade, a biomassa e até a geotermia”.

Seguiu-se a apresentação de Filipe Joel Soares, investigador do Centro de Sistemas de Energia (CPES), sobre a “eletrificação dos sistemas de energia”, a de Ricardo Bessa, coordenador adjunto do CPES, que levou a debate o tema da “inteligência artificial no setor elétrico”, a da investigadora do CPES Clara Gouveia sobre as tecnologias para as redes inteligentes de modo a responderem aos desafios da sociedade e do investigador do CPES José Villar sobre “a próxima revolução no setor elétrico: comprar ou vender energia”.

O segundo painel reuniu nomes de especialistas na área da energia que cobrissem as perspetivas de todos os stakeholders envolvidos. António Sá da Costa, antigo presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis e atual presidente da EREF, participou na discussão para abordar o tema das energias renováveis. Aurélio Blanquet, diretor na EDP Distribuição, participou no debate dando a perspetiva da rede elétrica de distribuição, já António Ramalho, CEO da EFACEC, falou sobre a tecnologia. O antigo presidente da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços de Energia) e atual presidente da NEWES, Jorge Vasconcelos, partilhou a visão sobre os mercados de eletricidade. Albino Marques, da REN, e Isabel Oliveira, da DECO, deram a perspetiva do operador de sistemas de transmissão e dos consumidores, respetivamente. A moderação da discussão esteve a cargo de Luís Seca, administrador do INESC TEC.

Entre os dois painéis houve ainda espaço para uma mostra tecnológica. Um robô aéreo para inspeção de linha elétricas para reduzir o risco humano, custos operacionais e tempo, um sistema de gestão inteligente de consumo energético em casa ajustado às preferências dos utilizadores, uma plataforma digital baseada em jogos sérios dedicada à eficiência energética e dotada de sensores capazes de monitorizar níveis de humidade, temperatura, concentração de CO2 ou luminosidade, um inversor inteligente para produção e armazenamento de energia fotovoltaica em ambiente doméstico e uma caixa de comunicações wireless para aplicação em plataformas offshore de fontes de energia renováveis – foram algumas das tecnologias desenvolvidas pelo INESC TEC na área da energia que estiveram em mostra no dia Nacional da Energia.

O evento organizado pelo INESC TEC foi apoiado pela iniciativa “Energy Days”, organizada pela Comissão Europeia no âmbito da Sustainable Energy Week. Os Energy Days são atividades que pretendem promover uma transição para a energia limpa e podem ser organizados por diferentes instituições, públicas ou privadas, nos diferentes países Europeus.

 

Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC e à UP-FEUP.

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