Spin-off INESC TEC ganha 2M€ na maior competição europeia de medtech

Uma spin-off do INESC TEC, a iLoF, foi uma das vencedoras do programa Wild Card, um programa de aceleração europeu para projetos disruptivos na área da saúde, assegurando um investimento de 2M€ por parte de um consórcio internacional. Usar a Inteligência Artificial e Fotónica para permitir o desenvolvimento de um tratamento para a doença de Alzheimer foi o objetivo da startup, constituída por Joana Paiva (C-BER/FCUP), Luís Valente (C-BER), Paula Sampaio (I3S/FCUP) e Mehak Mumtaz (Univ. Oxford).

Mais concretamente, a iLoF criou um sistema portátil e abrangente que irá permitir a criação de uma biblioteca de “impressões digitais” de várias doenças neurodegenerativas e assim assegurar testes rápidos, minimamente invasivos e portáteis em doenças como o Parkinson ou tumores cerebrais – usando apenas microlitros de sangue.

Este projeto nasceu de uma longa e valiosa colaboração entre dois centros do INESC TEC (C-BER e CAP) e a cooperação externa com dois institutos do i3S (IBMC, IPATIMUP). Aos avanços alcançados pelos investigadores do Centro de Fotónica Aplicada (CAP) nos domínios da Ótica e Fotónica, num trabalho que envolveu diversos projetos nacionais e internacionais desde 2005 para o desenvolvimento de tecnologia de manipulação à microescala (pinças óticas em fibra), juntaram-se as técnicas avançadas desenvolvidas no campo do processamento de sinal e Inteligência Artificial desenhadas pelos investigadores do C-BER desde a sua génese.

Esta cooperação entre centros e instituições culminou neste projeto de criação de ferramentas em fibra ótica “inteligente” para análise de dispersões biológicas contendo diferentes populações de vesículas extracelulares do tamanho nanométrico em movimento, decorrente dos projetos NanoSTIMA financiado pelo N2020 em cerca de 7,2 milhões de euros e do doutoramento da investigadora Joana Paiva, orientada por João Paulo Cunha, coordenador e investigador do C-BER, e Pedro Jorge, investigador do CAP, com contribuições de Paula Sampaio, do i3S e de Carla Rosa, investigadora do CAP.

Após as diversas provas de conceito da parte técnica, a tecnologia desenvolvida passou por várias fases de desenvolvimento no processo de inovação e transferência de tecnologia, levando à submissão de um pedido de patente nacional e europeia, com o apoio fulcral do Serviço de Apoio ao Licenciamento (SAL), coordenado por Catarina Maia, também do INESC TEC.

Ao longo de cerca de seis meses, a startup foi acelerada pelo Wild Card, um programa organizado pelo EIT Health, criado para apoiar projetos altamente disruptivos de resposta aos principais desafios de saúde mundial. De entre centenas de projetos e passando por uma intensa validação técnica e de mercado que incluiu Bootcamps e Hackathons em várias cidades europeias, a equipa foi recebendo mentoria e aconselhamento de experts da indústria mundial que ajudaram a guiar o projeto. Entre os mentores atribuídos à equipa estão experts do CIMIT, um consórcio Norte-Americano composto pela Harvard Medical School, MIT ou entre outros.

O programa culminou numa final realizada em Munique onde, frente a um painel de investidores internacionais, a equipa se sagrou vencedora, assegurando um investimento de 2M€ para acelerar o plano de crescimento da startup.

Agora, a startup incubada entre os laboratórios da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a UPTEC, e o BioCat, em Barcelona, Espanha, pode contar com o EIT Health no papel de investidor, o maior consórcio da área da saúde no Mundo, nascido de uma parceira público-privada entre o European Institute of Technology e centenas parceiros da indústria da saúde espalhados por toda a Europa.

Entretanto, a iLoF tem somado outros prémios e distinções. No dia 13 de novembro, recebeu o prémio de 50 mil euros do Altice International Innovation Awards (AIIA) de 2019 e ainda cinco mil euros do prémio Born from Knowledge, promovido pela Agência Nacional de Inovação (ANI). Além do prémio monetário, a spin-off do INESCTEC garantiu a possibilidade de desenvolver testes com o grupo Altice para confirmar o potencial dos protótipos de análise de sangue.

Na Letónia, mais concretamente no Digital Freedom Festival, a iLoF ganhou o prémio para melhor startup na competição organizada pela aceleradora holandesa Rockstart e, assim, fica a um passo de entrar no próximo programa, com a duração de seis meses, que prevê o acesso a um prémio de 20 mil euros, a oferta de espaço de escritório no valor de 80 mil euros e ainda a mais de 50 ferramentas de apoio ao desenvolvimento de negócio no valor de cem mil euros.

Ainda na Letónia, a iLoF recebeu também o 1º Prémio no EIT Jumpstarter, o prestigiado programa desenvolvido pelo European Institute of Technology, juntando um prémio monetário de 10.000€ à distinção de melhor startup da categoria Health.

 

Os investigadores mencionados têm vínculo ao INESC TEC, FEUP-UP e FCUP-UP.

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