Portugal e Noruega juntos na investigação tecnológica para o oceano: foi inaugurado o primeiro centro de excelência português para o mar

 

Foi inaugurado o primeiro centro de excelência português para o mar – o INESC TEC.OCEAN. Academia, entidades governamentais e empresas reuniram-se ao longo de dois dias no arranque deste projeto de 30M€, liderado pelo INEC TEC, que vai promover o desenvolvimento de setores emergentes do mar. Logo na abertura, INESC TEC e SINTEF OCEAN – o principal centro de I&D norueguês na área do mar, que também é parceiro do projeto – assinaram um memorando de entendimento.

Depois de dadas as boas-vindas às mais de 100 pessoas que se reuniram na cidade do Porto para dar início ao INESCTEC.OCEAN- pelo Presidente do INESC TEC, João Claro, o Diretor de Investigação em Energia e Transportes do SINTEF, Arne Fredheim, a Embaixadora da Noruega em Portugal, Hanne Brusletto, o Presidente da CCDR-N, António Cunha, a Secretária de Estado do Mar, Lídia Bulcão, e a Secretária de Estado da Ciência, Ana Paiva -, foi assinado o memorando de entendimento ente duas instituições de I&D europeias com vasta experiência na área do mar – INESC TEC e SINTEF OCEAN.

Este protocolo de cooperação tem como objetivo promover o intercâmbio de conhecimento, experiência e recursos para o desenvolvimento de mais projetos e iniciativas conjuntas centradas no potencial dos recursos marinhos, com o objetivo de reforçar as competências técnicas e científicas e promover benefícios sociais, económicos e ambientais para o ecossistema marinho europeu.

O projeto INESCTEC.OCEAN, que vai incidir em setores emergentes do mar, como as energias renováveis offshore, a monitorização do mar profundo, a avaliação de impacto ambiental das atividades humanas no mar ou a aquacultura offshore, é apenas o primeiro passo nesta cooperação entre Portugal e Noruega.

Do lado do INESC TEC, João Claro, assumiu o compromisso do Instituto com o crescimento da economia azul, destacando a importância das parcerias estratégicas entre academia e indústria, que permitem uma aceleração no desenvolvimento tecnológico para setores críticos, como o do mar. No ano de celebração dos 40 anos do INESC TEC, o presidente do Instituto destacou: “ao longo dos últimos 40 anos, o INESC TEC cresceu com a Europa e com o desenvolvimento de Portugal na Europa, evoluindo de uma ideia ambiciosa para uma instituição reconhecida no domínio da ciência, tecnologia e inovação. O nosso 40º aniversário não é apenas um momento para refletir sobre as nossas conquistas, mas também uma oportunidade para olhar em frente, para os desafios e oportunidades que temos pela frente. Ao assinalarmos este marco, continuamos focados no fortalecimento da investigação e inovação europeias e no reforço do papel de Portugal nestes esforços”.

Do lado do SINTEF, Arne Fredheim, destacou também o papel da relação academia e indústria para o desenvolvimento das indústrias oceânicas, referindo que alguns dos maiores, e mais difíceis, desafios dos próximos tempos podem ser resolvidos através de uma utilização sustentável do oceano.

É que ainda há muito por fazer no que diz respeito a este setor. “75% dos fundos marinhos ainda estão por mapear”, quem o disse foi Ana Paiva, Secretária de Estado da Ciência, acrescentando ainda o valor que o oceano tem para as Nações Unidas, que identificou até 2030 a década da ciência nos oceanos para o desenvolvimento sustentável. “E não é por acaso que a recuperação dos nossos oceanos e águas até 2030 é uma das missões centrais do Horizonte Europa. É aqui que entra o INESCTEC.OCEAN, um projeto de excelência que reúne vários administradores portuários, indústria, setores públicos, sociedade e, claro, a investigação de excelência do INESC TEC e do SINTEF”, acrescentou ainda. Para Lídia Bulcão, Secretária de Estado do Mar, o projeto “tem a grande mais-valia de ser feito num ecossistema europeu que nos permite alavancar parcerias e fazer uma ligação com os projetos que já estão em curso em Portugal, em particular com o Hub Azul Portugal, e que vai permitir uma transferência daquilo que é feito nas várias regiões do país, casando as necessidades com as reais potencialidades que temos na nossa academia”.

No âmbito mais nacional e nas vantagens competitivas que o novo centro de excelência vai trazer para o país, as palavras de Lídia Bulcão sobre o INESCTEC.OCEAN são claras: “o projeto é fundamental para o desenvolvimento da economia sustentável de Portugal na perspetiva que temos dado à governação das políticas públicas, que é uma governação integrada, que permite casar uma data de desafios que a academia tem, como o desenvolvimento de projetos de inovação e tecnologia, permitindo uma alavancagem na transferência de conhecimento para as empresas e para a indústria”.

Certo é que Portugal tem uma linha de costa de cerca de dois mil e quinhentos quilómetros e uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo – a quinta a nível europeu – que se estende por 1,7 milhões de quilómetros quadrados e que representa 95% do território nacional e que o triângulo marítimo que se situa entre Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e dos Açores constitui 48% de todas as águas marinhas adjacentes ao continente europeu. Estes dados mostram como o território português dispõe de condições privilegiadas para o desenvolvimento da economia azul.

O INESCTEC.OCEAN vai decorrer entre 2025 e 2031 e, para além de INESC TEC e SINTEF OCEAN conta ainda com o envolvimento da Fórum Oceano, Cluster do Mar Português, e da APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo.

 

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