Luís Rocha (CRIIS), Leonel Oliveira (CPES), Sara Oliveira e João Pinto (CTM)

Luís Rocha (CRIIS)

“Proponho para Extraordinário o Luís Rocha pelo excelente desempenho demonstrado ao longo de todo o seu  percurso no CRIIS, e em particular durante em diversos projetos em que participou de grande importância para o centro, nomeadamente nos projetos agora a finalizar Scalable4.0, Fasten e MANUFACTUR4.0. A sua capacidade técnica de grande abrangência,  o seu empenho e proatividade na rápida procura de soluções, pelo papel de ponte entre as diferentes equipas envolvidas e a coordenação do centro, faz do Luís Rocha um elemento de elevada importância no CRIIS. Por outro lado, tem uma capacidade de comunicar, trabalhar em equipa e criar um bom ambiente bastante acima da média”.

– Coordenação do CRIIS

Estando os projetos a terminar, quais os próximos desafios que vai abraçar no INESC TEC?

Apresentação do projeto SCALABLE4.0 no EU Robotics Forum, em Bucareste (2019)
Apresentação do projeto SCALABLE4.0 no EU Robotics Forum, em Bucareste (2019)

Irei continuar a assumir a coordenação das áreas do CRIIS associadas ao desenvolvimento de soluções para o incremento da agilidade dos manipuladores robóticos industriais, e de soluções de visão artificial para a indústria, respondendo às necessidades dos projetos em curso, contribuir para a definição clara da estratégia de desenvolvimento científica das mesmas, e fazer a ponte com as restantes áreas de desenvolvimento e com a coordenação do centro.

Irei ainda assumir o papel de responsável por alguns dos projetos entretanto aprovados no CRIIS, como é o exemplo do projeto XWELD inserido numa open call do projeto Europeu TRINITY, que visa o desenvolvimento de um sistema avançado de soldadura robotizada, assente em tecnologias de programação simplificada baseada em modelos CAD, planeamento inteligente de trajetórias e sensorização avançada para a deteção e reconhecimento de objetos.

Finalmente tenho como ambição a curto prazo, conseguir vir a coordenar um projeto EU na área da robótica industrial.

A coordenação do CRIIS sublinhou a sua capacidade de trabalhar em equipa. Que valor considera trazer esta qualidade aos projetos?

Reunião do Consórcio SCALABLE 4.0, Lund, Suécia (2019)
Reunião do Consórcio SCALABLE 4.0, Lund, Suécia (2019)

Dada a complexidade, interdisciplinaridade, e até à natureza de I&D da maioria dos projetos em que o INESC TEC se encontra envolvido, é, na minha opinião, critica a capacidade de trabalho em equipa.  Nestes projetos, são raros os casos onde a qualidade do trabalho individual de facto supera o trabalho em equipa, uma vez que nos encontramos perante decisões e desenvolvimentos técnicos complexos, cuja decisão/resolução beneficia do envolvimento de pessoas com diferentes backgrounds.

É por isso importante a criação de equipas constituídas por pessoas com complementaridade de conhecimentos, que naturalmente terão pontos de vista distintos, e que necessariamente os irão debater através de uma interação próxima, na procura de uma solução para o problema em causa.   É esta interação aberta, aliada ao espírito de compromisso e união em torno de um objetivo comum, que leva, na minha opinião, à superação pessoal e consequentemente ao surgimento de ideias e abordagens inovadoras que poderão fazer a diferença na qualidade dos resultados e impacto dos projetos.

Como comenta esta nomeação?

É com grande orgulho e satisfação que recebo esta nomeação. Gostaria antes de mais de agradecer à coordenação do CRIIS todas as oportunidades que me têm vindo a dar para crescer como pessoa e como profissional. De facto, foram 10 anos de constante aprendizagem, dedicação e superação pessoal. Não poderia também deixar de partilhar este prémio, com todos os elementos do CRIIS, especialmente aqueles com quem tive oportunidade de trabalhar mais proximamente, e que muitas das vezes suportam o desenvolvimento mais técnico. Agradeço-vos pela vossa dedicação e responsabilidade que sempre demonstraram e que contribuíram, não só, para que eu recebesse esta nomeação, mas também, para o sucesso dos projetos do CRIIS. Fica aqui o meu obrigado e reconhecimento pelo vosso trabalho.

Leonel Oliveira (CPES)

“Durante o mês de junho, o Leonel Oliveira desenvolveu com elevada qualidade o trabalho numa prestação de serviço para a EDP Comercial relacionada com o piloto de flexibilidade em grandes consumidores de energia promovido pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Demonstrou uma elevada maturidade para formular e implementar um problema de otimização aplicado a um caso real de gestão da flexibilidade do consumo de energia elétrica em redes de distribuição e abastecimento de água. Foi uma tarefa caracterizada por uma elevada complexidade e prazos exigentes, tendo demonstrado resiliência e dedicação na entrega de um trabalho alinhado com as expectativas do cliente”.

– Coordenação do CPES

Descreva sucintamente o seu papel neste trabalho.

No âmbito do projeto piloto promovido pela ERSE, o INESC TEC realizou um conjunto de auditorias de flexibilidade energética a diferentes instalações com elevado consumo de energia. Durante estas auditorias, tive um papel ativo na identificação e caracterização das cargas flexíveis existentes nas instalações, estimação do potencial de flexibilidade para ofertas no mercado de Reserva de Regulação (RR), cálculo do benefício económico obtido com as mobilizações de energia e definição dos procedimentos de teste e indicadores de performance para avaliar a participação das instalações no mercado de RR.

Como se verificou que uma das instalações não apresentava capacidade suficiente em cenários típicos de operação para satisfazer os requisitos mínimos de participação no piloto, também desenvolvi um algoritmo para maximizar a energia disponível para ofertas em mercado nesta instalação, ao menor custo, considerando as necessidades de abastecimento, restrições de operação e regime tarifário aplicável.

Quais os principais desafios e como os superou?

Os maiores desafios deste trabalho surgiram nas fases inicial e final do projeto. No início, porque não existia muita informação disponível sobre a caracterização e avaliação da flexibilidade energética dos processos industriais, sobretudo para participação no mercado de reserva terciária. Para superar este desafio foi necessário criar uma metodologia para recolher e processar os dados necessários para estimar a flexibilidade, que fosse facilmente adaptável às diferentes instalações.

No final, o desafio surgiu devido ao curto espaço de tempo disponível para criar e testar o modelo dinâmico de maximização das ofertas em mercado. No entanto, como já tinha algum conhecimento sobre heurísticas de otimização, consegui desenvolver rapidamente uma solução simples para o problema, capaz de estimar os ganhos com a mobilização de RR de acordo com as restrições e previsão do abastecimento de água para o dia seguinte.

Como comenta esta nomeação?

É com enorme gratidão que recebo este reconhecimento e, portanto, gostava de deixar uma palavra de agradecimento à coordenação pela nomeação. O sucesso deste trabalho apenas foi possível devido à orientação e colaboração direta com os líderes da equipa, nomeadamente o Ricardo Bessa e David Rua. Obrigado por todo o apoio e autonomia que me foram dados durante o projeto. Por fim, um agradecimento aos restantes elementos da equipa, Cláudia Rocha e Luís Paulo Cirne, pelas suas contribuições e ajuda em diferentes fases do trabalho. Obrigado a todos.

Sara Oliveira, João Pinto (CTM)

“A Coordenação do CTM propõe para “Extraordinários” os investigadores Sara Oliveira e João Pinto. A Sara e o João são investigadores de um profissionalismo e motivação exemplar e que, no âmbito dos seus doutoramentos, têm vindo a desenvolver um trabalho de grande impacto científico. Este trabalho científico tem sido feito em simultâneo com a colaboração em diversas atividades do centro. Dessas atividades extra, destaca-se a participação na organização em eventos científicos, bem como a orientação de estagiários e estudantes de mestrado, e ainda no apoio a projetos relacionados com o tema dos seus estudos doutorais. Esta nomeação é sustentada pelo profissionalismo, disponibilidade e qualidade no desempenhar das diversas atividades em que se envolvem, ambos demonstrando uma disponibilidade acima da média, nas atividades extra, com um benefício extraordinário para o centro. Esta sua postura, foi particularmente evidenciada no mês de junho em que colaboraram de uma forma empenhada nas tarefas de preparação da VISUM e fizeram contribuições científicas relevantes que permitiram uma resposta inovadora a diversos desafios em projetos em curso, fortemente elogiada pelos parceiros do Centro”.

– Coordenação do CTM

Qual foi o seu papel na organização da VISUM 2020?

João Pinto & Sara Oliveira (VISUM, 2020)
João Pinto & Sara Oliveira (VISUM, 2020)

Sara: Desde que entrei na organização da VISUM, no final de 2017, que sou responsável pela imagem da escola de verão, o que inclui a manutenção do site, gestão das redes sociais, fotografia e merchandising. Para além disso, ajudo na organização logística e na contabilidade/gestão de inscrições. Este ano, as sessões práticas de cada speaker foram auxiliadas por dois membros da organização e fiquei também responsável, juntamente com o meu colega Wilson Silva, pelo “hands-on” sobre Interpretabilidade, associado à aula do professor Mauricio Reyes.

João: A VISUM summer school, organizada pelo grupo de investigação Visual Computing and Machine Intelligence (VCMI) do CTM, inclui todos os anos uma competição relacionada com visão computacional. Esta competição permite que os participantes se envolvam numa tarefa desafiadora, onde conseguem aplicar os conhecimentos obtidos durante a escola de verão, descobrir em primeira mão e lidar em equipa com as complexidades associadas a projetos de visão computacional, e competir ferozmente por um lugar no pódio. O papel da equipa da competição, este ano liderada pelo Eduardo Meca Castro e da qual fiz parte, é planear todos os aspetos deste desafio de modo a garantir o sucesso do mesmo e a melhor experiência para os participantes. Eu participei no tratamento e anotação dos dados e na preparação das plataformas de computação para os participantes. Além da competição, tive também o prazer de colaborar com a Professora Marta Gomez-Barrero, apoiando esta grande investigadora em biometria na sua aula sobre Information Security.

Como conseguiu conciliar a atividade de organização da escola de verão com os estudos doutorais? Gostaria de destacar algum feito académico alcançado também neste período?

Sara: A organização da VISUM começa muito cedo, em meados de setembro, e requer muita dedicação para que não falhe nenhum pormenor durante a primeira semana de julho. Mas o período mais atarefado é o mês de junho, sendo que até aí, o trabalho é mais pontual. Assim, e com a ajuda da excelente equipa da VISUM, a organização da escola de verão é facilmente conciliável com o doutoramento. O espírito de entreajuda é notável e aproveito a oportunidade para agradecer a todos os colegas que se dedicam com todo o afinco a este projeto do grupo VCMI.

Do ponto de vista académico, neste ano, em particular, o trabalho em patologia digital que vim a desenvolver nos últimos meses, em conjunto com os meus colegas João Pinto e Tiago Gonçalves, acabou por ser publicado, precisamente durante a semana da escola de verão, sendo o primeiro trabalho publicado sobre classificação da expressão da proteína HER2 em slides corados com hematoxilina-eosina.

João: Assumo que requer algum investimento de tempo pessoal (várias noites e fins-de-semana sacrificados).  No entanto, considero conciliar este tipo de atividades com os estudos doutorais, mais do que uma mera possibilidade, uma necessidade. Lembro uma frase do grande Doutor Abel Salazar – “um médico que apenas sabe de medicina, nem medicina sabe” – e acredito que assenta como uma luva também ao doutoramento. Sei que é essencial o trabalho de investigação e tento publicar tão frequentemente quanto me permite a maturidade do meu trabalho, e este meu segundo ano de doutoramento está a ser especialmente produtivo neste aspeto. Mas considero que um doutoramento que resulta apenas numa máquina de debitar artigos científicos é um doutoramento desperdiçado. Além da investigação de qualidade que resulta em artigos com impacto, um doutoramento completo inclui dar aulas, orientar alunos, planear workshops, organizar eventos científicos, e colaborar em projetos relacionados com os nossos planos de trabalhos. Tudo isto é ciência, e tudo isto faz parte de um investigador completo.

Estou extremamente agradecido a todo o grupo VCMI pelas oportunidades para envolver em todos estes diferentes aspetos da ciência. O meu orientador, o Professor Jaime Cardoso, é irrepreensível e incansável e sempre me deu todo o apoio que preciso para um doutoramento bem-sucedido. A Ana Rebelo e Ana Filipa Sequeira estão a fazer um trabalho incrível a dinamizar o nosso pequeno grupo de biometria, destacando-se o workshop internacional que organizámos este ano, o IWBF 2020. E todos os restantes membros do grupo VCMI estão sempre prontos a colaborar em iniciativas como a VISUM. Com colegas assim, é fácil conciliar um doutoramento bem-sucedido com outras atividades e projetos.

Como comenta esta nomeação?

Sara: Fico muito grata pela nomeação e pelo reconhecimento do trabalho que faço com o maior gosto e dedicação. É sempre bom saber que o nosso trabalho é bem visto e que, de alguma forma, contribuímos positivamente para o grupo em que trabalhamos. Para mim, não faz sentido fechar-me sobre mim mesma e dedicar-me apenas ao meu doutoramento, sem colaborar com os colegas à minha volta e sem contribuir para iniciativas que ajudem a divulgar o nosso grupo e o INESC TEC. Tenho a certeza que este tipo de atividades são sempre enriquecedoras, não só ao nível do desenvolvimento de capacidades para além da investigação, como também ao nível do trabalho em equipa. Acho que o João Pinto pensa como eu e deixo-lhe os meus parabéns por esta nomeação, bem merecida! À coordenação da CTM, obrigada pelo apoio, reconhecimento e incentivo a sermos sempre melhores! Ao VCMI, obrigada por tornarem os dias de trabalho mais fáceis e divertidos!

João: Fico feliz (e agradecido à coordenação do CTM) por ver reconhecido o meu esforço e dedicação, tanto nos estudos doutorais, como nos projetos em temas relacionados e nos eventos como a VISUM e o IWBF 2020. Sei o quão impossível é medir e comparar o trabalho de estudantes de doutoramento: cada um de nós tem o seu tema, com os seus desafios e problemas específicos. Assim, tenho sempre em mente que o objetivo não deverá nunca ser superior aos meus pares, mas sim melhor do que fui ontem. Considero que este ano, com a ajuda de todo o grupo VCMI, consegui fazer mais e melhor do que no ano passado, e tomo esta nomeação como evidência do cumprimento desse objetivo, e como motivação adicional para continuar o meu trabalho com dedicação redobrada.

 

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