Já arrancou o primeiro projeto europeu liderado pelo INESC TEC na área da saúde

Chama-se AI4Lungs e tem como objetivo desenvolver ferramentas e modelos computacionais baseados em Inteligência Artificial para otimizar o diagnóstico e o tratamento de doenças pulmonares. Através de uma abordagem holística e multimodal, os investigadores vão criar uma solução de cuidados de saúde personalizados para doenças respiratórias. No final de fevereiro, representantes das 18 entidades parceiras do projeto, provenientes de 10 países, reuniram-se no INESC TEC para assinalar o arranque do AI4Lungs.

Ao longo dos próximos três anos, um consórcio liderado pelo INESC TEC, vai trabalhar para que seja possível otimizar o processo de diagnóstico e tratamento das doenças do foro pulmonar, nomeadamente doenças pulmonares intersticiais, doenças infeciosas e cancro. O AI4Lungs conta com um orçamento de 6,9M€ e reúne uma equipa multidisciplinar: universidades, centros de investigação, unidades hospitalares e de saúde, empresas, e uma organização governamental dedicada ao desenho de políticas de saúde.

“Contamos com um consórcio composto por 17 parceiros, além do INESC TEC, provenientes de 10 países, com atividade, conhecimento e experiência em diferentes áreas, desde a investigação ligada à saúde, passando pelo desenvolvimento de sistemas de gestão de informação, até à regulamentação e desenho de políticas públicas. Graças a esta multidisciplinaridade e transversalidade, seremos capazes de abordar a saúde pulmonar de forma holística e multimodal, e criar um sistema capaz de apoiar todo o processo, desde a consulta e avaliação inicial do paciente até ao tratamento propriamente dito”, explica Hélder Oliveira.

De acordo com o investigador do INESC TEC, a reunião de arranque do AI4Lungs foi o culminar de anos de trabalho na constituição de uma equipa e de um projeto, que vai permitir não só melhorar diagnósticos e tratamentos, como desenvolver tecnologias de última geração e contribuir para responder aos desafios associados à proliferação de doenças respiratórias.  “Foi uma longa jornada, mas é agora que começa desafio – desenvolver novas ferramentas, baseadas em Inteligência Artificial, para apoiar os profissionais de saúde no processo de tomada de decisão e reduzir a necessidade de recorrer a múltiplos exames, otimizando tempo e recursos”, adianta.

Inteligência Artificial e duas novas soluções: auscultação digital e a biópsia líquida

Para desenvolver as novas ferramentas, a equipa vai combinar e integrar diferentes tipos de dados acerca dos pacientes – sejam dados recolhidos na prática clínica, nomeadamente através de auscultação pulmonar, raio-X, TAC, ou análises clínicas, sejam dados demográficos.  “O nosso objetivo é desenvolver soluções que visam melhorar os dispositivos e as ferramentas utilizadas nas decisões de diagnóstico, integrando-as numa única plataforma (digital twin) capaz de monitorizar e aconselhar os profissionais de saúde durante todo o processo de decisão clínica”, explica Duarte Dias.

Além disso, adianta o investigador do INESC TEC, o AI4Lungs propõe duas novas tecnologias na área médica. Uma será a auscultação digital, a cargo do INESC TEC, e a outra, a biópsia líquida, desenvolvida pelo i3s (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde), que funcionará como primeira linha de diagnóstico, para determinar, numa fase muito inicial, o tipo de cancro, acelerando dessa forma o processo de diagnóstico. As soluções desenvolvidas pelos parceiros do projeto serão testadas em dois pilotos, um deles a realizar em Portugal mais precisamente no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho (CHVNGE).

O AI4Lungs é financiado pela Comissão Europeia e pela Agência de Execução Europeia da Saúde e do Digital (HADEA), através do programa Horizonte Europa (Grant Agreement No. 101080756)

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