Investigadores do INESC TEC conquistam o pódio nos prémios REN 2021

Os investigadores Fabien Heymann, Pedro Silva e Tiago Torres venceram a 26ª edição dos Prémios REN nas categorias de melhor tese de doutoramento, melhor tese de mestrado e segundo lugar de tese de mestrado, respetivamente.

Os trabalhos das Teses destacaram-se por contribuírem para o desenvolvimento de soluções que vão desde a adaptação das redes à mobilidade elétrica e à integração fontes de energia renovável até impacto da presença de armazenamento de energia nas redes elétricas e eficiência de parques eólicos.

A cerimónia de entrega de prémios, que decorreu no passado dia 6 de dezembro, contou com a presença de Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; João Galamba, Secretário de Estado Adjunto e da Energia; Francisco Pinto Balsemão, fundador e presidente do Grupo IMPRESA; Rodrigo Costa, CEO da REN; e João Peças Lopes, professor catedrático e presidente do Júri dos Prémios REN.

João Peças Lopes realça a importância do Prémio REN, que “premeia o mérito e o trabalho realizado nas escolas portuguesas”, acrescentando que “é fundamental que o lado da academia desenvolva soluções para a transição energética”. Já Rodrigo Costa defende que o Prémio valoriza a inovação, “necessária no mundo da energia”. “Ao incentivarmos os jovens que pensam no futuro do nosso país, estamos a dar um contributo importante para a sociedade”, reforça.

No final do evento, Manuel Heitor realçou a importância e a inovação dos Prémios REN, em particular a atribuição de um novo prémio, criado em parceria com o Centro Ciência LP e a Fundação para a Ciência e Tecnologia, destinado a jovens de países africanos de língua portuguesa.

 

Melhor Tese de Doutoramento

Fabien Heymann fez o doutoramento na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Intitulado “Technology diffusion models in power system planning and policy design”, o trabalho foi orientado por Vladimiro Miranda, investigador do INESC TEC e professor catedrático na FEUP, e co-orientado por Filipe Joel Soares, investigador do INESC TEC, e Pablo Dueñas, do MIT (EUA). A dissertação foi submetida em maio de 2020 e aprovada no Programa Doutoral em Sistemas Sustentáveis de Energia, enquadrado no MIT Portugal.

O investigador analisou padrões espaciais e temporais associados à adoção de novas tecnologias, como o fotovoltaico ou os veículos elétricos. Partindo de dados dos censos em Portugal, foram decantados mais de cento e vinte critérios explicativos para a propensão das pessoas em adotar novas tecnologias, que depois foram embebidos em modelos espácio-temporais de difusão. Estes modelos permitiram caraterizar as dinâmicas da adoção progressiva e constatar que modelos clássicos se podem desviar substancialmente nas suas previsões, com impacto importante no planeamento de investimentos no setor elétrico.

Adicionalmente, a tese investigou a influência de diferentes políticas de incentivos na propagação dinâmica dos processos de adoção, orientados para diferentes classes sociais e geográficas, com conclusões importantes sobre os equívocos e efeitos que determinados incentivos podem originar quer ao nível dos investimentos exigidos quer das assimetrias sociais geradas.

 

1º Prémio Melhor Tese de Mestrado

Pedro Silva desenvolveu o projeto “OPF Robusto”, com orientação de Manuel Matos, investigador do INESC TEC e professor catedrático na FEUP. O OPF (Optimal Power Flow) é uma ferramenta que propõe um ponto de operação do sistema elétrico, minimizando o custo de produção, respeitando os limites dos ramos e de outras variáveis. Quando as cargas do sistema (incluindo a produção renovável não despachável) apresentam incerteza, procura-se uma solução robusta, para a qual qualquer variação prevista nas potências de carga permita a realização de um cenário admissível de produção. Nesta dissertação, estudou-se a criação de um OPF mais robusto, capaz de lidar com as incertezas e variáveis da produção e do consumo de energias renováveis.

 

2º Prémio Melhor Tese de Mestrado

Tiago Torres trabalhou sob orientação de Ricardo Bessa, investigador sénior no INESC TEC, e co-orientação de Manuel Matos, na dissertação “Comparison between traditional network reinforcement and the use of DER flexibility”, cujo objetivo é o desenvolvimento de uma metodologia de análise custo-benefício para comparação do planeamento tradicional da rede elétrica (reforço de linhas, transformadores, etc.) com uma gestão preditiva da flexibilidade do consumo/produção na resolução de problemas técnicos. O trabalho permitiu também estimar o custo máximo que um operador da rede de transporte/distribuição deve pagar por flexibilidade, em contraponto com o reforço da rede elétrica.

O prémio REN, criado em 1995, é um dos mais antigos galardões científicos atribuídos em Portugal, cujo objetivo passa por contribuir para o desenvolvimento do setor energético nacional. Este prémio é atribuído todos os anos às melhores teses de mestrado em energia e de dois em dois anos à melhor tese de doutoramento. Os valores monetários atribuídos aos primeiros lugares vão desde 15.000€ para o 2º prémio da tese de mestrado, 25.000€ para o 1º prémio da tese de mestrado e 30.000€ para a melhor tese de doutoramento.

 

Os investigadores mencionados nesta notícia têm vínculo ao INESC TEC e à UP-FEUP.

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