Nova ferramenta vai avaliar impacto ambiental de diferentes modelos de negócio de retalho

O INESC TEC coordena o projeto e-LOG, cujo objetivo é avaliar o impacto ambiental de diferentes estratégias de retalho e distribuição, tendo em consideração a origem e o destino dos produtos comercializados, a sua natureza, e modos de transporte.

“Há, naturalmente, e em geral, um razoável conhecimento dos impactos ambientais das operações logísticas tradicionais, mas não é conhecido o impacto ambiental das novas estratégias de retalho, designadamente no que se refere a novos modelos de negócio e hábitos de consumo, associados ao comércio eletrónico”, explica Tânia Fontes, investigadora do CESE responsável do projeto.

Para isso, o projeto vai desenvolver uma metodologia, baseada em modelos matemáticos, que permita a comparação dos efeitos ambientais de diferentes modelos de negócio na logística de proximidade, nomeadamente a venda a retalho em espaços físicos confinados, o comércio eletrónico e o comércio através de omni-canais (online e offline em simultâneo).

“Os veículos de mercadoria representam entre 21% a 55% das emissões de gases poluentes de todos os tipos de transporte. A situação poderá agravar-se devido ao acentuar do comércio online, que fez aumentar as vendas transfronteiriças e, por conseguinte, o tráfego de cargas de longo curso. Tudo isto acontece num novo contexto de necessidade de redução de gases com efeito estufa (a Europa ambiciona atingir, até 2050, a neutralidade carbónica).  Esta metodologia que vamos desenvolver irá ser usada no desenho de estratégias inovadoras de distribuição, procurando mitigar alguns fatores externos negativos desta atividade”, afirma Tânia Fontes, que integra a equipa composta pelos investigadores do CESE Jorge Pinho de Sousa, Joel Ribeiro e Hugo Ferreira.

O e-LOG pretende extrair conhecimento de diversas fontes de dados, de modo a que possa ser usado para: (i) melhorar a eficiência ambiental dos serviços de distribuição; (ii) fornecer informação estratégica aos diferentes agentes de decisão (autoridades, municípios, operadores logísticos) sobre os impactos ambientais de diferentes modelos de negócio; (iii) aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços do retalho; e  (iv) promover a transparência das operações, melhorando a informação aos cidadãos, e mostrando como a qualidade de vida é afetada pelas políticas e regulamentos adotados (por exemplo, quais os impactos de possíveis restrições à circulação).

O e-LOG (Entrega sustentável de encomendas: uma ferramenta de apoio à decisão para a avaliação e desenho de serviços inovadores) conta com consultores da Universidade de Groningen (Holanda) e da Universidade de Pequim. Tem duração de 18 meses e início em janeiro de 2022. É financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, em cerca de 50 mil euros.

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