Interculturalidade: O caminho para instituições mais diversas

Comissão para a Diversidade e Inclusão do INESC TEC

Volvidos dois anos após o início oficial dos trabalhos da Comissão para a Diversidade e Inclusão (CD&I) do INESC TEC, consideramos relevante fazer uma reflexão sobre este primeiro mandato, que, nesta peça de reflexão, focar-se-á na importância da interculturalidade e do seu papel na construção de instituições mais diversas. 

Apesar deste conceito não ser novo para a Comunidade do INESC TEC, nunca é demais relembrar o seu significado e as suas implicações. Assim sendo, de acordo com a literatura, a interculturalidade foca-se no desenvolvimento de um diálogo entre grupos diferentes, permitindo a formação de identidades mistas e de um sentimento partilhado de pertença. Esta definição, mais atual, acaba por ser a evolução do termo multiculturalidade, que se focava em preservar o património cultural de cada grupo, promovendo, no entanto, o reconhecimento e integração de identidades minoritárias e relações harmoniosas entre grupos. 

Em colaboração com o Serviço de Relações Internacionais (SRI), temos tentado sensibilizar a Comunidade INESC TEC para a diversidade cultural existente na instituição e para as tradições e costumes referentes a cada identidade. Enquanto CD&I, pretendemos sensibilizar a Comunidade Portuguesa para os costumes e celebrações que constituem as culturas que fazem parte da Comunidade Estrangeira, enquanto o SRI procura dar a conhecer os rituais e preceitos da cultura portuguesa. Como é que fazemos isto? Através de um Calendário Interno partilhado entre CD&I, Comissão para a Responsabilidade Social (CRS), Serviço de Comunicação (SCOM) e SRI. Dessa forma conseguimos, colaborativamente, identificar datas relativas a celebrações importantes ao longo do ano. Após a identificação dessas datas, começamos a preparar uma comunicação onde fazemos uma pequena descrição do contexto e rituais inerentes a essas datas. Aproveitando o facto de o INESC TEC possuir uma diversidade rica de nacionalidades e culturas (cerca de 40 nacionalidades diferentes), procuramos perceber se há colaboradores/as disponíveis para falarem à comunidade sobre a forma como na sua cultura essa data é vivenciada ou experienciada. Compilamos essa informação, adicionamos fontes (para que os mais interessados possam aprofundar o conhecimento sobre a efeméride em destaque) e imagens e fotografias que possam enriquecer a informação textual, e, por fim, enviamos um email geral para a Comunidade INESC TEC.  

Ainda que possa parecer um processo simples, esta iniciativa tem um trabalho rigoroso de pesquisa por detrás e tem gerado reações muito interessantes, por sinal, por parte da Comunidade INESC TEC, com vários colaboradores/as a enviarem comentários e sugestões de melhoria. Estamos seguros/as que estas comunicações têm contribuído para melhorar a literacia cultural da nossa comunidade, e aumentar a visibilidade de culturas (e, por conseguinte, de pessoas) que, à partida, poderiam ser menos visíveis. Motivados/as pelo acolhimento positivo que esta iniciativa mereceu da nossa comunidade, e tirando proveito do final do Ramadão (Eid al-Fitr), avançámos com a organização de um evento presencial que juntou as pessoas do INESC TEC, muçulmanas e não-muçulmanas, num convívio de partilha de experiências e de celebração do fim do  jejum de trinta dias imposto pelo mês sagrado do Ramadão. Por isso, a gastronomia teve também um lugar de destaque nesta iniciativa. Foi um dia enriquecedor, não só pelo convívio e pela comida, mas, também, porque pudemos perceber que, consoante o tipo de atividade que organizemos, conseguiremos ter acesso a audiências muito diversas e com diferentes perspetivas e expectativas. Este momento foi um ponto de viragem e impactou substancialmente a forma como o nosso trabalho, daqui em diante, será planeado. 

Além disso, é importante realçar o papel fundamental da Rede de Embaixadores Interculturais, coordenada pelo SRI. Constituído por pessoas de diferentes nacionalidades, e iniciado em 2022, este grupo pretende reforçar o apoio prestado aos colegas estrangeiros que chegam pela primeira vez a Portugal e promover o desenvolvimento de competências interculturais na organização. Conjuntamente com os contributos das pessoas que fazem parte do Grupo de Aconselhamento Interno para a CD&I, estamos confiantes de que conseguiremos fazer iniciativas novas nos próximos anos. 

Em 2021, a Sheila Góis Habib, que fez parte do SRI e da CD&I, escreveu uma peça de opinião onde afirmou que Num mundo globalizado e interligado, a educação intercultural é parte da solução para incluir as pessoas na sociedade e fazer com que se sintam bem-vindas em qualquer parte do mundo”. Subliminarmente, a colega lançaria o mote para uma das atividades que acabou por marcar o primeiro mandato da CD&I, que, em setembro de 2023 fará dois anos, e encerrará os seus trabalhos, passando o testemunho à equipa sucessora. Aliás, consideramos que esta temática teve um impacto tão grande, que, conjuntamente com o SRI, iremos desenvolver mais iniciativas similares. 

Entretanto, continuamos a trabalhar para construir um INESC TEC mais diverso, inclusivo e acolhedor. Em suma, cada um/a de nós faz a sua parte e dá o seu contributo para tornar a nossa instituição cada vez mais intercultural. 

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